Provavelmente, o incêndio mais famoso da história foi o de Roma, no ano 64. A versão mais famosa que o imperador Nero teria ateado fogo nos bairros mais pobres (e mais populosos), para construir uma cidade mais bonita e moderna. Mas historiadores afirmam que a hipótese mais provável e a de que moradores tenham acendido fogueiras à noite, para se aquecer, e o vento espalhou o incêndio, que só foi controlado nove dias depois. Para piorar, as ruas desses bairros eram estreitas e tortas, dificultando que as pessoas se salvassem.
Outras capitais europeias sofreram grandes incêndios. Em 1666, o fogo tomou conta de Londres (Inglaterra). O incêndio destruiu mais de 13 mil imóveis, consumidas e deixou 100 mil desabrigados. Em 1988, o grande incêndio do Chiado devorou boa parte do patrimônio histórico de Lisboa (Portugal) e principal zona de comércio da cidade, que ainda não foi totalmente restaurada.
Em 1871, 300 pessoas morreram e 90 mil ficaram desabrigadas num incêndio que destruiu boa parte de Chicago (EUA). Praticamente todos os imóveis da cidade, assim como o mobiliário urbano, eram feitos de madeira; além disso, foi um verão extremamente seco: choveu apenas 25% da média anual. Estima-se que os prejuízos materiais atingiram US$ 200 milhões. Depois do incêndio, a cidade foi reconstruída e tornou-se um modelo arquitetônico.
Na Antiguidade, incêndios famosos ficaram marcados: a Biblioteca de Alexandria, no litoral egípcio, foi incendiada propositalmente, em 642. A versão mais comum é que o governador provincial do Egito (então parte do império turco), Arm ibn al-As, pôs fogo na biblioteca, já que “só se deve ler a verdade e a verdade está no Corão”.
Historiadores acreditam que isto é uma mentira, inventada por inveja, já que os árabes e turcos conheciam grande prosperidade na época, além de registrar avanços científicos e culturais, enquanto os europeus matavam gatos pretos para afastar o demônio. Os jardins suspensos da Babilônia, uma das maravilhas do mundo antigo, também teriam sido consumidos pelo fogo.
No Brasil, dois incêndios ficaram tristemente famosos e abalaram a capital paulista: em 1972, uma sobrecarga no sistema elétrico causou o incêndio no Edifício Andraus. O fogo começou no 2º andar e consumiu todo o prédio. Morreram 16 pessoas e mais de 300 ficaram feridas. Foi a primeira transmissão ao vivo de um incêndio pela televisão brasileira.
Em 1974, um curto-circuito num aparelho de ar-condicionado deflagrou a tragédia do Edifício Joelma. Divisórias, móveis de madeira, cortinas e carpetes foram o combustível para o fogo, que levou seis horas para ser debelado. Dos 756 ocupantes do prédio, 188 morreram e 300 ficaram feridos.