O suor é uma adaptação evolutiva específica dos mamíferos. É uma forma de o organismo excretar ureia e cloreto de sódio, mas principalmente é um mecanismo para manter constante a temperatura do corpo. O líquido é inodoro, mas bactérias e fungos que colonizam a pele podem provocar mau cheiro, especialmente nas axilas, pés e virilhas (onde fica a maioria das glândulas apócrinas). Em contato com água quente e após a prática de exercícios físicos, as glândulas sudoríparas trabalham mais, para refrescar o corpo. Confira algumas dicas para reduzir o suor e acabar de vez com esse incomodo.
A transpiração excessiva geralmente tem início na adolescência. O aumento da produção dos hormônios sexuais pode determinar o mau cheiro nas axilas e na região genital. O crescimento dos pelos permite a estagnação do líquido, facilitando a proliferação das bactérias. Virilha e axilas depiladas ou aparadas podem reduzir o mau cheiro.
O problema começa quando a produção é excessiva – a chamada hiperidrose. Os indivíduos de algumas etnias humanas suam mais, demandando higienização mais frequente. Mas o suor pode estar relacionado a alguns fatores emocionais. Muitas pessoas suam muito quando precisam se apresentar em público, para apresentar um seminário ou participar de uma reunião.
A transpiração nas palmas das mãos e no rosto é um sintoma de que o problema é psicológico. Isto ocorre porque a ansiedade provoca o aumento da produção de hormônios como o cortisol. É o chamado suor frio, produzido pelas glândulas écrinas (distribuídas por todo o corpo) porque independe da temperatura externa. Técnicas de relaxamento e dessensibilização ajudam a reduzi-lo.
Quem sofre com o suor deve evitar alimentos picantes, como pimenta e curry, usar sabonetes antibacterianos, dar preferências a roupas de tecidos naturais (como algodão e linho), claras e folgadas, que facilitam a evaporação, e reduzir o consumo de bebidas alcoólicas.
Meias de tecido sintético acumulam o suor e provocam o famoso “chulé”. Dê preferência às de tecido natural, especialmente as semelhantes a toalhas.
Na menopausa, as ondas de calor determinam o aumento da transpiração. Água gelada ajuda a reduzi-la: consuma ao menos oito copos por dia. Pressionar uma esponja umedecida na nuca também provoca a redução da temperatura da pele. Incluir soja e sálvia na dieta favorece o alívio dos sintomas da menopausa e conseqüentemente pode reduzir o suor excessivo.
O estresse está diretamente relacionado à transpiração excessiva. Para lidar melhor com situações de tensão emocional, procure praticar ioga, meditação e principalmente fazer algumas pausas durante o dia para relaxar. Quem trabalha fora pode aproveitar algumas “escapadas” para o banheiro; aliás, o excesso de líquidos obriga o organismo a eliminá-los. Portanto, urinar a cada três horas permite a eliminação de ureia e ácido úrico, alimentos dos microrganismos da pele.
A escolha do desodorante é muito importante. Os antiperspirantes com bactericidas são os mais indicados. Em casos de hiperidrose, pode-se aplicar bicarbonato de sódio nas axilas e pés limpos e secos, aguardar alguns minutos e em seguida usar o desodorante. Não se esqueça de usá-lo também à noite. Outra opção é fazer compressas com chá preto: o ácido tânico desacelera a produção das glândulas sudoríparas.
Ionizadores também inibem a produção do suor. Quem tem hiperidrose pode se expor a estes aparelhos duas vezes por dia, durante duas semanas. Depois disto, bastam duas aplicações semanais.
Os pés transpiram muito mais do que as axilas. Escalda-pés com vinagre de maçã ou alecrim, entre outras ervas aromáticas, aliviam o fedor. Meias e calçados só devem ser calçados com os pés secos. O consumo de frutas secas também reduz a transpiração.
Algumas doenças, como hipertensão arterial, obesidade, problemas da tireoide, disfunções hormonais, diabetes e algumas infecções provocam o aumento da transpiração. Nestes casos, é preciso tratar a afecção, para que seja possível reduzir o suor.
A hiperidrose não é uma doença grave, mas prejudica a qualidade de vida e a autoestima. Em casos extremos, é preciso recorrer à cirurgia, com a aplicação local de toxina botulínica (botox) ou a remoção das glândulas sudorípara ou dos gânglios da cadeia simpática.