Entradas, bandeiras e monções. São os três tipos de expedição organizados no Brasil Colônia, com os mais diversos motivos. Não é consenso entre os historiadores, mas em geral, as expedições são assim definidas:
• entradas: expedições oficiais, financiadas pelo governo português, para expandir o território;
• bandeiras: expedições financiadas com recursos próprios, em busca de riquezas minerais;
• monções: expedições fluviais, que levavam mantimentos, armas e ferramentas para abastecer assentamentos de mineração no Mato Grosso do Sul. Na volta, traziam principalmente peles de animais e ouro.
As monções se deslocaram pelas bacias dos rios Paraná e Paraguai e também pelo pantanal sul-matogrossense e a bacia amazônica, terras que pertenciam à Espanha, de acordo com o Tratado de Tordesilhas, assinado por portugueses e espanhóis em 1494, que dividia o mundo não cristão entre as duas potências europeias.
Estas expedições visavam também a outros objetivos, como captura de índios para serem escravizados e, mais tarde, destruição quilombos e recaptura de escravos africanos. A partir do século XVII, as missões jesuíticas começaram a ser atacadas sistematicamente e a maioria dos seus habitantes, os índios guarani, foi escravizada.
As primeiras entradas ocorreram em 1531, nas capitanias de São Vicente e Porto Seguro. Esta última encontrou depósitos de sal mineral no território hoje pertencente a Minas Gerais, o que mais tarde levou ao envio de gado para a região.
Durante a União Europeia (1580-1640), o governo incentivou a busca de jazidas de ouro e pedras preciosas. Em 1591, foram encontrados alguns veios perto da Vila de São Paulo, o que fez o governador-geral deslocar-se para verificar pessoalmente a extração mineral, que se mostrou inviável economicamente, mas transformou São Paulo em ponto de partida para entradas e bandeiras em direção a Minas Gerais e Mato Grosso do Sul. A extração de ouro e diamantes, especialmente em Minas Gerais e Goiás, enriqueceu a coroa portuguesa.
No século XVII, a grande riqueza brasileira era o açúcar, mas a produção entrou em crise durante a fase de conflitos para combater a ocupação holandesa. Os aventureiros precisavam encontrar novas fontes de recursos. Isto levou à organização das bandeiras, cujos financiadores e líderes ficaram conhecidos como bandeirantes. Alguns entraram para a história, como Raposo Tavares, Borba Gato e Fernão Dias Pais, o Caçador de Esmeraldas.
A expansão territorial permitiu a ampliação da agricultura, a criação de gado bovino e, mais tarde, a extração de látex na Amazônia. As entradas e bandeiras ajudaram a desenhar o mapa brasileiro, avançando em direção ao oeste, mesmo que a custo da destruição de milhares de índios.