O peixe é uma carne com baixo teor de gordura, na maior parte poli-insaturada (como a dos azeites); peixes de águas frias – sardinhas, tainhas, salmões e atuns, por exemplo – são ricos também na gordura ômega 3, que tem propriedades anti-inflamatórias, antioxidantes e neuro protetoras.
Seu consumo regular reduz os riscos de arteriosclerose, doenças cardiovasculares, dos triglicérides e do colesterol ruim (HDL). O consumo de peixe auxilia a formação do cérebro durante a gestação e está comprovado que grávidas que consomem o alimento são menos suscetíveis à depressão pós-parto.
Uma posta de peixe tem em sua composição 20% uma proteína rica em aminoácidos não essenciais, isto é, aqueles que não são produzidos pelo organismo (e, por isto, devem ser ingeridos nas refeições). Além disto, são ricos em vitaminas A, D, E e muitos sais minerais: sódio, magnésio, cálcio, manganês, ferro e potássio.
As carnes brancas são mais fáceis de digerir e, por passarem mais rapidamente pelo trato digestivo, podem ser úteis também para combater sobrepeso e obesidade.
Deve-se dar preferência aos grelhados, assados, cozidos e ensopados. Os peixes fritos apresentam os mesmos problemas das demais frituras; recheados, tudo vai depender da composição do recheio.
Pode-se abusar do peixe, que pode fornecer o prato principal de cinco ou seis refeições semanais. É preciso lembrar que não adianta aumentar o consumo do pescado e, nas refeições em que ele está ausente, abusar das carnes vermelhas gordas ou nos peitos de frango preparados com a pele. Peixe faz bem para a saúde, mas não faz mágicas.
A Organização Mundial da Saúde indica o consumo pessoal de 12kg de pescados anualmente. O Brasil, apesar de ter um dos maiores litorais do mundo e imensos recursos hídricos, não faz bonito nesta estatística: consome apenas 7kg, pouco mais da metade.
Uma pesquisa bastante ampla investigou a dieta de 15 mil idosos, em países são diferentes como República Dominicana, China e Peru, revelou que o consumo regular de peixe diminui os riscos de mal de Alzheimer. O responsável é o ômega 3. O estudo foi publicado em 2009, pelo American Journal of Nutrition.
Muitos imaginam que o consumo de peixe cru é mais saudável. Vale lembrar que todo alimento submetido a cozimento perde parte dos seus nutrientes, mas no caso do peixe não é bem assim: ficam mantidos os níveis de vitaminas, minerais, aminoácidos e gordura poli-insaturada. Mas quem gosta de sushi pode se regalar, basta apenas verificar as condições de higiene e armazenamento do restaurante: o peixe é altamente putrescível, se não for mantido de forma adequada.
Não vale dizer que “peixe não tem gosto”. Tudo depende da forma como o prato é preparado. Além disto, são centenas de espécies marinhas e de água doce, com características diferentes no paladar e textura. Bom apetite e boa saúde.