Os gatos tornaram-se animais de estimação há ao menos 6.000 anos, quando a humanidade começou a construir silos para depositar trigo, cevada, centeio, etc., para vender para outras culturas ou reservar para os períodos de frio, quando a agricultura fica prejudicada ou mesmo impossibilitada.
Com o acúmulo de grãos, vieram os roedores e outros parasitas, atraídos pela fartura de alimentos. Atrás deles, vieram os gatos, seus predadores naturais. Acabaram se acostumando com a presença humana e invadiram casas, quartos e camas.
A “higiene” dos gatos
Gatos não são higiênicos. Os próprios humanos só desenvolveram o conceito de higidez no século XIX, com a descoberta dos microrganismos. Antes disso, os homens relacionavam doenças à falta de limpeza, mas não sabiam explicar por quê. Durante milênios, a humanidade atribuía os males aos “humores” predominantes em cada organismo: sangue, fleuma, bílis amarela e bílis negra, produzidos respectivamente pelo coração, cérebro, fígado e baço.
Na natureza, em função de seu porte e hábitos, gatos são predadores, mas também são presas. Para impedir que os “inimigos” os encontrem, eles enterram suas fezes e urina, cujos odores são bastante fortes. Numa casa ou apartamento, no entanto, eles conseguem encontrar vários “esconderijos” para suas necessidades fisiológicas, caso não encontrem uma caixa de areia.
As raças
Os ingleses tornaram-se “viciados” em gatos. No século XIX, a Grã-Bretanha colonizou o Egito, Oriente Médio, Pérsia, Índia e Indochina, onde várias raças se desenvolveram ao longo dos séculos. Trazendo espécimes para seu país de origem, os britânicos desenvolveram novas cores, portes e formas.
Certamente, algumas raças surgiram em outros países. É o caso do maine coon, um belo gato de pelos longos para enfrentar o frio do estado americano do Maine. A criadora que desenvolveu a raça divulgou a lenda de que havia desenvolvido a raça, cujos animais são de grande porte, através do cruzamento entre gatos e guaxinins ou mãos-peladas (nos EUA, racoons, ou coons, entre os caipiras). Nos EUA, a raça é conhecida como “gigante gentil”.
Os padrões oficiais dos gatos, reconhecidos pelas sociedades internacionais, fazem uma série de exigências para conferir pedigree para os felinos. Por exemplo, persas de cores diferentes (e existem dezenas delas) não podem ser unidos para reprodução. Este é o motivo por que os persas pretos alcançam preços menores no mercado: várias outras sub-raças, quando cruzam, produzem filhotes de pelos negros.
O Brasil desenvolveu apenas uma raça: o pelo curto brasileiro. O pelo é deitado junto ao corpo, cabeça e orelhas de tamanho médio, proporcionais à largura da base, bem inseridas, olhos ligeiramente oblíquos e nariz da mesma largura da base até à ponta. Peito largo, pernas de tamanho médio e patas arredondadas, são gatos de porte médio. O corpo é forte e musculoso e o aspecto geral é de um animal ágil e elegante. Não é tão esguio como o siamês , nem tão corpulento como o persa. A causa, de comprimento médio, é grossa na base, afinando até a ponta. Foi reconhecido em 1998 pela World Cat Federation.
Quando se fala em genética, no entanto, só as raças de gatos: os de pelo longo e curto. Da mesma forma que entre os seres humanos, não existem diferenças significativas no genoma de um angorá ou ragdoll (que têm pelos longos) para justificar a classificação em raças diferentes, como ocorre com os cães.
O comportamento
As fêmeas da espécie são poliéstricas induzidas. Isto significa que não apresentam um ciclo definido para o cio (ou estro), que pode ser induzido por machos e outras fêmeas na mesma condição.
Enquanto as fêmeas são gregárias e territorialistas – vivem na companhia de outras, apesar de sempre haver uma gata “alfa” (a chefe do bando) e filhotes –, os machos são vagabundos. Vagueiam entre os diversos bandos, procurando oportunidades para cruzar. Desta forma, a Turma do Manda-Chuva desenho animado dos anos 1960, na verdade, só poderia ser formada por gatas.
Gatos são independentes e organizam sua própria rotina, apesar de os machos serem mais dóceis e afeitos a brincadeiras com seus donos. Não se pode esperar, no entanto, que eles exibam o comportamento de um cachorro. Existe uma definição que diferencia claramente os dois pets:
“Meu dono me alimenta, faz carinhos, deixa que eu durma na sua cama… Ele deve ser um deus”, pensa o cachorro.
“Meu dono me alimenta, faz carinhos, deixa que eu durma na sua cama… EU devo ser um deus”, entende o gato.
De qualquer forma, gatos são animais apaixonantes, que cativam seus proprietários. Até a observação de seus movimentos e ações é uma atividade relaxante. Que o digam os que sempre afirmaram “odiar gatos”, até que um bichano entrou em suas casas e suas vidas.