Há 20 anos, o computador era um equipamento sofisticado e caro. Desde então, ele se tornou cada vez mais popular e hoje é um eletrodoméstico, comum em muitos lares brasileiros: de acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), mais de 30% das famílias possuem um computador em casa, a maioria deles com acesso à rede mundial de computadores.
Para escolher um computador, no entanto, não é possível pensar apenas no preço. É preciso avaliar quem vai usá-lo e para quê. A maioria dos consumidores adquire uma máquina de desempenho modesto, pensando principalmente em acessar a internet, as redes sociais e jogos eletrônicos. No entanto, o computador permite muito mais, como produzir textos, planilhas e bancos de dados, organizar bancos virtuais de fotos e vídeos, tratar imagens, criar sites pessoais e mesmo trabalhar a distância.
Quando estes recursos são descobertos, quase sempre o computador escolhido se torna lento demais para as funções. Alguns não conseguem rodar determinados softwares, não têm espaço suficiente para arquivar todos os dados, chegam a travar ou simplesmente não conseguem acessar algumas páginas. “O primeiro computador, a gente nunca esquece”. Em geral, em função da raiva gerada pela baixa performance.
Mesmo assim, nem tudo está perdido. Dependendo da configuração, não é preciso trocar o equipamento: em muitos casos, é possível aumentar a memória de armazenamento (a capacidade do disco rígido, ou HD, onde ficam todos os arquivos), aumentar a memória randômica (RAM), responsável pelo rápido acesso aos programas e arquivos, instalar um leitor/ gravador de DVD, trocar o processador, a placa de vídeo, etc. Para uma máquina de dois ou três anos de uso, a atualização pode ser suficiente: basta escolher um técnico de confiança.
Computadores mais antigos, no entanto, quase nunca têm espaço físico para realizar este upgrade e podem não conseguir ler e rodar um programa lançado mais recentemente. Softwares de jogos e mesmo um modem mais rápido, por exemplo, exigem uma configuração superior ao hardware disponível: 1 Gbyte de memória RAM, placa de vídeo de 512 Mbytes, 256 Mbytes de memória disponível e o Windows 7, por exemplo. Neste caso, a troca do equipamento é mais indicada, inclusive porque vai agregar novas tecnologias.
O que analisar na hora de escolher
O primeiro passo é verificar o processador. O computador já foi chamado de “cérebro eletrônico” e, nas máquinas atuais, o “cérebro” é o processador. Para as atividades mais comuns, processadores mais antigos podem ser suficientes, mas para rodar jogos com gráficos em 3D, programas como AUTOCAD (para desenho técnico) ou Photoshop (para tratamento de imagens), os mais indicados são o Core I3, I5 ou I7 (da Intel) e o Phenom II, X3 ou X4 (da AMD). Os preços aumentam de acordo com a potência do computador. Importante: os processadores precisam de um cooler (uma espécie de ventoinha) para evitar o superaquecimento.
A placa-mãe faz a interligação do processador aos demais dispositivos do computador. Mesmo quando estes dispositivos são do mesmo fabricante, é preciso checar se eles são compatíveis. Nos equipamentos mais baratos, a placa-mãe é onboard, isto é, são integrados os equipamentos de áudio e vídeo. Isto, no entanto, pode comprometer o desempenho: quem trabalha com webdesign deve optar por uma placa-mãe offboard e, neste caso, as placas de áudio e vídeo precisam de encaixes para se integrar com a placa-mãe.
A placa de vídeo possui memória RAM própria: quanto maior esta memória, melhor será a exibição das imagens. Ela consome muita eletricidade e precisa de uma fonte de alimentação adequada.
Entradas: o mínimo aceitável das USB (que permitem a conexão de câmeras, filmadoras, pendrives, adaptadores de rede sem fio e diversos periféricos, como impressora, mouse e scanner) é de quatro entradas, enquanto é necessário no mínimo dois slots (soquetes, espaços destinados à instalação de novos pentes de memória RAM).
Falando em memória RAM: a última versão do Windows exige ao menos 2 Gbytes na versão 64-bit ou 1 Gbyte na versão 32-bit. Mesmo assim, técnicos de informática aconselham o mínimo de 4 Gbytes. Dê preferência às memórias DDR3, apesar de pentes DDR2 ainda estarem disponíveis no mercado.
O disco rígido também é importante, já que é ele que vai armazenar todos os dados: programas e arquivos. Para residências e escritórios de pequeno porte, recomenda-se um HD (hard disk) de 1 Terabyte (equivalente a 1.024 Gbytes), mas existem computadores equipados com HD de 4 Tbytes.
Mesmo considerando a possibilidade de arquivar textos e imagens em discos virtuais (muitos deles gratuitos), os softwares atuais ocupam muito espaço. Além disto, todo arquivo aberto gera um arquivo temporário, uma espécie de “seguro” para prevenir a perda de dados.
Além da capacidade do HD, é preciso verificar sua velocidade, medida em rotações por minuto (RPM). O mínimo necessário é um disco de 7.200 RPM, do padrão SATA (Serial Advanced Technology Attachment). Os discos SCSI (Small Computer System Interface) são indicados para computadores de alto desempenho e para servidores de rede.
Drives de CD, DVD e Blu-ray não interferem no funcionamento do computador, mas são úteis para o armazenamento e também para quem pretende assistir a filmes. Uma unidade de blu-ray permite a gravação de até 25 Gbytes de vídeos com alta resolução.
Os monitores mais comuns são os de LCD (Liquid Crystal Display) e LED (Light Emitting Diode), que acompanham a maioria dos computadores comercializados atualmente. Com a popularização, os preços têm caído e é possível adquirir equipamentos com telas maiores, inclusive porque eles ocupam pouco espaço: uma tela de 20 polegadas widescreen é uma boa opção.
O mercado oferece computadores “de marca” (Itautec, Dell, etc.) e também os montados. Os primeiros contam com a garantia do fabricante e não é necessário se preocupar com problemas de superaquecimento, compatibilidade das placas, etc. Por outro lado, as configurações são limitadas e podem não satisfazer às necessidades do usuário. Neste caso, o ideal é optar por um micro montado.