A gengivite é uma das doenças periodontais, que acometem o suporte (a gengiva) e a sustentação (cemento, que recobre a raiz dos dentes, ligamento periodontal, que liga o dente ao osso alveolar, e o próprio osso). Neste processo, a ação das bactérias presentes na boca provoca o acúmulo de tártaro e a inflamação e infecção de todas estas estruturas. Isto pode levar até à perda dos dentes, que têm sua mobilidade aumentada em função da ação das bactérias e toxinas. Felizmente, com algumas dicas simples, é possível prevenir e combater a gengivite.
O principal sintoma é a presença de sangue após a escovação ou em alguns alimentos – por exemplo, determinadas frutas, como maçãs. A doença é causada principalmente pela má higiene bucal, mas também ocorre por causa das alterações hormonais decorrentes da gravidez. Assim, a escovação três vezes ao dia, com a utilização de fio dental para retirar resíduos não alcançados pela escova, é suficiente para prevenir a gengivite.
Os cuidados para prevenir a gengivite
A escovação inclui, além dos dentes, as mucosas, língua e gengiva. É preciso posicionar a escova em um ângulo de 45° em relação aos dentes, para atingir a região em que a gengivite tem início. O fio dental pode ser usado uma vez por dia: a exceção fica por conta de pessoas que têm os dentes desalinhados (encavalados). Para estas, o ideal é consultar um dentista, para verificar as possibilidades de correção ortodôntica com aparelhos e, em alguns casos, extração dos terceiros molares (sisos).
A escova de dente deve ter a cabeça pequena, para atingir todos os cantos da boca, com cerdas macias, para não machucar as regiões mais delicadas da boca nem prejudicar o verniz dos dentes, e cerdas em tufos e cabo resistente (os emborrachados facilitam o manuseio).
O enxaguante bucal é um antisséptico que complementa a limpeza, repõe minerais, combate bactérias, auxilia no combate à gengivite e outros problemas bucais e pode ser aplicado à noite, após a escovação. Dê preferência aos produtos sem álcool.
Quando o problema se agrava, pode ser necessário recorrer a uma escova elétrica, que retira 90% da placa bacteriana, enquanto a escova manual retira pouco mais da metade disto (o restante é removido nas limpezas, realizadas nas visitas semestrais ao dentista). A indicação deve ser profissional, já que pessoas com gengivas muito sensíveis devem manter o método mecânico, menos agressivo.
Pesquisas indicam que mais da metade dos brasileiros não escovam os dentes corretamente. Isto, além de provocar doenças na boca, pode trazer complicações para quem tem diabetes, aumentar os riscos de males cardiovasculares e respiratórios.
Vale a pena assistir a um vídeo de escovação (há vários no YouTube – www.youtube.com), já que mesmo a limpeza pode ser prejudicial, se for muito vigorosa, e ter sempre – na pasta, bolsa ou mochila – escova e pasta de dente. Mesmo depois de um lanche rápido, a higienização da boca é necessária.
O fumo e o álcool em excesso (mais de uma dose diária para as mulheres, duas para os homens) reduzem sais minerais, como cálcio e potássio, fundamentais à saúde dos dentes e mucosas, facilitando o desenvolvimento da gengivite. A vitamina C, ao contrário, ajuda na fixação destes sais. Por isto, a ingestão de frutas cítricas (laranja, tangerina, abacaxi, etc.) é recomendada como auxiliar no combate aos problemas da boca.
A escova de dente também merece cuidados. Depois de ser usada, deve ser lavada e pulverizada com spray antimicrobiano. No próximo uso, deve ser lavada previamente. Ela deve ser guardada em local seco, fresco e fechado, para não ficar exposta a microrganismos. Se ficar sobre a pia, bactérias – inclusive coliformes fecais – estarão no ambiente e poderão contaminar as cerdas.
Escovas interdentais são indicadas para quem tem dentes espaçados, próteses dentárias ou usa aparelhos ortodônticos. As escovas devem ser trocadas a cada três meses, ou antes, se for percebido o desgaste das cerdas, ou para quem tem problemas imunológicos. Cremes dentais com flúor ajudam a reduzir os germes.