Perder e ganhar peso sucessivamente, o chamado efeito sanfona, prejudica a estética e pode provocar doenças. O organismo, depois de muito tempo sendo sacrificado desta forma, pode inclusive criar certa resistência ao emagrecimento. Isto acontece porque o corpo passa a entender que precisa manter os estoques de gordura necessários à produção de energia.
Manter o peso ideal é um desafio pra muitas pessoas. Muitos exageram na alimentação e adquirem uns quilinhos extras, facilmente identificáveis na barriga dos homens e nos quadris das mulheres. Surge, então, uma nova dieta milagrosa, garantindo a perda rápida de peso. A aproximação de uma festa ou a chegada do verão também são motivos para tentar chegar à boa forma física.
No entanto, dietas excessivamente restritivas, como as que impedem a ingestão de carboidratos ou gorduras, são muito difíceis de ser seguidas à risca, justamente por provocarem fome. Geralmente, são abandonadas ou seguidas por uma semana ou 15 dias, após o que a pessoa retoma seus maus hábitos alimentares.
Evitar o consumo de carboidratos, a não ser com acompanhamento médico e nutricional, é totalmente contraindicado. Alimentos como massas, leguminosas e batata são necessários para a produção de glicose, queimada no interior das células para que estas mantenham suas atividades. Sem glicose, o corpo vai usar as proteínas disponíveis para garantir o combustível necessário, impedindo a recuperação dos músculos (vale lembrar que o coração também é um músculo).
Já a eliminação das gorduras efetivamente permite a rápida perda de peso, mas devorar uma peça de picanha no primeiro dia após fim da dieta provoca o tão temido efeito sanfona, responsável pelas estrias e que também aumenta o risco de câncer no rim. Outras doenças autoimunes, cardíacas, respiratórias e vasculares estão relacionadas à obesidade, e não diretamente ao vaivém do engorda-emagrece.
A única forma de manter o peso ideal é a reeducação alimentar. É preciso consultar um nutricionista, para que ele desenvolva um cardápio personalizado, baseado nas necessidades do paciente de acordo com seu histórico de saúde, idade, sexo, etc.
Porque ocorre o efeito sanfona
As células de gordura são formadas ainda na infância e, quando comemos demais e de forma desequilibrada, elas incham e se dividem, formando uma camada lipídica mais espessa.
Quando emagrecemos muito rapidamente, o cérebro interpreta a perda de peso como um risco para a integridade física e passa a queimar menos calorias, ou seja, provoca a redução da velocidade do metabolismo. Trata-se de uma estratégia de preservação, até que o “equilíbrio” seja retomado. Na verdade, é um grave desequilíbrio, mas o corpo se acostuma e o sistema nervoso passa a entender que o excesso de peso é normal.
A única maneira de afastar os riscos do efeito estufa é mudar o estilo de vida e manter uma alimentação adequada para sempre, e não por apenas determinados períodos. É preciso se conscientizar de que a obesidade é um problema sério que, além dos danos à saúde, prejudica a autoestima e pode levar à depressão, em pessoas predispostas ao distúrbio.
Em algumas ocasiões, o acompanhamento psicoterápico, ao menos na primeira etapa do emagrecimento real, seja necessário. A compulsão por comida é também uma dependência psicológica.
A reeducação alimentar não faz milagres. A perda de peso leva muito tempo, em comparação com regimes como a dieta da alface, do chá e dos líquidos. Mas os resultados obtidos são duradouros. Ao emagrecer com critério, progressivamente retomamos a saúde, a disposição e a boa forma. Aliada a exercícios físicos regulares, a dieta balanceada traz benefícios em todos os aspectos.