A palavra vem do grego e significa “lagarto terrível”. Os primeiros fósseis começaram a ser estudados no século XVIII e surgiu inclusive a hipótese de que eles teriam desaparecido por serem grandes demais para caber na arca de Noé. No entanto, os dinossauros viveram muito antes da provável data do dilúvio, por volta de 2300 a.C.
Os dinossauros tiveram seu período áureo entre 225 milhões (no Período Cretáceo) e 65 milhões de anos (no Período Jurássico), quando desapareceram provavelmente em função da queda de um grande asteroide que caiu no mar do Caribe, abrindo uma cratera de 180 quilômetros de diâmetro, provocando incêndios florestais e a consequente elevação de material particulado que impediu, por um longo período, a passagem dos raios de sol. Sem a luz solar, as plantas morreram e toda a cadeia alimentar foi comprometida. Os grandes répteis não tiveram chance: foram destruídos em poucos anos.
Em terra firme, apenas pequenos animais, como invertebrados e os primeiros mamíferos (roedores minúsculos), conseguiram continuar encontrando alimento.
A classificação
Os dinossauros pertenciam à superordem dos arcossauros, diferenciando-se das demais espécies pela posição diferente dos membros e pelo encaixe aberto do fêmur.
Há 230 milhões de anos, ocorreu a chamada extinção permo-triássica, que eliminou 95% da vida na Terra. Mais ágeis, os dinossauros conseguirem se reproduzir rapidamente, colonizando o planeta. Os saurópodes (um dos grupos dos dinossauros) eram os maiores animais da época.
Ainda se discute a classificação dos dinossauros, mas a maioria dos cientistas concorda em que eles podem ser divididos em seis grandes ordens com características anatômicas distintas (entre elas, a estrutura da pélvis). São os terópodes (os maiores predadores), saurópodes (na maioria, vegetarianos), ceratopsídeos (com placas córneas na cabeça), estegossauros (com placas córneas ao longo das costas), anquilossauros (também vegetarianos, lentos, protegidos por uma carapaça e uma clava na ponta da cauda) e ornitópodes (com “pés de pato”, uma referência aos três dedos das patas). Isto significa que as espécies desenvolveram diferentes estratégias de defesa, caça e coleta, de acordo com os predadores e o meio em que viviam.
Os ornitópodes, por exemplo, desenvolveram um sistema de mastigação bastante semelhante ao de bois – é o mais avançado entre todos os répteis (inclusive os atuais). Os primeiros deles tinham apenas um metro de comprimento e andavam sobre duas patas, equilibrando-se com a cauda. Posteriormente, adaptaram-se para pastar sob as quatro patas, tornando a coluna arqueada. Os maiores chegaram a atingir os 15 metros, eram rápidos e necessitavam uma grande quantidade diária de alimento.
O dinossauro nº 1
O niasassauro (Nyasasaurus parringtoni) é o dino mais antigo do mundo. Fósseis do animal foram encontrados na Tanzânia em 1930 e testes recentes demonstram que ele surgiu ao menos dez milhões de anos antes do auge dos dinossauros. Tinha o tamanho de um cão labrador, mas a cauda era bem mais longa, atingindo 1,5 m. Não se sabe muito sobre suas características, porque foram encontrados apenas um úmero (osso do braço) e seis vértebras (a metade delas da pélvis, o que permitiu determinar as dimensões do animal).
O estudo foi publicado em 2012. Antes disto, o eoraptor era considerado o “avô” dos dinossauros (há fosseis datados de 235 milhões de anos). Bípede, pequeno e ágil (media um metro de comprimento e pesava cerca de dez quilos), tornou-se um terrível predador.
No Brasil, o dinossauro mais antigo pertence ao gênero Pampadromaeus, também bípede, que viveu nos pampas da América do Sul entre 230 e 228 milhões de anos. Media 1,2 m da cabeça à ponta da cauda e tinha altura de apenas 50 centímetros. Pelos dentes serrilhados e pontiagudos, entende-se que ele também era carnívoro.
Os mais conhecidos
Entre os dinossauros, o tiranossauro (do grego, significa “lagarto terrível”). Taxonomicamente, ele é classificado como Tyranosaurus rex (incluíram um “rei”, em latim, no nome da espécie). Um espécime adulto podia atingir 12 metros de comprimento e até dez toneladas, tinha uma cabeça cilíndrica, pernas longas e grossas (o que permitia a corrida em busca de presas), mas os braços eram finos e quase não funcionais.
Os tiranossauros viviam em bandos e todos os membros protegiam os filhotes. Para definir quem seria o macho alfa (o chefe do grupo, que se alimenta em primeiro lugar e acasala com as fêmeas), deviam ocorrer brigas terríveis – já foram encontrados crânios perfurados, o que demonstra que a convivência entre eles nem sempre era pacífica. Estes gigantes colonizaram toda a América do Norte, mas estudam indicam que eles podem ter se espalhado por todos os continentes do planeta.
A espécie não é o maior dinossauro bípede carnívoro conhecido – era superado pelo espinossauro (19 metros), gigantossauro (16 metros) e carcharodontossauro (13 metros). No entanto, como foi a primeira a ter o esqueleto totalmente reconstituído e estudado, tornando-se a “top of mind” dos dinossauros. Todas as espécies foram extintas há 65 milhões de anos.
O maior dinossauro que existiu, no entanto, era herbívoro. O Amphicoelias, que viveu na América do Norte, chegava a atingir 50 metros de comprimento – a altura de um prédio de 20 andares. A espécie leva ainda o prêmio das pernas mais longas: quatro metros de altura. O apatossauro e o braquiossauro, outros dois gigantes, são os campeões em lentidão: estudos indicam que só atingiam 15 quilômetros por hora.
Mas estes dinos não precisavam se mover muito: bastava que estes animais permanecessem no meio da mata, devorando milhares de folhas e frutos com seus longos e maleáveis pescoços. Mas o maior pescoço fica com o Sauroposeidon, dinossauro anfíbio que apresentava 12 metros entre a cabeça e o tronco.
Já o menor viveu na China. O Anchiornis media apenas 35 centímetros e pesava 120 gramas (o peso de um hamster). Viveu há 160 milhões de anos, tinha asas, mas provavelmente não conseguia voar.
E por falar em asas, muitos especialistas entendem que alguns dinossauros não foram extintos, mas evoluíram e continuam entre nós, em forma de aves. Com os dinossauros, desapareceram todas as espécies de répteis alados e marinhos, além de alguns invertebrados.
Além da hipótese do asteroide (a mais aceita pela comunidade científica) com 10 quilômetros de diâmetro, cuja queda foi equivalente à detonação de cem trilhões de toneladas de TNT, alguns especialistas avaliam que movimentos dos continentes podem ter alterado as rotas das correntes marinhas, provocando invernos rigorosos e a extinção de animais e plantas.
A preferência pelo evento K-Pg (extinção do Cretáceo-Paleogeno) é explicada também pelas altas concentrações de irídio, elemento químico relativamente raro na Terra, mas comum em meteoritos, geralmente associado a erupções vulcânicas e ao impacto de corpos extraterrestres. O teor de irídio no golfo do México é bastante alto.
Outras teorias incluem intensas chuvas de cometas, ampliação da atividade vulcânica da Terra (que reduziu os pastos e locais de caça dos dinossauros, muitos deles gregários), proliferação dos pequenos mamíferos (que se alimentavam inclusive de ovos dos grandes répteis) e até a explosão de uma supernova (a morte de uma estrela) que teria projetado a incidência de raios gama no planeta.
Outras hipóteses são consideradas obsoletas: a superpopulação dos dinossauros (que teria provocado grande fome), a proliferação mais rápida dos carnívoros, aumento da toxicidade das plantas e o surgimento de epidemias. Os primeiros estudos pareciam indicar que estas espécies eram lentas e pesadas, desajeitadas e muito sujeitas aos perigos do ambiente.