Os primeiros motores eram movidos a vapor, mas logo os combustíveis fósseis se mostraram mais eficazes e colocaram uma região quase desconhecida em destaque: o Oriente Médio, onde estão os maiores produtores de petróleo do mundo: Arábia Saudita, Irã, Emirados Árabes, Kuwait e Iraque. Os combustíveis derivados do petróleo – gasolina, querosene de aviação e óleo diesel – são os mais utilizados, mas existem fontes mais limpas e renováveis, como o etanol, produzido especialmente a partir da cana-de-açúcar e do milho.
O Oriente Médio, no entanto, é muito instável: nos últimos 150 anos, fez parte do Império Turco, da Comunidade Britânica das Nações e, a partir dos anos 1950, os países da região começaram a conquistar sua independência, mas o conflito entre árabes e israelenses permanece: até hoje, uma resolução da Organização das Nações Unidas (de 1948), que determina a instalação de um Estado palestino, ainda não foi plenamente obedecida.
Por isto, outros países começaram a prospectar petróleo para mover seus veículos. Hoje, Rússia e EUA estão entre os maiores produtores e o Brasil deve figurar no Top Ten nos próximos anos. Os combustíveis derivados do petróleo são muito poluentes, mas a consciência ambiental é relativamente recente. Com o avanço do conhecimento sobre os males à saúde e ao meio ambiente, pesquisadores continuamente buscam outras fontes de energia.
A queima de gasolina e diesel (que são misturas de centenas de hidrocarbonetos, substâncias produzidas com moléculas de carbono e hidrogênio) provoca a liberação de dióxido de carbono (que sequestra parte do oxigênio presente na atmosfera e determina o efeito estufa) e, por isto, os dois combustíveis estão no topo do ranking de poluição. Os gases dos escapamentos dos automóveis também apresentam substâncias nocivas, como óxidos de nitrogênio, monóxido de carbono e hidrocarbonetos não queimados, mas estas substâncias são filtradas pelos catalisadores (que não equipam os modelos antigos).
A gasolina aditivada recebe substâncias detergentes que ajudam a eliminar detritos presentes no combustível que, no médio prazo, provocam danos às peças do motor. Os motoristas que optam por ela devem abastecer seus carros em postos confiáveis, para garantir a “saúde” do automóvel e não comprar gato por lebre.
Quem roda muito (ao menos 100 quilômetros diários), como taxistas e entregadores, pode optar pela conversão do motor para o GNV, o gás natural veicular, que representa uma economia de até 65% em relação à gasolina, dependendo das condições do automóvel. Em média, a conversão sai por R$ 2.500. A desvantagem é que o cilindro ocupa parte do porta-malas.
O etanol para mover automóveis é produzido em escala comercial no Brasil desde os anos 1970 e a indústria sucroalcooleira progrediu muito desde então. Mas não se trata de uma fonte limpa: a combustão do álcool combustível também libera, em menor teor, dióxido de carbono. A produção também responde pela redução da biodiversidade (por exigir maiores áreas para o cultivo de cana-de-açúcar, milho, etc.), pela contaminação das águas e do solo (pelo uso excessivo de defensivos agrícolas), pela compactação do solo (pelo uso de máquinas pesadas, como tratores) e pelo consumo intenso de óleo diesel em todas as etapas de cultivo.
O etanol também é menos potente, por apresentar menor poder calorífico. Um litro de gasolina produz 37,5% mais energia do que um litro de álcool. Por isto, um rodasse que fizesse 10 km/l com gasolina, faria apenas 7,27 km/l com o etanol. No entanto, a gasolina (e também o diesel) vendida no Brasil recebe um percentual de 25% de álcool em sua formulação.
O biodiesel, usado em caminhões e ônibus, é outro combustível obtido a partir de fontes renováveis, como mamona, soja, dendê ou girassol, misturadas a etanol ou metanol. Ainda está em estudos, mas a produção em escala comercial tornaria muitos países menos dependentes do petróleo. Sua produção apresenta as mesmas deficiências do etanol, mas o plantio pode sofrer um rodízio (a cada safra, um novo vegetal seria cultivado), fato que poderá melhorar a qualidade do solo.
Outras substâncias estão nas pesquisas de laboratório, com bom potencial para se tornarem combustíveis menos poluentes: é o caso do caramelo, borra de café, fraldas usadas e até da urina, que contém dois gramas de ureia a cada 100 mililitros, e esta ureia deve ser transformada em hidrogênio, para mover os motores. É algo para ser conferido nas próximas décadas.