Bolsa, em latim, é “bursa”. A bursite é a inflamação de pequenas bolsas de líquido sinovial existentes entre um tendão e a pele ou um tecido muscular. A função destas bolsas é amortecer o impacto causado pelo movimento de todas as articulações do corpo: elas funcionam reduzindo o atrito entre as partes móveis.
A doença surge com o uso excessivo das articulações (portanto, o avanço da idade pode determinar o surgimento da bursite) e também pode ser provocada por trauma, artrite e gota (mal causado pela elevação do ácido úrico no sangue, que deposita cristais desta substância nos tecidos e articulações). Com alguns cuidados, porém, a bursite pode ser neutralizada ou mesmo curada.
Os sintomas da Bursite
Os principais casos de bursite ocorrem nos ombros, cotovelos, joelhos e quadris. Pulsos e tornozelos mais raramente são afetados. Vermelhidão, inchaço e desconforto térmico em qualquer destas áreas podem indicar inflamações.
Rigidez na articulação, dificuldade de movimentos, dor e sensibilidade são sinais paralelos. No entanto, esforço excessivo ou uma pancada podem provocar todos estes sintomas. A suspeita de bursite surge quando eles se tornam persistentes. De perdurarem por 15 dias, é preciso procurar ajuda médica.
A restrição de movimentos pode impedir o desenvolvimento de uma série de atividades. Assim, a bursite é uma doença que pode prejudicar bastante a qualidade de vida. O acompanhamento de um especialista é muito importante para eliminar o atrito e devolver a plena movimentação.
É importante evitar a automedicação. Analgésicos e relaxantes musculares mascaram a dor e podem determinar a evolução assintomática da doença, reduzindo e mesmo eliminando as possibilidades de tratamento efetivo. Além disto, os medicamentos podem ser contraindicados para mulheres grávidas e pessoas com gastrite ou úlcera.
Os cuidados necessários
Uma vez diagnosticada a bursite, pode ser necessário imobilizar a articulação afetada com talas, gesso ou bandagens. Casos mais severos podem determinar o afastamento temporário do trabalho. O médico pode receitar anti-inflamatórios (bursites causadas por infecção são tratadas com antibióticos) e encaminhar o paciente para a fisioterapia. O tratamento deve ser seguido à risca, de acordo com as determinações do especialista.
O uso da acupuntura e da quiropraxia podem auxiliar na redução dos sintomas, desde que indicados pelo ortopedista. Os pacientes devem procurar profissionais qualificados, uma vez que existem muitos massagistas não capacitados oferecendo seus serviços.
Em alguns casos, o tratamento inicial não surte os efeitos desejados. Nestes casos, pode ser necessária a extração de líquido da bursa e subsequente injeção de corticoides. Em pouquíssimos casos, é preciso recorrer à cirurgia para drenar a bursa inflamada e corrigir o problema. Ainda mais raramente, é indicada a bursectomia, retirada da bolsa de líquido, substituída por uma prótese.
Eliminada a dor, é preciso recorrer a exercícios. A carga deve ser aumentada gradualmente, para não causar novas lesões. Quando a doença se instala por longos períodos, pode provocar atrofia muscular. Um educador físico pode indicar o treinamento para aumentar a força e mobilidade.
Sempre que possível, é preciso evitar movimentos repetitivos por períodos prolongados em qualquer articulação, fator que pode determinar a bursite crônica, resistente a medicamentos e exercícios, que pode prejudicar os tendões e músculos da área afetada.
Importante: pressão no peito, que se reflete nas costas e braços, é uma situação que pode prejudicar os movimentos. Neste caso, no entanto, podem estar ocorrendo problemas cardíacos, o que demanda avaliação médica urgente.