A famosa “barriguinha de chope” é um problema estético que leva milhares de pessoas a cirurgias plásticas, como lipoaspiração. Mas a gordura abdominal excessiva não afeta apenas a silhueta: é a gordura acumulada que causa mais danos à saúde humana. Está relacionada ao aumento do colesterol ruim, risco de doenças coronarianas, diabetes, hipertensão e formação de trombos (coágulos nos vasos sanguíneos).
O excesso de gordura abdominal está ligado ao estilo de vida do Ocidente: comida industrializada com muito sal, corantes e conservantes, consumo de álcool, a feijoada de sábado, o churrasco de domingo, o fast food ou o corrido “por quilo” das refeições dos dias úteis, quase sempre sem a ingestão vitaminas e sais. A tudo isso, alia-se o sedentarismo.
A ingestão excessiva de alimentos calóricos, a correria do dia a dia, a carência de fibras, tudo isso provoca uma digestão incompleta. A gordura ingerida acumula-se principalmente na região abdominal. É preciso mudar de hábitos.
Em primeiro lugar, é preciso revisar a dieta. Não é preciso ser especialista para perceber que aquela picanha cheia de gordura é prejudicial à saúde. Em casos mais sérios, é preciso pedir ajuda para um endocrinologista ou um nutricionista. A inclusão de frutas, verduras e legumes no cardápio equilibra os níveis de sais minerais, fibras e vitaminas necessários ao equilíbrio orgânico, além de dar sensação de saciedade, fazendo você comer menos – melhor dizendo, faz você comer o necessário. Barras de cereais e frutas entre uma refeição e outra também ajudam a diminuir a fome.
Outro primeiro lugar: os exercícios. Não adianta se matar em abdominais, pois eles apenas vão enrijecer o abdômen. Para queimar a gordura, é preciso apelar para exercícios aeróbicos, como caminhar, nadar, andar de bicicleta ou correr. Para iniciantes, 20 minutos, três vezes por semana são suficientes. Tudo isso pode ser feito indoor, em casa ou academias, mas há quem prefira o ambiente ao ar livre. De qualquer forma, procure exercitar-se junto a outras pessoas:é um estímulo a mais.
A circunferência da cintura dá o sinal de alerta: para mulheres, não deve passar dos 88 centímetros e, para homens, dos 102. Acima desses valores, a gordura abdominal está efetivamente atraindo perigos para a saúde. Para medir a circunferência, o abdômen deve estar nu e a fita métrica, colocada na altura do umbigo. E, claro, não contraia o abdômen nem prenda a respiração (isto seria um autoengano). Alguns especialistas sugerem um controle mais preciso: a relação entre a medida do abdômen e do quadril, que não deve passar de 1:1 para homens e 0,85:1 para mulheres. O cálculo do IMC (índice de massa corporal), que relaciona peso e altura, complementa o exame.
Estudos indicam que o aumento de 5% da medida abdominal acarreta em aumento de 17% da mortalidade em homens e 13% em mulheres.