Em todas as civilizações antigas, existe a presença de algum tipo de representação, para efeito lúdico ou didático. Provavelmente, o homem ensinava seus filhos a caçar e pescar com gestos e mímica, em que também demonstrava os riscos inerentes às expedições. Posteriormente, a religião passou a apresentar rituais e cerimônias, para pedir o auxílio dos deuses.
Mas o teatro, como conhecemos, nasceu na Grécia antiga. O relato mais antigo fala dos ditirambos, procissões em homenagem a Dioniso, o deus do vinho, com danças e passos marcados, para agradecer pela colheita da uva. O ditirambo evoluiu e passou a contar as aventuras deste deus: um corifeu narrava a história, enquanto o coro cantava e dançava. Num determinado foram incluídos os diálogos e surgiu um local especial para as apresentações: o teatro.
O teatro grego concebeu a tragédia, o drama e a comédia. Poucas peças chegaram até os dias atuais, mas podemos destacar Ésquilo, Sófocles, Eurípedes e Aristófanes.
Todos viveram entre os século VI e V a.C. e são representados até hoje. Ésquilo escreveu “Prometeu Acorrentado”, que narra o drama do titã que roubou o fogo dos deuses para presentear os homens. Sófocles escreveu as tragédias “Édipo Rei” (um príncipe de quem se profetizou que mataria o pai) e “Antígona” (a filha de Édipo, condenada por ter dado sepultura ao pai – o próprio Édipo – fato que foi proibido pelo rei). Eurípedes escreveu “As Troianas” (que narra a dor das mulheres de Troia). Aristófanes é o principal autor das comédias gregas: em “Lisístrata, ele trata de uma greve de sexo feita pelas mulheres gregas para que atenienses e espartanos acabassem com a guerra; em “As Nuvens”, compara Sócrates aos sofistas e acusa o filósofo de exercer má influência para a sociedade.
O teatro continuou florescendo em Roma, que construiu arenas e anfiteatros em muitos territórios que conquistou, como a Palestina e Inglaterra, mas, com a influência católica na Europa, a arte quase desapareceu. Como os textos clássicos sempre citavam os deuses, foram considerados heréticos e proibidos. As representações só foram retomadas no século XVI, inicialmente com peças religiosas (autos de Natal, por exemplo, representações do nascimento de Jesus de acordo com as narrativas bíblicas). Em pouco tempo, os temas profanos passaram a dominar. Surgiram as primeiras óperas, na Itália e França.
O teatro foi se desenvolvendo e, no século XIX, a preocupação com cenários e figurinos tornou-se uma obsessão. Na ópera “Aída”, de Giuseppe Verdi, elefantes e cavalos foram levados ao palco para conferir maior autenticidade à cena. Na mesma época, floresceu a comédia francesa e a comédia dell’arte, com um famoso triângulo amoroso: Pierrô, Arlequim e Colombina.
No Brasil, o teatro desembarcou junto com os jesuítas e foi usado na catequização dos índios.