O homem explora cavernas desde a Idade da Pedra; hoje, existe uma ciência para desvendar seus segredos: a espeleologia. Quando o troglodita aprendeu a acender fogueiras, pôde expulsar os animais e transformar a caverna num “lar, doce lar”. Os primeiros registros humanos foram feitos nas paredes das cavernas.
O que era abrigo transformou-se em lazer. O contato com a natureza é total: não é apenas uma caminhada, estamos no seio da Terra. O silêncio impressiona e convida a introspecção, mas de repente ele é cortado pelas corredeiras de um rio subterrâneo.
O desconhecido é talvez o maior atrativo das cavernas. Num determinado trecho, temos de passar por fendas estreitas, engatinhar porque o teto foi rebaixado, e em seguida penetramos num imenso salão decorado por pilares de rochas sedimentares.
Nas cavernas, há estalactites, suspensos no teto, e estalagmites, que parecem agulhas saindo do chão. Quando se unem, formam colunas. Os dois são formados por gotejamento: a água se infiltra no subsolo e lentamente vai depositando material inorgânico, geralmente calcário, que gera as pilhas. Quem se aventura numa caverna se depara com as mais diferentes construções: são catedrais, palácios, cortinas e esculturas que parecem ter sido feitas por mãos humanas.
O Brasil possui mais de 5.600 cavernas estudadas pela Sociedade Brasileira de Espeleologia. As maiores são a toca da Boa Vista e toca da Barriguda, em Campo Formoso (BA). A maior tem mais de 100 mil metros de extensão.
São Domingos (GO) abriga o Parque Estadual Terra Ronca. O nome foi dado porque, quando um cavalo passa sobre um trecho das muitas cavernas do parque, o ruído oco do solo lembra um ronco. Ressurreição e as lapas da Angélica, de São Mateus e de São Vicente são algumas das atrações da cidade, que tem menos de 10 mil habitantes.
O maior complexo de cavernas do Brasil, segundo do mundo, é o PETAR – Parque Estadual Turístico do Alto Ribeira – que fica nos municípios de Iporanga e Apiaí (SP). Espeleologistas já catalogaram mais de 300 cavernas, algumas delas abertas para visitação pública, como a caverna de Santana, que lembra uma igreja, Água Suja, Ouro Preto, etc.
As cavernas do PETAR foram formadas pelas águas que descem da serra de Paranapiacaba e infiltram-se pelas fissuras rochosas, desgastando incansavelmente o calcário. A natureza levou muitos milênios para esculpir estas maravilhas naturais. A fauna e as cachoeiras da região ajudam a completar a paisagem e tornar o passeio imperdível para os ecoturistas.
Explorar cavernas é uma atividade de risco. Entre sempre em grupo e siga à risca as orientações dos guias, para garantir que nada vai atrapalhar a aventura.