Para começar, um fato bem peculiar. A Guerra do Chá de Boston, como o fato ficou conhecida na história americana por ter iniciado uma série de revoltas que culminaram na vitória ianque durante a Revolução Americana e consequente, na independência do país.
Em dezembro de 1773, 30 meses antes de as 13 colônias se autointitularem Estados Unidos da América, houve um protesto dos americanos (então colonos da Grã-Bretanha). Eles jogaram a carga de três navios da Companhia Britânica das Índias Orientais no mar, logo à entrada do Porto de Boston.
A carga era do tradicional chá das cinco; assim, a afronta se tornou ainda mais temerária. A curiosidade desta história é que as autoridades inglesas haviam decidido reduzir os impostos sobre o chá, e não aumentá-los, mas a informação não chegou a tempo. O mentor da revolta foi John Hancock, que depois se tornou governador de Massachusetts.
Voltando às guerras americanas
A Guerra de Secessão Americana foi um movimento bélico que se arrastou por quatros anos, de 1861 e 1865, colocando os Estados do Norte, que eram abolicionistas, e os do Sul (chamados de Estados Confederados), que declararam a divisão do país. Foi o estopim da guerra.
Com o início dos conflitos, houve uma comoção nacional. Os partidos opostos queriam impor as suas razoes. Mas um fato chama a atenção pela curiosidade: Robert Lee, general confederado, não usava mão de obra escrava em suas fazendas, mas Ulysses Grant, líder do norte, mantinha um bom número de negros em suas atividades. Mais uma contradição: a constituição redigida pelo sul proibia o comércio de escravos em seus territórios.
Mais escravidão
Esta mancha na história teve duração de milênios. Mesmo em Atenas, famosa como berço da democracia, só dava garantias de direitos para seus próprios cidadãos. Estrangeiros poderiam ser escravizados se cruzassem as fronteiras gregas (que, àquela época, não estavam bem estabelecidas). Camponeses também não tinham direito de votar nem de discursar nas praças públicas.
O primeiro país a abolir formalmente a escravidão foi a Dinamarca, em 1792 – mas a lei demorou cinco anos para ser regularizada. Os dois últimos a libertarem os escravos foram Cuba (1886) e o Brasil (1888). Em algumas regiões africanas, no entanto, o problema persiste:
entidades de defesa dos direitos humanos calculam em 25 milhões o número de pessoas escravizadas no mundo todo, principalmente na África. A Mauritânia já aboliu formalmente a escravatura por três vezes (a última delas em 1980), mas os escravos continuam trabalhando para seus senhores.
No Novíssimo Continente
O holandês Abel Tasman foi um importante navegante, explorador e comerciante, trabalhando a cargo da Companhia Britânica das Índias Orientais. O comandante dirigiu importantes expedições nos oceanos Índico e Pacífico.
Em 1642, ele descobriu a Tasmânia (que tem nome em homenagem ao capital), as ilhas Fiji e a Nova Zelândia. Os europeus já sabiam da existência de muitas ilhas entre os dois oceanos, mas os mapas e cartas de navegação eram muito imprecisos. Ele deixou escapar a maior delas: a Austrália, uma ilha com mais de sete milhões de quilômetros quadrados situada justamente nas águas que explorava.
A honra coube ao capitão James Cook, mas apenas em 1772. Ele também descobriu as ilhas Cook, o arquipélago do Havaí e fez a primeira circumnavegação pela costa da Tasmânia, cruzou o estreito de Behring e atingiu o mar Polar Ártico. Para dar mais ares de capa e espada, Cook morreu em uma batalha com nativos da ilha havaiana de Kilawea, em 1779, com apenas cinquenta anos de idade.
Ainda sobre a Austrália: no Paraguai, um país que não tem saída para o mar, existe uma comunidade chamada Nova Austrália, fruto de imigrantes que foram tentar a vida. Não tem praia, mas boa comida e da tranquilidade do campo.
Sem comemorações
John Adams, segundo presidente dos EUA, e Thomas Jefferson, o terceiro a assumir o posto e um dos principais idealizadores da carta de independência do país (uma das grandes referências para a Declaração Universal dos Direitos Humanos), sofreram uma consequência histórica indigesta.
Ambos morreram no mesmo dia e justamente em um Quatro de Julho, a data de independência americana. Não foi uma data qualquer, mas a comemoração do 50° aniversário da Independência, em 1826, que teve de passar por alterações de última hora. Adams morreu no Estado de Massachusetts e Jefferson, no Estado da Virgínia.
Este último Estado também reserva uma curiosidade: o nome da colônia foi dado em honra à rainha Elizabeth I, cognominada “A Rainha Virgem”, mas ela teve vários amantes e mesmo antes, quando foi deserdada pelo pai Henrique VIII (o que se casou seis vezes) e perseguida pelos meios-irmãos Eduardo e Maria.
E, já que estava falando da corte inglesa, “o império onde o Sol nunca se põe”, segundo palavras da rainha Vitória, que governou de 1837 a 1901 e estabeleceu colônias em todos os continentes (e, por isto, o Sol nunca se punha: quando é dia no Canadá, é noite na Austrália).
A monarca teve o reinado mais longo do Reino Unido: 63 anos e sete meses. Mais um fato curioso: Guilherme II (da Alemanha e Prússia), o czar Nicolau II (da Rússia) e o rei George V (Inglaterra) eram todos netos de Vitória. Já o primeiro George da monarquia britânica nasceu em territórios alemães (no século XVIII, a Alemanha ainda não estava unificada).
Ainda nas Ilhas Britânicas
Macbeth foi imortalizado pelo gênio William Shakespeare, mas pouca gente sabe que ele é uma personalidade real da história escocesa, e não uma criação do “bardo imortal”, Ele reinou sobre o país durante 17 anos, de 1040 a 1057.
Outra personalidade histórica é Vlad II Dracul, ele foi príncipe da Valáquia por duas vezes, de 1437 a 1442 e de 1444 a 1447. No primeiro reinado ele foi deposto e no segundo, assassinado. Histórias sobre a crueldade do soberano – entre elas, os muitos empalhamentos determinados por ele para enfrentar inimigos políticos – inspiraram os contos sobre o Conde Drácula, um dos mais famosos vampiros da literatura e cinema. No entanto, é pouco provável que ele tomasse o sangue das vítimas; talvez, alguma encenação para intimidar adversários.
A maldição do Halley
O cometa Halley visita a terra regulamente, de 76 em 76 anos. A última vez, em 1986, foi um fiasco: o astro não se aproximou o suficiente para proporcionar o espetáculo esperado e incentivado pela imprensa. Muitos empresários tiveram prejuízos com revistas em quadrinhos, bonés, camisetas e até uma série de desenhos animados.
Mas existe uma curiosidade mais interessante. Não se sabe se a informação é verdadeira ou não, mas o americano Mark Twain, autor de “Huckleberry Finn” e “As Aventuras de Tom Sawyer”, gostava de alardear que tinha nascido em 1834, no dia em que o cometa fez uma das suas aparições nas nossas vizinhanças e, já com idade avançada, ele dizia querer ser levado por ele: “vim com o Halley, quero volta com ele”. Coincidência ou não, ele morreu em 1910, durante mais uma passagem do cometa. O próximo passeio, só em 2062.
Falta de intercâmbio cultural
As gueixas, famosas no Japão por serem anfitriãs, tinham a tarefa de distrair os homens, que se reuniam nestas casas para relaxar, discutir política, etc. passaram no Ocidente por gozar de uma fama não muito “honesta”.
Até o fim da Segunda Guerra Mundial, o Ocidente praticamente não tinha contato com o Oriente, cujos países são muito reservadas. Com o fim da guerra e a ocupação americana da Ilha do Sol Nascente, elas foram confundidas com prostitutas. Não foi por mal: os soldados ianques não conheciam os costumes do país nem dominavam o idioma e muitas mulheres, em função dos horrores da guerra, tiveram que prostituir para sobreviver. Marines & Cia. Não tinham como diferenciar as gueixas das garotas de programa.