A fórmula é simples: calcular os rendimentos de todos os membros da família e garantir que as despesas que as despesas mensais fiquem abaixo deste valor, para garantir um fundo de reserva, que pode ser aplicado em investimentos financeiros para a formação de um futuro patrimônio – casa própria, carro, casa na praia – e para se precaver contra emergências, como viagens ou tratamentos médicos inesperados. Mas nem todos conseguem organizar o orçamento doméstico.
São muitos os erros que provocam o descontrole das contas. Entre eles, não planejar os custos sazonais – compras de Natal, férias, matrículas escolares, IPTU e IPVA. No entanto, o principal “pecado” quando se fala em orçamento doméstico é considerar o limite do cheque especial, o cartão de crédito e os empréstimos bancários como parte da renda pessoal.
Especialmente os empréstimos consignados, descontados na folha de pagamento, são um perigo para quem não consegue se controlar. Os bancos informam que não se deve comprometer mais do que 30% da renda total, mas isto deve ser avaliado de acordo com as condições de cada família. Por exemplo, se o rendimento é de R$ 1.000 e metade disto é consumido pelo aluguel ou prestação do imóvel, certamente um empréstimo de R$ 300 está muito além das possibilidades de endividamento.
Vale lembrar que empréstimos, mesmo com juros baixos (e eles estão subindo), devem ser tomados apenas para sanar problemas urgentes, e não para fazer compras ou pagar as contas. No mês seguinte, as faturas de água, luz, telefone, etc. estarão novamente na caixa de correspondência.
Como fazer para organizar o orçamento doméstico
O primeiro procedimento para o orçamento doméstico é organizar uma planilha, que pode ser feita no MS Excel ou baixadas de diversos sites, que já relacionam as receitas e despesas mais comuns, mas é importante anotar todos os gastos do mês, inclusive o cafezinho matinal na padaria da esquina, corridas de táxi, etc.
Existem receitas e despesas fixas e variáveis. Devem ser considerados os salários, bônus, gratificações, aluguéis recebidos, lucros com investimentos financeiros, ganhos eventuais com artesanato ou venda de doces e salgados, etc. Para o orçamento anual, o 13º salário também deve ser considerado.
Na relação das despesas, a maioria das pessoas sempre se lembra das faturas mensais, do aluguel ou prestação do imóvel, da mensalidade escolar, mas geralmente se esquece dos custos com transporte, refeições fora de casa, créditos do celular e os pequenos gastos diários, como o lanche das crianças, um sorvete, etc.
Devem ser relacionados os gastos com supermercados, feiras livres, açougue. Isto diz respeito não apenas às grandes compras mensais ou semanais, mas também as idas rápidas ao mercadinho local para comprar o ingrediente esquecido, o pastel na feira, etc. A disciplina é a palavra-chave para a organização do orçamento.
Já citamos as despesas sazonais, como o IPTU e a matrícula (não se esqueça de que a maioria das escolas propõe reajustes anuais ligeiramente acima da inflação registrada). No entanto, existem outras que não podem ser negligenciadas, como os gastos extras nos aniversários dos membros da família, a manutenção do automóvel, um convite para apadrinhar uma criança ou um casal de noivos, pintura da casa, etc. Existem também as despesas inesperadas, como o conserto das instalações elétricas ou o desentupimento de um ralo.
Nas compras de produtos e serviços do dia a dia, use preferencialmente o cartão de débito. Assim, será possível controlar estas despesas através do extrato bancário. Se necessário, estipule um saque semanal para os pequenos gastos, sem perder o controle.
Com todas as receitas e despesas anotadas, é possível prever o consumo mensal médio e criar uma provisão para os gastos extras e formar um patrimônio para a família, que pode ser usado para a mudança para um imóvel maior ou mais bem localizado, para a faculdade dos filhos, viagens, etc.
Organizar o orçamento financeiro permite realizar o planejamento da vida familiar. É uma tarefa simples, que toma pouco tempo do dia e pode ser dividida entre os membros, inclusive com as crianças, que aprendem desde cedo a necessidade de controlar o próprio dinheiro.