A fitoterapia é o ramo da farmacologia que estuda as plantas e de suas aplicações para atingir a cura. É uma técnica milenar que surgiu de forma independente em todos os povos, de maneira informal. O uso de plantas medicinais data de ao menos 3000 a.C., quando médicos chineses descreveram as propriedades curativas da cânfora e do ginseng. O papiro de Ebbers, tratado de medicina descoberto em 1875, descreve o uso de plantas para a cura e foi escrito em 1500 a.C. Até o século XIX, praticamente todos os medicamentos eram fitoterápicos.
No século XX, com o desenvolvimento da indústria química e farmacêutica, a fitoterapia passou a segundo plano, mas desde 1970 a Organização Mundial da Saúde passou a incentivar a preservação dos conhecimentos sobre plantas medicinais, com o Programa de Medicina Tradicional.
A fitoterapia faz parte da sabedoria ancestral, e é praticada informalmente até hoje, com chás e infusões usados para combater males físicos, às vezes aliada a rezas e benzeduras, mas o que efetivamente provoca o alívio dos sintomas e mesmo a cura são as propriedades medicinais, o princípio ativo contido em determinada erva, identificado em laboratórios e usado pela indústria farmacêutica na produção de medicamentos. Enquanto isso não acontece, as plantas são usadas in natura ou em extratos.
Uma vez identificado o princípio ativo de uma planta, iniciam-se testes para avaliar suas aplicações medicinais, as dosagens mínimas (abaixo das quais o efeito é nulo) e máximas (acima das quais o efeito é tóxico), os possíveis efeitos colaterais e as interações com outros medicamentos. A legislação brasileira exige a experimentação de qualquer substância medicinal inicialmente em cobaias e num segundo momento em grupos de controle (voluntários que apresentam sintomas passíveis de serem aliviados pela substância testada). Apenas depois disto o medicamento pode ser patenteado e comercializado.
Os tratamentos chamados naturais estão em moda, por serem considerados mais seguros. No entanto, há muitos leigos receitando medicamentos fitoterápicos sem nenhuma formação para isso, utilizando apenas seus conhecimentos empíricos, que podem ser insuficientes e até errôneos. O profissional capacitado para diagnosticar doenças e receitar os remédios é o médico. É preciso tomar cuidado principalmente com os fitoterápicos milagrosos oferecidos pela mídia e por farmácias populares. Em alguns casos, além de não produzir nenhum efeito benéfico, podem resultar em danos para o organismo.
Entre outras instituições, a Associação Brasileira de Fitoterapia, com sede no Rio de Janeiro, oferece cursos semipresenciais para médicos, farmacêuticos e nutricionais. As aulas teóricas são online e as práticas, em laboratório.