É uma unanimidade: acontece “por acaso” e, quando a gravidez é anunciada, as famílias fazem um barulho tremendo. Meses depois, as futuras avós estão empenhadas no enxoval e, quando o bebê chega, é uma grande festa. Esta história, no entanto, quase nunca tem final feliz. Um filho é uma grande responsabilidade e precisa de estabilidade para chegar à Terra. Antes disto, é melhor evitar. Confira algumas dicas para evitar uma gravidez.
Casais jovens estão se descobrindo e descobrindo o sexo. Compreendem que isto é uma maravilha. Realmente é, mas a função primordial do sexo é a reprodução. Nós evoluímos e colocamos a relação sexual em outro patamar: a troca do prazer, mas a “preservação das espécies” continua sendo o objetivo. Se ainda não é hora, é preciso saber evitar uma gravidez.
Na adolescência, gravidez e parto, especialmente para as meninas, é uma guinada de 180 graus na trajetória de vida: é necessário afastar-se (ao menos temporariamente) da escola, esquecer as baladas, renunciar a vários planos – que talvez nunca fossem concretizados, mas esta é outra história.
Como evitar a gravidez?
Existem muitos métodos anticoncepcionais – que evitam a gravidez. Alguns deles são classificados como contraceptivos: eles não impedem a concepção (o encontro entre óvulo e espermatozoide), mas criam uma barreira para a nidação (a fixação deste “encontro” no útero).
Entre adolescentes e jovens que ainda não mantêm relações estáveis (e monogâmicas), o melhor método para evitar a gravidez é o uso da camisinha. O uso correto evita a gravidez (em 97% dos casos) e também previne contra a maioria das doenças sexualmente transmissíveis.
Muitos casais, no entanto, fazem uma lista de reclamações sobre a camisinha. Os rapazes, em especial no início da vida sexual, sentem medo de, ao colocar a camisinha, acabar falhando na hora H, ou seja, perder a ereção. Se este for o caso, basta treinar algumas vezes em casa, sozinho.
Já se tornou lugar comum dizer que “é como chupar bala sem tirar o papel”. Não é: basta ter um pouco de criatividade e descobrir formas de colocar o preservativo de um jeito que dê prazer para os dois. Para quem ainda não sabe, existe também uma “camisinha feminina”.
Importante: o momento certo de pôr o preservativo é logo que o pênis fica ereto, ainda nas preliminares. Uma gota de esperma na entrada da vagina, mesmo antes da ejaculação, já pode ser suficiente para produzir uma gravidez.
O uso da camisinha é mais seguro quando combinado com outros métodos anticoncepcionais, como a pílula. Para isto, é necessário que a garota procure um médico ginecologista, para que ele faça uma avaliação geral, receite um medicamento com dosagens hormonais de acordo com as necessidades da paciente e, se for o caso, explique como elas devem ser tomadas no dia a dia.
As mulheres têm ainda outras opções, como o DIU (dispositivo intrauterino, que, como o nome diz, é inserido no útero, impedindo a passagem dos espermatozoides), diafragma, adesivos cutâneos, contraceptivos injetáveis e suspensão temporária da menstruação.
Métodos contraceptivos pouco eficientes
Apesar de ser o único método aceito pela maioria das igrejas cristãs, a tabelinha é um dos anticoncepcionais menos eficazes. De acordo com a duração dos ciclos menstruais, determina-se o período fértil (os dias mais prováveis da ocorrência da ovulação). O casal precisa se abster de ter relações sexuais nestes dias. Para a maioria das mulheres, porém os ciclos são bem irregulares. Além disto, a ovulação pode atrasar-se ou chegar mais cedo.
No método de Billings, observa-se a viscosidade do muco cervical, uma secreção natural, parecida com clara de ovo, sem cor nem cheiro, que sai pela vagina nos dias férteis. O problema é que algumas mulheres não apresentam esta secreção.
Ao medir a temperatura basal pela manhã, é possível determinar, através das variações térmicas, a ocorrência da ovulação (nestes momentos, a temperatura sofre ligeira elevação). Não é comum a todas as mulheres e é mais utilizado por quem está tentando engravidar.
Para se decidir pelo coito interrompido, é necessário possuir grande controle emocional. O método consiste em o rapaz, percebendo a aproximação da ejaculação, retirar o pênis (interrompendo o coito). Trata-se de uma verdadeira tortura, que pode resultar em uma relação insatisfatória para o casal. Além disto, o líquido expelido pelo pênis pode conter espermatozoides em número suficiente para gerar um bebê.
Pais e professores
No Brasil, a orientação sexual não é uma disciplina constante da grade curricular, mas um programa isolado praticado por algumas escolas públicas e particulares (e muito criticado por várias famílias, por questões de ordem moral, religiosa, etc.).
Não existe um conteúdo oficial a ser abordado, material de apoio oferecido pelas autoridades da área de Educação e os poucos cursos de qualificação atingem apenas um pequeno percentual dos docentes. Em muitos casos, a orientação sexual se transforma em aulas de anatomia humana.
Em casa, muitos pais resistem em conversar sobre a sexualidade com seus filhos adolescentes. Em pleno sexo 21, o sexo continua sendo um tabu. Mesmo a vacinação contra o HPV para meninas entre nove e 11 anos encontrou reprovação em alguns grupos da sociedade.
O resultado: desinformação. Crianças e adolescentes descobrem o sexo em conversas com colegas, quase sempre escondidas dos pais e professores, ou entram em sites para encontrar respostas para as suas dúvidas.
Vale lembrar que a internet informa, mas não educa. Sem engajamento, nossos filhos continuarão crescendo e reproduzindo lendas sobre o tema. Uma delas diz que “sexo, na primeira vez, não engravida”. Esta é a forma mais fácil de manter um número crescente de gestações indesejadas.