Não é de hoje que o ser humano tenta conversar com aqueles que já morreram. A dificuldade em aceitar que tudo acaba depois que viramos pó e banquete de verme tiram o sossego da humanidade desde que o mundo é mundo. A gente sente saudades, então quer tentar manter algum tipo de contato, saber se eles ainda existem, se existe céu, inferno, etc. E por causa disso criamos as formas mais estranhas de tentar alguma espécie de contato.
A forma mais popular é, sem dúvida, a Tábua Ouija, o tabuleiro com letras e números e um marcador de madeira através do qual os espíritos se manifestariam, respondendo as perguntas dos vivos.
Como tudo começou: Há quem acredite que as primeiras versões do brinquedo de falar com os mortos data da antiguidade, na China. Alguns documentos da dinastia Song (mais ou menos 1110 a.C) falam de uma prancheta de escrever que era utilizada por uma espécie de “médiuns” para psicografar mensagens dos mortos. Esse mesmo tipo de instrumento também teria sido usado na Índia, Grécia, Roma e até mesmo na Europa Medieval.
Mas foi somente em 1848 que esse tipo de método para falar com os mortos passou a chamar atenção, depois que duas irmãs dos Estados Unidos alegaram ter contatado o espírito de um vendedor morto usando letras e números para receber sua mensagem, e fazendo com que ele respondesse sim ou não. O relato criou a maior polêmica e resultou numa grande febre espiritualista naquele país, na qual todo mundo queria conversar com alguém que já tinha morrido. Inúmeras sessões foram realizadas utilizando métodos semelhantes, até que em 1890 um homem chamado Charles Kennard aperfeiçoou o método criando uma tábua de madeira que já vinha com letras e números, as palavras sim e não e um marcador que pudesse ser usado para obter as respostas.
Ele começou a vender o “brinquedo” com o nome de Tábua Ouija (Ouija Board, em inglês), que ele dizia ser a palavra egípcia para “sorte”. Ele dizia que a própria tábua teria dado essa dica pra ele.
Puro migué pra vender o produto, claro, já que essa palavra sequer é egípcia, mas funcionou muito bem já que, embora tenha demorado uns anos para a tábua emplacar, foram vendidas um montão delas.
Muitos cientistas já trataram de desacreditar a tábua ouija como método mediúnico. A explicação racional para o fenômeno que acontece quando se manuseia o objeto é que ao colocar os dedos no marcador a pessoa exerce uma força imperceptível, movendo-o ela mesma.
Espiritualistas e religiosos também tem muitas críticas e ressalvas em relação à tábua, mesmo acreditando que ela possa de fato funcionar como intermediaria entre vivos e mortos. Alguns deles não recomendam que pessoas leigas façam uso desse tipo de método por correrem o risco de serem possuídas por espíritos malignos.
O jogo do copo é a versão brasileira da tábua ouija (como sempre, a gente dá um jeitinho e improvisa o nosso, né?). Nessa versão, normalmente se usa uma mesa redonda e a contorna com as letras e os números, além das palavras sim e não. O copo é usado como marcador. Os participantes (normalmente é mais de um) colocam o dedo indicador sobre ele e pedem para que o espírito o mova e responda suas perguntas.
Mas dá trabalho, né? Não é comum encontrar tábuas Ouija no Brasil e cortar todas as letrinhas e tal dá o maior trabalho. Sem contar que nem sempre é fácil achar um parceiro motivado ou corajoso o suficiente para participar da brincadeira. Mas agora isso não é um empecilho, já que existem tábuas ouija online em diversos sites, tanto em inglês quanto em português (o que a tecnologia não faz por nós, né?). É só respirar fundo, se concentrar, colocar o mouse em cima do marcador e tentar um contato com o além.
Em inglês: http://www.brainjar.com/dhtml/ouija/
Em português: http://www.apocalipse2000.com.br/ouija.htm
Resolveu tentar? Boa sorte aí, só não vale colocar a culpa na gente se algo der errado ou pedir pra dormir no quarto dos seus pais depois…