O cecê é facilmente perceptível. As axilas estão mais expostas e o mau odor exala rapidamente. Talvez por isto, esta região do corpo recebe maiores cuidados, com talcos, desodorantes, antiperspirantes, etc. Já os pés estão firmemente “protegidos” por calçados e meias e o chulé só aparece quando nos descalçamos, geralmente fechados no quarto ou no banheiro. Mas o suor dos pés pode causar algumas “saias justas” bem desagradáveis, naqueles encontros imperdíveis ou mesmo em situações corriqueiras, como em uma consulta médica ou no vestiário do clube. Mas com algumas dicas simples, é possível neutralizar o chulé.
Este é um problema comum a todas as pessoas, mas os homens sofrem mais com o chulé, porque a testosterona – o principal hormônio sexual masculino (mas também presente no organismo das mulheres) – estimula a produção das glândulas sudoríparas. Além disto, os homens costumam usar sapatos mais fechados: a moda feminina é mais benéfica, ao menos neste sentido, com as sandálias e rasteirinhas. Além disto, as mulheres tomam muito mais cuidados com os pés.
A primeira dica é simples. Lave com água e sabonete e seque bem os pés antes de usar qualquer calçado (que, obviamente, deve estar higienizado). Muita gente tem preguiça, mas é preciso muito cuidado ao enxugar, especialmente entre os dedos.
Procure um hidratante que contenha ureia na formulação (são comuns no mercado): eles evitam e corrigem as rachaduras da pele, em que o suor fica depositado, permitindo a proliferação das bactérias que colonizam naturalmente a nossa pele e, em excesso, são as responsáveis pelo chulé. Buchas vegetais durante o banho ajudam a retirar o excesso de pele morta, o alimento dos microrganismos que, em excesso, provocam o chulé.
Uma vez por semana, faça uma esfoliação. Há produtos específicos disponíveis no mercado, mas há receitas caseiras: aveia (em flocos grossos) e leite, açúcar e água ou azeite misturado com fubá, sempre presentes na despensa. Massageie os pés com uma destas misturas, deixe agir por alguns minutos e enxágue com água abundante.
Faça um escalda-pés no final do dia. Existem equipamentos que permitem uma verdadeira hidromassagem para os pés, mas algumas bolinhas de gude no fundo de uma bacia permitem bons exercícios e garantem, como bônus, o relaxamento do corpo todo.
Sempre polvilhe talco antisséptico nos pés (existem opções em spray). Escolha os que não impedem o suor, necessário à regulação da temperatura corporal. Caso não encontre o talco nas farmácias, substitua-o por bicarbonato de sódio, comum em todos os mercados. Calce chinelos e deixe que os pés respirem por algumas horas.
Escolha calçados de couro, de tecidos naturais ou os tênis que permitem a respiração dos pés. Não use o mesmo sapato todos os dias e, ao final do dia, não se esqueça de limpá-los. As solas podem ser limpas com uma solução de álcool e água em partes iguais (ou álcool em gel) e a parte interna deve ser limpa com uma esponja seca.
Cadarços precisam ser lavados regularmente, porque também absorvem suor. Depois de secos, use talco ou bicarbonato de sódio e só guarde-os na sapateira na manhã do dia seguinte. Se tiver várias opções, mantenha os pares ao Sol por um dia todo.
Se os sapatos tiverem absorvido o chulé, salpique-os com sal de cozinha (o sal absorve a umidade), deixe agir por algumas horas e em seguida limpe-os conforme informado logo acima. Tênis de lona e outros tecidos precisam ser lavados à mão regularmente com sabão de coco (ou os indicados para roupas finas; sabão em pó comum aumenta a proliferação de fungos e bactérias e, portanto, o cheiro forte). Nunca os coloque na máquina de lavar, porque serão deformados.
As meias devem ser trocadas todos os dias, porque parte da flora dos pés fica depositada nelas; repeti-las por dois dias seguidos é um favor para as bactérias e um desserviço para nós. Dê preferência às meias de tecido natural, que absorvem o suor é permitem que os pés respirem. O material sintético mantém o suor junto à pele, provocando a proliferação e consequentemente o chulé.
Parece trabalhoso, mas são pequenos cuidados que não tomam muito tempo. Eles aumentam a autoestima e os pés – e colegas a parentes próximos – agradecem.