Aqui a prática se enraizou por volta dos anos 80, mas desde os anos 50 já havia algo parecido, inspirada pelo fileteado. Essa técnica foi criada na argentina, e consistia na utilização de desenhos para adornar as carroças, quando o século 19 já estava pelo fim. O tempo foi passando, como de costume, e além das carroças, os caminhões e ônibus começaram a ser enfeitados também. A diferença é que agora havia frases juntamente com as imagens. Posteriormente, apenas frases permaneceram, em faixas coloridas e letras estilizadas.
Os pintores de caminhão estão sempre com uma pasta ou caderno, com frases, para os que querem mudar a que já tem, ou para os que estão entrando no mundo da estilização poderem se inspirar. A vantagem de pintar para-choques é que a carona aparece rapidinho.
Por volta dos anos 80, as montadoras de veículos passaram a dar mais atenção à tecnologia, tendências e o conforto, e assim os caminhoneiros começaram de vez a utilizar as frases em faixas pintadas em seu veículo.
Com a terceirização de frotas crescendo, as frases estão diminuindo, pois apesar de serem criativas e engraçadas, vários contratadores não aceitam os caminhões com pinturas no para-choques.
Folk Lore
No dia 22 de agosto, comemora-se no Brasil todo o Folclore. O termo foi originado de antigas expressões inglesas: “folk” – povo, e “lore” – conhecimento. Esse tal conhecimento do povo está ligado à cultura de cada região, presente no modo de se vestir, as comidas típicas, expressões, costumes e crenças.
Saci, Iara, Mula sem cabeça são lendas que todos lembram, mas poucos levam em conta que a prática de pintar frases nos para-choques de caminhões também fazem parte da cultura popular do país.
Apesar das frases possuírem vários erros gramaticais, muitos deles são propositais, para produzir o humor, assim como palavras diferentes nos ditos populares bem conhecidos. Veja abaixo algumas frases que rodam pelas nossas estradas:
– Seja paciente na estrada para não ser paciente no hospital.
– Quem não deve não precisa pagar.
– Se você está sem calcinha, dá uma risadinha.
– Perigo não é um cavalo na pista, é um burro na direção.
– Só há duas coisas que não gosto: mulher fria e cerveja quente.
– Nóis capota mas não breca.