Em 1904, havia 55 mil veículos no mundo todo. Mesmo assim, cinco anos antes, ocorreu o primeiro acidente de trânsito com vítima, em Nova York (EUA), um homem se envolveu num acidente, a incríveis 20 km/h, que custou a sua vida.
Só em 1908 surgiu a primeira legislação sobre trânsito, referente a licenciamento de veículos e regras para obter a habilitação, em Rhode Island (EUA). No Brasil, leis específicas para regular o tráfego de veículos datam de 1941, apesar de haver leis isoladas anteriormente.
No Brasil, o primeiro acidente de trânsito registrado ocorreu no Rio de Janeiro e envolveu o poeta Olavo Bilac. Ele perdeu o controle do veículo que dirigia e chocou-se contra uma árvore. Felizmente, não se feriu gravemente.
Hoje, existe um bilhão de veículos em circulação (serão 1,7 bilhão em 2035), responsáveis pela emissão anual de quatro bilhões de toneladas de dióxido de carbono. Um litro de gasolina pesa apenas 0,8 kg, mas, combinado com o oxigênio (a combinação é necessária para mover os motores), produz 8,5 kg deste gás poluente.
A primeira estrada macadamizada (técnica que consiste em acomodar três camadas de pedra intercaladas com brita, com valas laterais para escorrer a água da chuva) da América Latina unia Petrópolis (RJ) e Juiz de Fora (MG): era a Rodovia União e Indústria. Ainda restam trechos preservados, mas a maior parte do tráfego foi absorvida por outras estradas mais modernas.
Muito antes da invenção do carro (o primeiro protótipo é de 1769, quando o francês Nicolas Carnot desenvolveu o triciclo com motor a vapor do escocês James Watt), já havia problemas de congestionamento e acidentes. O ditador Júlio César, em Roma, no século I a.C., proibiu o tráfego de rodas durante o dia. Mais tarde, foi limitado o número de carruagens que podiam entrar na cidade.
Nesta época, cidades como Roma, Pompeia e Herculano já tinham “faixas de pedestres”: eram pedras salientes, colocadas sobre o “asfalto romano”: camadas alternadas de pedras assentadas, brita e areia. As pedras salientes garantiam a travessia segura e eram colocadas com espaços, por onde passavam as rodas dos carros, que precisavam reduzir a velocidade para realizar a manobra. Já naquela época, havia preocupação em adaptar o ambiente aos pedestres, e não aos carros.
Uma pessoa atropelada por um veículo a 60 km/h sofre um impacto equivalente à queda do 11º andar de um edifício; acelerando um pouco mais, se o carro estiver a 80 km/h, o impacto é semelhante à queda do 45º andar.
Trânsito no Brasil
O pior congestionamento registrado no Brasil ocorreu em 2012, em São Paulo, uma das cidades mais congestionadas do mundo. A Companhia de Engenharia de Tráfego mapeou 295 km de filas de carros em toda a cidade no início da noite de 1º de junho.
O cálculo da CET, no entanto, não é muito confiável. O site Maplink, que rastreia 800 mil veículos equipados com GPS circulando na capital paulista, identificou 562 km de congestionamentos no mesmo período. A Companhia Brasileira de Transportes Urbanos calcula um prejuízo anual de ao menos R$ 500 milhões com os congestionamentos no país.
Acidentes de trânsito representam o segundo maior problema de saúde pública do país, só perdendo para a desnutrição. Ocorrem anualmente um milhão de acidentes, que provocam 30 mil mortes (metade delas de pedestres, ciclistas e motociclistas). Além disto, deixam um saldo de 350 mil feridos, um terço deles com sequelas permanentes. A frota brasileira representa apenas 3,3% do total de veículos em circulação no mundo todo, mas os acidentes fatais respondem por 5,5% do total mundial.
No Brasil, ocorrem 16 mortes no trânsito para cada grupo de cem mil pessoas. O campeão mundial é a Letônia, com 35 mortes por cem mil habitantes.
Nas principais regiões metropolitanas brasileiras, 44% da população andam preferencialmente a pé; 29% utilizam o transporte público (ônibus, metrô e trem); 19% recorrem ao transporte individual; 7% recorrem a bicicletas e apenas 1% pilotam motocicletas.