As dietas vegetarianas não são todas iguais. Enquanto algumas admitem o consumo de alguns tipos de carne branca e magra, a mais radical, a dieta vegetariana estrita, elimina todos os itens de origem animal, como ovos e leite e seus derivados. Os seguidores desta forma de alimentação são conhecidos como veganos.
Na dieta ovo-lactovegetariana, ovos, manteiga, leite e queijos entram no cardápio. A lactovegetariana exclui os ovos, mas mantém os laticínios. O ovo-vegetarianismo elimina os derivados do leite, mas permite a ingestão de ovos. No piscovegetarianismo, os peixes entram na dieta, juntamente com cereais, legumes, verduras, tubérculos e frutas (a dieta macrobiótica, uma das mais comuns, faz parte deste grupo). Em comum, todas as dietas vegetarianas recomendam o consumo de grãos integrais.
Em se tratando de alimentação, não existem formas não naturais de nutrição. O homem é um ser onívoro, que desde a origem se alimentou de vegetais e animais. As “provas” disto são nossos dentes, desenvolvidos para rasgar, cortar e moer, e nosso sistema digestório, projetado para digerir vários tipos de alimento, inclusive carne. Os problemas com a saúde começaram com a maior disponibilidade de itens de origem animal e segue hoje com os produtos industrializados, sempre com muito sódio e gordura.
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As dietas vegetarianas são um fato relativamente recente. Com exceção dos gorilas, todos os antropoides (nós, os chimpanzés, bonobos e orangotangos) evoluíram ingerindo principalmente insetos e pequenos roedores. O crescimento da caixa craniana, permitindo maior massa cerebral e encefálica, é consequência direta da ingestão de alguns nutrientes encontrados apenas nos alimentos de origem animal.
Bons motivos para se tornar vegetariano
Muitas pessoas adotam as dietas vegetarianas em respeito à vida e ao meio ambiente. Efetivamente, a atividade pecuária é responsável pela emissão de gás metano, um dos elementos que forma o efeito estufa. Os detratores da dieta, no entanto, afirmam que vegetais também são seres vivos e sua produção consome muita água e é elitista, impraticável entre a população de baixa renda.
Estudos médicos indicam que os vegetarianos têm menor propensão para desenvolver doenças cardíacas, osteoporose e vários tipos de câncer (inclusive os de mama e de próstata, que são as neoplasias mais comuns respectivamente entre mulheres e homens, depois do câncer de pele).
De acordo com a Associação Americana de Nutrição, apesar de a maioria dos vegetarianos também se absterem de bebidas alcoólicas e tabaco, dois fatores que beneficiam tremendamente a saúde, a dieta está diretamente relacionada à redução da incidência de doenças degenerativas, como mal de Parkinson, mal de Alzheimer e demência senil.
Muitos médicos relatam ter obtido bons resultados no tratamento de cardiopatas, com a adoção do vegetarianismo estrito, exercícios físicos e métodos para redução do estresse. A qualidade de vida é melhor; os sinais clínicos são francamente superiores em relação a pacientes que mantiveram o consumo de carne.
Os riscos da dieta
Um dos principais problemas dos vegetarianos é a carência da vitamina B12, que não é sintetizada pelos vegetais. A vitamina é fundamental para a produção de aminoácidos e ácidos nucleicos e das hemácias (células vermelhas do sangue, responsável por transportar oxigênio para todo o organismo). Também age na manutenção do sistema nervoso e estudos indicam que é útil na prevenção de acidentes vasculares cerebrais e de problemas cardíacos.
Existem suplementos de vitamina B12 disponíveis no mercado, mas eles são produzidos a partir de gordura animal e, portanto, não fazem parte da dieta vegetariana. Os estoques de vitamina B12 permanecem no organismo por vários meses (ao contrário da vitamina C, que precisa ser reposta diariamente), motivo por que os efeitos da carência demoram para se manifestar.
A carência determina anemias. Os responsáveis pela sintetização da vitamina B12 são bactérias, ingeridas juntamente com as carnes (bovina, supina, caprina, ovina, peixes e aves) e seus derivados. Não existem outras fontes, o que significa uma contraindicação para a dieta vegetariana estrita. A vitamina B12 é termoestável, o que significa que ela resiste ao cozimento.
Outros nutrientes importantes, como as vitaminas A, D, E e K, gorduras e aminoácidos estão presentes especialmente nos produtos de origem animal, mas a dieta vegetariana é capaz de substituí-los. Um vegetariano precisa ter muito cuidado com o cardápio diário, para obter os nutrientes necessários ao equilíbrio orgânico.
Existem diversos sites que indicam dietas vegetarianas, mas uma boa dica é fazer pratos muito coloridos, que garantem o consumo balanceado de proteínas, carboidratos, sais e vitaminas. Preferencialmente, deve-se procurar o aconselhamento de um nutricionista, para elaborar um cardápio adequado ao ritmo de vida, faixa etária e condições de saúde.