A Terra é envolvida por uma camada de gases (principalmente oxigênio e nitrogênio) de 100 quilômetros de altura, cuja massa é de 5 x 1018 kg, dividida em troposfera, estratosfera, mesosfera, termosfera, exosfera, ozonosfera, ionosfera e heterosfera. Todas estas subcamadas se interpenetram e as diferenças entre elas formam correntes ascendentes e descendentes: os ventos.
Quando uma massa de alta pressão atmosférica e baixa temperatura se move em direção de uma região de baixa pressão, formam-se os ventos verticais. O mesmo acontece quando uma massa quente perto da superfície se desloca para cima, por ser mais leve. Ao se deslocar para o alto, massas de ar frio vizinhas ocupam seu lugar, gerando os ventos horizontais.
Quando isto ocorre, forma-se um centro de baixa pressão porque, por um determinado período, o ar da região fica mais rarefeito.
Tipos de ventos
Ventos constantes ocorrem nas regiões tropicais, especialmente nas mais próximas à Linha do Equador, porque existe uma troca quase permanente de massas quentes e frias. Como é uma faixa muito úmida, o encontro das massas frias faz o vapor d’água presente na atmosfera precipitar-se em forma de chuva.
Ventos periódicos surgem nas regiões costeiras e são mais conhecidos como brisas marítimas. Eles surgem em função da desigualdade de temperatura entre a terra firme e o mar: a água é sempre mais fria. O ar próximo à superfície do solo se aquece, ascende e dá lugar ao frio, que chega em forma de leve sopro.
Durante a primavera e verão, massas quentes da região Norte deslocam-se para o Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste e quase sempre se encontram com massas polares vindas da Argentina: o resultado são as fortes tempestades, com ventos, raios e trovões. Muitas tempestades são passageiras, porque os ventos deslocam as nuvens de chuva para outras regiões.
Ventos de monção ocorrem na faixa de transição entre as regiões tropicais e subtropicais, especialmente nas em que há períodos de seca e chuva claramente caracterizados. O nome é particularmente usado na Índia, quando estes ventos, acompanhados de chuvas pesadas, provocam graves inundações.
Ciclones são ventos cíclicos: tornado, tufão e furacão (o nome varia de acordo com a região em que o fenômeno acontece). Eles são formados pela rápida alternância de massas de ar quentes e frias e ocorrem em regiões tropicais e subtropicais. A velocidade dos ciclones mais leves é de 50km/h. Geralmente, eles ocorrem entre agosto e novembro.
Os furacões surgem no mar do Caribe e deslocam-se para o México e EUA. Em 2012, o furacão Sandy atingiu inclusive Nova York, causando sérios estragos nesta cidade americana.
Os tufões ocorrem no sul da Ásia, formados no extremo ocidental do oceano Índico. Os tornados são menores, mas causam prejuízos na costa sul americana. Assumem a forma de um cone de vento, girando velozmente. Na Oceania, eles recebem o nome de Willy Willy.
Ciclones extratropicais se formam no sul do oceano Atlântico e caracterizam-se por fortes tempestades. Alguns destes fenômenos climáticos atingem Argentina, Uruguai e a região Sul do Brasil e causam destelhamentos e desabamentos de construções mais frágeis, com suas rajadas de ventos que atingem 100km/h.
Como medir a velocidade do vento
Para melhor precisão, é preciso utilizar um anemômetro. Os mais utilizados em aeroportos são os anemômetros de Robinson, rotores com três conchas que acionam um mecanismo ligado a um sensor. A vantagem do modelo é que mede o vento em qualquer direção, não precisando ser posicionado.
O anemômetro sônico realiza várias medições por segundo dos três componentes do vento: horizontais (para leste e oeste) e vertical descendente.
A biruta (ou manga de vento), um simples cone acoplado a uma haste metálica, indica a direção e o sentido do vento, informação importante para aterrissagem e decolagem de aviões, já que estas manobras só podem ser realizadas no sentido contrário ao vento.
Na Holanda, moinhos de ventos foram usados durante muito tempo para barrar a aproximação do mar sobre o litoral. Atualmente, em muitos lugares do mundo, o vento é utilizado para produzir energia elétrica, a partir de imensas turbinas eólicas. A produção, no entanto, ainda não é feita em escala comercial.