Lá pelos idos de 2009, em uma tarde muito quente, a blogueira que vos escreve andava tranquilamente quando foi surpreendida por uma moto Kawasaky azul de grandes proporções que invadiu a parte da rua em que ela estava atravessando. Sangue, gritos, papéis voando… parecia cena de filme!
Fora todo o susto e um corte de tamanho marromeno na cabeça, o resultado do acidente foi uma fratura dupla na perna que pediu a colocada de uma haste. A cirurgia foi feita pelo SUS e teria sido um absoluto sucesso, não fosse o fato de que o médico ortopedista que fez a cirurgia colocou uma haste bem maior do que o tamanho apropriado para minha perna (imagine que a pessoa mede 1,60 e puseram uma haste que seria para uma pessoa de 1,70!). Em resumo: a haste lesionou o joelho e eu ganhei um tendinite de brinde. Um erro médico aparentemente pequeno e sem grandes consequências, mas que custou um joelho sempre meia bomba, várias sessões de fisioterapia e muitas compressas quentes, além de me tirar o sonho de ser jogadora de futebol – ok, essa parte é mentira, eu nunca joguei bola, haha.
Mas e quando o erro médico é muito grave? E quando esquecem um objeto pontiagudo dentro do paciente, implantam um órgão errado ou extraem um saudável no lugar de outro doente? Veja alguns erros médicos tão absurdos que, em alguns casos, mudaram de forma drástica e permanente a vida dos pacientes – ou levaram à sua morte.
Inseminação com o esperma do homem errado – imaginem o susto que Nancy Andrews (de origem hispânica) e seu marido (caucasiano) tiveram ao constatar que sua filha – concebida por fertilização in vitro – recém nascida era negra. Exames realizados mais tarde comprovaram que os médicos da clínica onde o procedimento foi realizado trocaram acidentalmente o esperma correto pelo de outro doador. O casal cria a criança como sua filha desde então, mas processou a clínica pelo erro.
Transplante com órgãos incompatíveis – Jésica Santillan, uma jovem mexicana de 17 anos morreu duas semanas após receber o coração e os pulmões de um doador que não possuía o mesmo tipo sanguíneo que o seu. Os médicos, que provavelmente esqueceram de checar as informações corretas antes da operação, ainda tentaram reverter os danos e fizeram uma segunda cirurgia, dessa vez com órgãos compatíveis. Mas após passar por essa outra – e rara – tentativa de novo transplante, Jésica sofreu danos cerebrais e complicações que levaram a sua morte.
O caso teve uma enorme repercussão e ela ganhou até uma página na Wikipédia onde seu caso é relatado.
Retirada do testículo errado – Benjamin Roughton, de 47 anos, descobriu que precisava retirar cirurgicamente seu testículo esquerdo porque havia uma possibilidade de que nele se desenvolvesse um tumor. Mas uma série de erros toscos e bizarros fizeram com que os médicos responsáveis pela operação removessem… o testículo direito, que era completamente saudável!
Roughton processou os médicos pelo erro e conseguiu uma indenização de 200 mil dólares. O que não se sabe é, se no fim das contas, ele ficou sem testículo algum…
Amputação da perna errada – Se já é ruim receber a notícia de que você vai ficar sem uma das pernas, imagine retirarem a perna errada! Foi o que aconteceu com Willie King. Os médicos prepararam a perna errada para a cirurgia e só se deram conta disso quando a operação já estava em andamento e não tinha mais como voltar atrás.
O cirurgião responsável perdeu a licença temporariamente (6 meses), foi multado em 10 mil dólares e pagou indenização de outros 250 mil para King. E o hospital onde a cirurgia aconteceu teve que desembolsar 900 mil dólares para indenizar o paciente. Parece pouco para quem corria o risco de ficar sem as duas pernas, né?
Cirurgia feita sem anestesia – Um pastor presbiteriano de mais de 70 anos tirou a própria vida após passar por uma cirurgia para a qual ele não teria sido anestesiado corretamente. O paciente teria recebido drogas paralisantes, mas não uma anestesia geral adequada que deixasse ele completamente inconsciente para o procedimento.
Sherman Sizemore deu entrada no hospital para fazer uma cirurgia exploratória que permitisse descobrir a causa das fortes dores abdominais que vinha sofrendo com frequência, mas ao invés de “apagar” durante a operação ele sofreu uma experiência de consciência anestésica, na qual o paciente sente dor, pressão e desconforto mas não consegue se mexer ou falar.
A família disse que ele não conseguia esquecer o que havia passado na mesa de cirurgia, e ficou tão abalado que se suicidou duas semanas depois do ocorrido.
Detalhe básico: uma pesquisa realizada nos EUA apontou que metade dos erros médicos seria evitada se os profissionais responsáveis apenas checassem as informações do paciente antes dos procedimentos aos quais eles são submetidos.
Veja casos de erros médicos chocantes que aconteceram no Brasil:
http://www.youtube.com/watch?v=l92VKFI2RTk