Amamentar o bebê não é apenas fornecer os nutrientes necessários para o crescimento saudável. É um momento especial, de aconchego, em que a criança volta a sentir os batimentos cardíacos da mãe, que ele conhece praticamente desde que foi gerado. A amamentação cria um vínculo especial e permite não apenas o desenvolvimento físico, mas também o emocional.
Mas às vezes surge uma frustração: o bebê não pega o seio e chora quando é amamentado. Muitas mulheres imaginam que não têm leite, ou que ele é fraco. É preciso deixar este ponto bem claro: mulheres produzem leite como uma resposta hormonal ao fim da gravidez. Durante nove meses, os hormônios foram alterados para a geração.
Logo depois do parto, a situação se altera e as glândulas mamárias passam a ser estimuladas. É uma reação fisiológica natural. E não existe leite fraco: mesmo uma mulher desnutrida pode amamentar o bebê, sempre com acompanhamento pediátrico e ginecológico.
Nos primeiros dias, o bebê vai mamar apenas o colostro (o primeiro leite materno, um líquido esbranquiçado rico em sais minerais, proteínas, água e imunoglobulinas, anticorpos que fortalecem o sistema imunológico). Neste período, as mamas estão menores, o que facilita ao bebê aprender a pega da aréola – esta é uma das razões para amamentar o bebê na primeira hora de vida. Em uma semana, no máximo, a produção do leite se regulariza e os seios se tornam volumosos.
É natural que a mãe de primeira viagem sinta-se insegura: afinal, ela é responsável por uma nova vida. Para se certificar de que não está fazendo nada errado, abuse de médicos, enfermeiros e parteiras para sanar todas as dúvidas. Com o passar do tempo, o medo e o susto darão lugar a uma sensação de bem estar e até de poder:
metade da população mundial não consegue amamentar: os homens.
Toda criança perde peso logo após o nascimento, que pode atingir até 10% do peso inicial. Isto é natural: a nutrição, logo após o nascimento, não é tão rica quanto à oferecida pela gestante através do cordão umbilical, mas, com a regularização da produção do leite, ela começa a engordar e, com um mês de vida, terá recuperado a perda.
Existem muitas posições para a amamentação. Duas delas são clássicas: a mãe sentada aproxima o bebê de seu colo, com as barrigas coladas; e a posição sentada inversa, quando a mãe põe o corpo do bebê sob a axila, com a barriguinha apoiada nas costelas (facilita bastante que o bebê pegue a aréola).
No entanto, pediatras afirmam que não existe uma posição ideal: a melhor é a em que mãe e filho se sentem confortáveis. Depois de uma cesariana, por exemplo, pode ser mais cômodo colocar o bebê sobre o tronco, barriga a barriga. Deitar-se de lado e oferecer o seio à criança também pode transformar a amamentação em um momento prazeroso.
Existe um mito sobre amamentar o bebê deitado. Pessoas mais antigas que isto provoca infecção no ouvido. Mas o que ocorre é que, quando se oferece mamadeira ao bebê nesta posição, o alimento possui muitos microrganismos e como as mucosas da boca, ouvidos e nariz ainda não estão totalmente desenvolvidos, pode ocorrer infecção. O leite materno, ao contrário, previne contra estas e outras doenças.
O importante não é a posição, mas as condições psicológicas da mulher. Ela precisa estar relaxada, numa posição cômoda e segura, sem curvar a coluna vertebral. O bebê se adapta facilmente ao corpo da mãe. Basta levar a boca da criança ao mamilo (e não curvar-se em direção a ele). Está tudo certo quando a boquinha está bem aberta, cobrindo toda a aréola, em mamadas longas e espaçadas.
Seio endurecido é sinal de que as glândulas mamárias trabalharam demais. Por isto, antes de oferecer o seio, é preciso retirar o excesso de leite. Com a mama muito cheia, a boca do bebê escorrega e ele não consegue segurar o bico. Sem se satisfazer, a criança “abre o berreiro”. Além disto, o seio muito cheio é desconfortável para a mulher.
Para tirar a criança do seio, existe uma técnica fácil: basta introduzir a ponta do dedo mínimo em sua boca, para enganá-la. Bem nutrida, ela vai dormir em poucos minutos.
O leite materno é o alimento exclusivo dos bebês até seis meses de vida. Se um especialista sugerir algum complemento, é ideal procurar a orientação de outro médico, para confirmar a indicação. Depois disto, com indicação do pediatra, chega o momento de introduzir papinhas, frutas, sucos. O ideal, porém, é amamentar o bebê pelo maior prazo possível, desde que a mãe consiga conciliar todas as atividades.