A magreza está na moda e é o objetivo perseguido principalmente pelas mulheres: ter o corpo de uma top model é o ideal de muitas jovens. Mas a perda de peso não pode ser obtida com riscos para a saúde e diminuição da qualidade de vida: quem quer emagrecer deve procurar orientação médica e nutricional e estabelecer metas factíveis, de acordo com o tipo físico, e principalmente evitar certas dietas que não funcionam ou eliminam os quilos extras à custa da retirada, do cardápio, de elementos fundamentais para o dia a dia.
Em primeiro lugar, é preciso eliminar alguns mitos: pular refeições não é uma boa forma de perder peso. Esta atitude só faz a pessoa sentir fome e atacar doces e salgadinhos. Enquanto numa refeição balanceada são consumidas 600 calorias, uma única coxinha de frango possui mais de 200.
Comer à noite é outro fato que não faz jus à fama. Jantar e ceia são refeições importantes e não devem ser substituídas. A única situação que deve ser evitada é alimentar-se e dormir em seguida. Durante o sono, o metabolismo é mais lento, permitindo maior absorção de gorduras. Sopas em geral são menos calóricas, mas não dão a sensação de saciedade e podem ser responsáveis por “assaltos” à geladeira.
Carne vermelha não é prejudicial à saúde: ao contrário, é uma das principais fontes de proteínas e ferro (na forma mais fácil de absorção pelo organismo humano). Numa dieta, o que deve ser evitado são as carnes gordas (inclusive o peito de frango com a pele), justamente pela quantidade de gordura, responsável também pelo aumento do colesterol, que gera problemas cardiovasculares no médio prazo.
Fast food, pizzas e esfihas também não precisam ser eliminados do cardápio. Basta reservá-los para uma única refeição no fim de semana, assim como o consumo de refrigerantes, por causa do excesso de açúcar (e de sódio, no caso dos refrigerantes light). No entanto, é preciso ser moderado: três pedaços de pizza já é um exagero.
As principais dietas a serem evitadas são as que recomendam o consumo de um único alimento: são as dietas do abacaxi, da alface, do repolho e até das sopinhas de bebê. Além de reduzir drasticamente a ingestão de determinados nutrientes, como proteínas e sais minerais. Os defensivos são muito utilizados na produção agrícola e, por isto, ficar o dia todo comendo apenas gorduras aumenta o consumo de agrotóxicos.
O pior destas dietas é que, sem reeducação alimentar, o fim da dieta significa o retorno aos doces e gorduras e novo aumento de peso. O efeito sanfona não traz apenas problemas estéticos: prejudica, entre outros, o funcionamento do fígado e a circulação sanguínea. Estas dietas radicais efetivamente dão resultados, mas são passageiros e, num mecanismo de compensação, provocam hiperalimentação e a pessoa se torna mais obesa do que antes.
As famosas dietas de vegetais apenas eliminam líquidos do corpo, com o resultado aparente de perda de peso, em função da eliminação do inchaço. O mesmo efeito pode ser obtido apenas com o aumento de líquidos durante o dia – que podem ser frutas ou mesmo água.
Existem dietas ainda mais malucas. Por exemplo, a dieta do ar, que surgiu entre artistas franceses, consiste em apenas segurar os alimentos e aspirar o aroma, sem comê-los. Haja disciplina para um gordinho conseguir fazer isto. Na dieta da Bela Adormecida, em que se tomam calmantes diariamente, para ter um sono mais profundo. Além de não ter resultados comprovados, pode provocar dependência e problemas de saúde.
Na dieta do bebê, a pessoa come purês durante o dia todo, um belo jeito de passar muita fome. A redução drástica do consumo (algumas dietas cortam 75% das calorias diárias) faz o organismo queimar gordura, mas a pessoa também perde massa muscular. Alguns candidatos à magreza tomam injeções de HCG (coriogonadotropina humana), que também afeta os músculos, e é preciso lembrar que o coração é dos músculos do corpo humano.
Recorrer à acupuntura é um dos recursos procurados pelos que estão acima do peso. Uma das técnicas é fazer diversas perfurações na cartilagem da orelha, região que, na medicina tradicional chinesa, responde pelas compulsões (e comer excessivamente é uma delas). Não existem estudos conclusivos, mas o risco de infecções é bem grande. Quem se submete ao grampeamento (nome dado à técnica) deve redobrar os cuidados com a higiene da região.
Comer bolas de algodão antes das refeições é outro truque para enganar a fome. Não funciona: a pessoa come as mesmas porções de sempre. As fibras do algodão também podem prejudicar o funcionamento dos intestinos, provocando diarreias e a consequente perda de nutrientes, o que pode causar a perda de alguns quilos, mas a um custo alto para a saúde.
Não existem soluções mágicas. Há pouco mais de dez anos, circulou uma dieta atribuída à mediunidade de Chico Xavier. Quem já leu qualquer mensagem psicografada sabe que as entidades que acompanharam o médium durante a sua trajetória têm mais o que fazer do que cuidar da silhueta humana.
Quem está acima do peso precisa consultar um endocrinologista e/ou nutricionista, para submeter-se a uma dieta racional que garantirá a perda de peso e a manutenção do peso ideal, não apenas com uma dieta adequada, mas com exercícios físicos.
Gordinhos nunca terão a forma de um top model famoso – e é preciso lembrar que a magreza extrema também prejudica a saúde. Mas poderão atingir um peso adequado, e não é preciso um esforço titânico para isto. O tempo gera o hábito. E a saúde agradece.