Locais estranhos, ambientes arriscados, apreensão por um perigo real, são situações que disparam a ansiedade na maioria das pessoas. Ter medo é uma sensação natural, necessária para a preservação da vida. É um mecanismo natural, que garante a integridade, regido por hormônios e neurotransmissores.
No entanto, algumas pessoas desenvolvem ansiedade excessiva e isto pode prejudicar ou mesmo impedir as atividades diárias. Casos graves precisam ser avaliados por um profissional de psicologia, que indicará o tratamento adequado. Mas episódios isolados podem ser vencidos com algumas técnicas simples.
Mas antes de pensar nestas técnicas, é preciso identificar as causas da ansiedade, num exercício de autoconhecimento: descobrir se o disparo da ansiedade é real ou imaginário é importante. Outro ponto a ser considerado é a idealização do futuro: algumas pessoas traçam roteiros precisos e detalhados para o futuro próximo ou remoto – inclusive para parentes e amigos – e angustiam-se por não ver os projetos efetivados.
Deixando a ansiedade de lado
Ao fixar-se demais no passado, o presente é deixado de lado e as tarefas são negligenciadas. Ao preocupar-se demais com o que está por vir, a pessoa limita sua capacidade de ação no “aqui e agora”. Assim, o melhor a fazer é preocupar-se com o hoje, deixando os problemas de amanhã para amanhã.
A melhor forma para reduzir a ansiedade é a prática de exercícios físicos. Durante os treinos, a pessoa se esquece dos problemas imediatos e concentra a atenção na atividade desenvolvida. Mesmo sedentários podem fazer um esforço para caminhar aos menos três vezes por semana. A simples observação da paisagem e os cuidados necessários no trajeto já ajudam a aliviar tensões. A qualidade do sono também melhora, garantindo maior disposição para as tarefas.
Pessoas com tendência à ansiedade devem identificar as causas do estresse, para controlá-las. O estresse não é um mal em si: o problema está nas respostas inadequadas para superá-lo, que vão da irritabilidade à depressão. Pacientes ansiosos podem ser beneficiados como tratamentos alternativos, como a homeopatia e os florais de Bach.
A ioga fornece, ao praticante, instrumentos para controlar a mente e o corpo, através da combinação de técnicas respiratórias, corporais e de meditação, que aumentam a vitalidade e flexibilidade, fortalecem os músculos e garantem controle do estresse mais eficiente. Massagens corporais também eliminam pontos de tensão e podem ser usados como técnica desestressante.
O controle da respiração também ajuda. Inspira-se lentamente pelas narinas, com a boca fechada, até a dilatação do abdômen. Em seguida, expira-se, também devagar, pela boca. O exercício, que pode ser feito em qualquer lugar, deve ser feitos várias vezes. A técnica reduz as reações do sistema nervoso autônomo, eliminando a respiração ofegante, taquicardia e tremores.
Em situações nas quais a ansiedade se estende por um período mais longo, como a internação hospitalar de um familiar, por exemplo, é preciso evitar pensamentos negativistas e catastróficos. Adeptos de todas as religiões devem orar pela saúde do paciente, enviando vibrações de paz e tranquilidade e pedindo ao objeto de sua adoração o restabelecimento pleno.
Não se deve, no entanto, fazer o “jogo do contente”, ou seja, ser otimista em excesso. É preciso avaliar objetivamente a situação. Um parente em estado terminal dificilmente recuperará a saúde: é preciso preparar-se para os eventos futuros, mas sem ideias negativas. Quando o mau pensamento surgir, é preciso substituí-lo. Nos diálogos, o pessimismo deve ser substituído pelo realismo.
Algumas pessoas são naturalmente deprimentes. Enxergam calamidades nas situações mais prosaicas, aplicam a lei de Murphy (“se algo pode dar errado, fatalmente dará errado”) em todos os momentos, só conseguem enxergar problemas, nunca as soluções. Se for alguém próximo, é possível aconselhá-lo a mudar de atitude. Caso isto não dê resultado, deve-se afastá-lo do círculo de amizades.
O controle da ansiedade também pode ser obtido com o consumo de alimentos ricos em triptofano, substância que estimula a produção de serotonina. Chocolate e banana são exemplos, que devem ser consumidos com moderação. Alguns chás, como melissa, passiflora e camomila, têm propriedades calmantes e ajudam a relaxar.
A oração da serenidade, adotada pelos Alcoólicos Anônimos, pode ser aplicada também para os ansiosos: “Que Deus me dê serenidade para aceitar as coisas que não posso mudar, coragem para mudar as que posso e sabedoria para distinguir umas das outras”.