Trata-se de uma hipótese remota, mas cientistas acreditam que seja possível parar o tempo, mas esta é uma hipótese no mínimo catastrófica. Um estudo feito por uma equipe de especialistas americanos e japoneses indica que, em 3,7 bilhões de anos, o tempo pode simplesmente deixar de fluir. Qualquer tentativa de reduzir este prazo redundaria no fim do universo.
Os cientistas chegaram a esta conclusão avaliando dados sobre o “Big Bang”, a grande explosão que deu origem ao tempo e à matéria, segundo a qual o universo surgiu, há 13 bilhões de anos. Desde então, o universo está em contínua expansão, provavelmente em ritmo mais acelerado. Isto, no entanto, contraria as leis da Física – ao menos da Física clássica.
De acordo com cálculos astronômicos, existem chances de 50% de o tempo parar no prazo determinado pelo estudo. Isto em nada afetaria a vida na Terra, já que todas as espécies de vida já estarão extintas. Além disto, o próprio Sistema Solar deve começar a dar mostras de cansaço daqui a “apenas” 1,5 bilhão de anos, quando tiver o início o processo da morte do Sol. Ele ainda estaria brilhando – e com muito mais força – na data marcada para o tempo parar. A expansão da estrela determinará o aquecimento excessivo de todos os astros que o orbitam.
Mas o que aconteceria se a humanidade ainda estivesse viva no planeta no momento do cataclisma sideral? É fácil responder a esta questão. O processo seria tão devastador que determinaria a cessação completa de toda a atividade das galáxias. Os seres vivos do futuro não sentiriam absolutamente nada; seriam lançados para um universo caótico em uma fração de tempo tão mínima que nem existe atualmente uma medida para descrevê-la.
Outra hipótese é o “Big Crunch” (grande colapso), segundo a qual, se o universo teve início com uma grande explosão, deve terminar do mesmo modo, só que inversamente: ao invés de matéria e energia se lançarem no espaço em um processo de expansão, tudo se reduziria a uma concentração da matéria em um ponto minúsculo, denso e quente, como seria observável antes do “Big Bang”.
Esta teoria é cíclica: depois da condensação da energia, haveria uma nova grande explosão e a consequente formação de galáxias e outros astros para, depois de alguns bilhões de anos, sofrer novamente uma contração. Para o “Big Crunch”, portanto, o tempo não para, mas faz pausas depois de períodos para nós intermináveis.
Um exercício de criatividade
Um exemplo prático, mas ainda impossível de parar o tempo: imagine sobrevoas a linha do Equador. Os fusos horários, que cruzam perpendicularmente este círculo imaginário, estão situados a mil milhas (1.600 km) de distância uns dos outros. Se o avião pudesse se mover em direção a oeste a uma velocidade um pouco superior a 1.600 km/h, ele cruzaria um fuso horário a cada hora.
Serpenteando, o superjato estaria sempre entre os fusos que delimitam o meio-dia e 13h, por exemplo. Com isto, o Sol estaria sempre a pino, batendo de chapa sobre o avião e as cabeças dos passageiros e tripulantes. Se fosse possível manter o voo indefinidamente, a hora pouco se alteraria; seria uma espécie de “perseguição ao meio-dia”, fato digno de um filme de ficção científica.
Mas, se as horas estivessem congeladas, o mesmo não aconteceria com o calendário continuaria, que continuaria tendo arrancadas as folhinhas das datas. A posição relativa do Sol em relação à Terra apresentaria muito poucas alterações, mas, em um giro completo sobre o Equador, a cada vez que o avião cruzasse a linha internacional de data (no meridiano 180°), que une os polos Norte e Sul, sempre em direção a oeste, um novo dia estaria anotado.
Como os países precisam ter um “dia oficial”, a linha internacional da data é totalmente irregular, para não cruzar fronteiras e atrapalhar empresas, instituições e órgãos públicos.
Parando o tempo
Uma curiosidade sobre esta linha: o primeiro a cruzá-la foi o navegante português Fernão de Magalhães, o primeiro a dar um giro completo pelo planeta, em 1519, quando finalmente a esquadra retornou à Espanha, infelizmente seu o seu comandante, os marinheiros tinham certeza de que estavam em determinada data (confirmado nos registros diários de navegação), mas o pessoal em terra insistia em dizer que a data era outra.
O fato causou tanta comoção que uma delegação especial foi enviada ao Vaticano, para contar ao papa Adriano VI fatos sobre a viagem e a estranha alteração do calendário. Autoridades de Roma chegaram a propor uma “proibição da linha internacional da data”, imaginando que, ao cruzá-la, fosse possível voltar no tempo. O fato foi deixado de lado, já que eram necessários quase quatro anos para completar o percurso, o que tornava o avanço ou recuo de um dia pouco importante.
Viajando no tempo
Estamos continuamente viajando no tempo. Uma constatação simples: tomamos café pela manhã (passado), almoçamos (presente) e, em algumas horas, com a chegada da noite (futuro), conseguir prever que iremos jantar. A questão é outra: seria possível saltar mais ou menos instantaneamente do ponto atual para o passado ou para o futuro?
Criar atalhos no tempo e “aterrissar” em outras épocas é mais um tema comum na ficção científica. No entanto, quando o físico alemão começou a estudar o tempo e o espaço, percebeu que estas grandezas não são iguais para todos: elas dependem de distorções gravitacionais locais e também da velocidade de deslocamento do referencial. Para simplificar, quanto mais rápido viajamos, mais devagar o tempo passa para nós.
Assim, se fossem viáveis deslocamentos ultrarrápidos pelo espaço, próximos à velocidade da luz (de 300 mil quilômetros por segundo), seria possível parar o tempo. Viajando por cinco anos-luz (o tempo que a luz do Sol demora para chegar a determinado ponto do espaço) a 80% da velocidade da luz, o “plano de voo” estabeleceria um período de 6 horas e 15 minutos para a ida e para a volta. Na espaçonave, porém, o tempo transcorrido seria de apenas de 3 horas e 45 minutos, uma “economia” de sete horas e meia em que, para os tripulantes, o tempo estaria congelado.