Desde o século XVII, o homem costuma velejar por esporte e lazer. Os veleiros, que nasceram como meio de transporte e recurso para pesca, logo encantaram os navegantes. São embarcações simples, leves, fáceis de montar (mesmo por crianças) e de levar de um lugar para outro.
Nada melhor para introduzir-se neste esporte do que conhecer o nome das velas, responsáveis pela condução do barco. A vela mestra é a vela principal da embarcação. Ela auxilia no equilíbrio e direção, juntamente com o leme e o contrapeso dos tripulantes. A buja é a vela de proa (a frente do barco): funciona como um acelerador, mas, se mal regulada, atua exatamente ao contrário: trava o veleiro. Vela mestra e buja são usadas para orçar, ou velejar contra o vento. O balão é uma vela geralmente colorida, usada com vento de popa (a traseira); ele ajuda muito nas manobras. No kitesurf, usa-se a vela pipa.
A classe Optimist é a porta de entrada da vela, indicada para crianças a partir dos sete anos. Os barcos possuem dois flutuadores, os chamados salsichões, o que permite maior estabilidade. A proa é reta, parecida com uma caixa. Aliás, conta a lenda que crianças da Noruega usavam caixotes, prendiam uma vela e saíam navegando, e daí surgiu o formato deste veleiro, que é equipado com apenas uma vela, o que facilita a montagem.
Veja também: Benefícios do remo
Os escaleres, daysailers e keelboats podem ser tripulados por uma ou duas pessoas e também são fáceis de manobrar. As outras classes da vela são:
• raquero, para pessoas a partir dos 14 anos, equipado com vela balão e trapézio, equipamento que equilibra o peso dos tripulantes para barlavento – o lado de onde sopra o vento. Os raqueros podem ser tripulados por até seis pessoas.
• sharpie 12 m², indicada para duplas mais experientes, pois é equipada com as velas básicas, genoa e carangueja, que permitem manobras mais rápidas (e grandes tombos, para velejadores inexperientes);
• snipe, em que o conhecimento técnico é mais importante que o esforço físico. São apenas duas velas: a principal, regulada pelo timoneiro, e a buja, pelo proeiro; existem competições oficiais da classe desde 1932;
• star, esporte olímpico, para dois tripulantes. Possui área velica de 26,5m e mede 7m. Possui apenas um mastro e quilha fixa, onde se prende o salsichão;
• tornado: é uma embarcação menor (não chega a 5m de comprimento), tripulada por um proeiro e um timoneiro. Pode alcançar 30 nós (56km/h), em boas condições de vento;
• vaurien: pequeno, simples, ligeiro e o mais barato das categorias profissionais. Possui duas velas, a principal e a genoa; o casco é chato, o que permite maior velocidade.
Quando for velejar, preste atenção a estas dicas:
• as adriças e manivelas (para içar as velas) precisam estar presas quando não estão sendo utilizadas, para evitar acidentes. Entre outros problemas, elas podem enroscar-se no mastro. Na linguagem dos velejadores, quem deixa a adriça prender-se na vela está enredado;
• uma latinha de verniz à mão é importante para fazer pequenos reparos no casco, como amassados e arranhaduras;
• um veleiro não pode navegar diretamente contra o vento, pois as velas podem se romper. A navegação correta é “de vento em popa” ou lateralmente, ao sentido do vento;
• use botas ou calçados de borracha ou neoprene. Você terá maior estabilidade nas manobras e seus pés ficarão secos. O colete salva-vidas também é um acessório importante, mesmo para os nadadores mais experientes.
Não são apenas os habitantes do litoral que podem praticar a vela. Entre outros locais, o lago Paranoá, em Brasília, a lagoa dos Ingleses, em Belo Horizonte, e a represa de Guarapiranga, em São Paulo, ficam lotados de veleiros. Algumas escolas oferecem cursos para crianças e adultos. Até idosos são vistos velejando e todos os pontos do Brasil.
Bons ventos.