Despertar e levantar imediatamente ou ficar mais uns minutinhos na cama? Muitas pessoas escolhem a segunda opção, mesmo sabendo que é preciso trabalhar, ir para a escola ou fazer outras atividades. A prática é tão comum que boa parte dos despertadores vem com a função “soneca”, que permite dormir mais cinco ou dez minutos (aliás, para acordar bem disposto, evite despertar com uma cigarra estridente: programe uma boa música).
Quase sempre, o resultado é a correria para não se atrasar: arrumar-se correndo, tomar o café da manhã às pressas ou simplesmente ignorá-lo, disparar para a garagem ou o ponto de ônibus. Depois deste ritmo frenético, o organismo desacelera e o sono volta, “acompanhando” as atividades da manhã inteira. Mas, com algumas dicas simples, é possível acordar bem disposto e cumprir as tarefas do dia com mais qualidade.
Uma pessoa saudável geralmente tem problemas para acordar por um único motivo: a privação do sono. Há cem anos, dormíamos em média nove horas por noite. Atualmente, caiu para sete horas. O pior é que dormimos mal: assistir à TV ou ficar à frente da tela do computador por várias horas mantém o funcionamento cerebral, e mesmo quem não tem não tem problemas para conciliar o sono permanece com os músculos tensos nas primeiras horas do sono, fato que prejudica o descanso.
Na manhã seguinte, instalam-se o mau humor, dificuldade de concentração, problemas de memória. Mas isto pode ser superado com a adoção de algumas providências simples, que garantem um sono satisfatório, encerrado com uma forma adequada de acordar bem disposto.
A cafeína é um estimulante poderoso. O nutriente é encontrado no café, chá (branco, verde e preto) e no chocolate (dê preferência aos produtos sem açúcar ou ao cacau em pó). De manhã, uma xícara é suficiente para garantir uma dose extra de energia para o organismo. Evite estes alimentos a partir do final da tarde, para não prejudicar o sono.
O corpo funciona de acordo com o ciclo circadiano, palavra que significa “cerca de um dia”. À medida que crescemos, o organismo se acostuma a desenvolver suas tarefas em 24 horas, com algumas variações. É um mecanismo evolutivo: aprendemos a trabalhar com a luz do Sol e procurar defesa e descanso quando chega a noite. Fixar horários para dormir e acordar melhora a disposição.
Não é preciso ser exato, mas quem costuma recolher-se às 22 horas e, em determinado dia, se atrasa em uma ou duas horas, vai ter dificuldades na manhã seguinte. Mas é possível contorná-las. Como é o Sol que regula nossas atividades, abrir as cortinas do quarto é um “aviso” para o corpo: o dia começou.
Por sorte, a natureza nos dotou com grande capacidade de adaptação e mesmo quem manteve horários irregulares por longos períodos pode acertá-los em poucos dias. É o que acontece quando voltamos de férias: no início, o corpo quer continuar na cama, mas em uma semana o ciclo circadiano já está restabelecido. Os dorminhocos mais ferrenhos podem experimentar deixar a cortina semiaberta, para que a luz entre gradualmente com a chegada da manhã.
Quem tem filhos sabe que deixar as crianças brincarem até a hora de ir para a cama não é uma boa ideia: elas demoram mais para dormir. Desenvolver atividades mais tranquilas, como jogos de tabuleiro e de montar ou ler histórias na cama são excelentes formas de predispor ao sono. E bons hábitos adquiridos na infância tendem a se manter durante toda a vida.
Da mesma forma, um adulto precisa reduzir o ritmo no fim do dia com refeições leves, um banho relaxante, um livro ou música e, ao deitar-se, dedicar alguns minutos para um relaxamento. Observe os músculos da face, ombros, tórax, abdômen, quadris, braços e pernas e vá eliminando os pontos de tensão. Isto ajuda a atrair a sonolência e permite um descanso mais profundo.
Quando sentimos frio, temos sono: é mais um mecanismo da evolução. Assim, o ideal é começar os dias de inverno com exercícios, que podem ser feitos ao lado da cama ou no chuveiro, durante o banho matinal. A temperatura interna vai se elevar, deixando-nos mais dispostos. Bastam cinco minutos de atividade física.