Todas as grandes religiões nasceram no Oriente. Judaísmo, Cristianismo e Islamismo nasceram no Oriente Médio e espalharam-se pela Europa e norte da África, enquanto as conhecidas “religiões orientais” espalharam-se do vale do rio Indo, na Índia, até o Japão.
O Cristianismo, nascido do Judaísmo, adotou a prática de adorar Deus como o Supremo Criador, mas, por outro lado, também um ser exigente, que pede ritos e sacrifícios. Para os cristãos, Jesus é deus encarnado: é o dogma da trindade. Dogma é todo mistério que deve ser acreditado, sem margens para discussão.
Já hinduístas, budistas, taoístas e xintoístas tendem a pensar que Deus é a harmonia cósmica. O mandarim, língua falada na China, tem o mesmo ideograma para representar as palavras “Deus”, “Céu” e “Natureza”. Em caracteres ocidentais, é Tian. Chineses antigos acreditavam numa divindade temida e adorada que pairava nos céus (não apenas a região das estrelas e planetas, mas também era responsável pelos fenômenos atmosféricos, como vento e chuva).
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Ao tempo de Confúcio, entre os séculos VI e V a.C., o conceito se sofisticou e Deus passou a ser visto como o objetivo supremo, em que todos vão se integrar sem perder a identidade própria. Sidarta Gautama, o Buda, expressou conceitos semelhantes na mesma época, mas a distância geográfica entre os dois pensadores é grande demais para aventar-se a possibilidade de que eles tenham tido algum tipo de contato.
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Os povos ocidentais costumam encarar as religiões do Oriente como politeístas, porque eles mantêm lendas e mitos milenares, que se reproduzem em escritos, pinturas e esculturas. Ocorre que, ao se aprofundar no assunto, verifica-se que apenas alguns grupos isolados acreditam nas várias entidades divinais; o que se ensina nos templos do Budismo, Xintoísmo, Taoísmo e Hinduísmo é a visão da identidade: nas lendas, haveria manifestações parciais de um mesmo Deus.
O fato de todos estes povos venerarem seus ancestrais reforçou o preconceito ocidental. Muitos indianos, chineses e japoneses, entre outros, mantêm altares domésticos para cultuar seus antepassados, onde oferecem incenso e alimentos. Mas é uma demonstração de respeito, e não um ritual supersticioso. Os povos orientais são muito cerimoniosos praticamente em todas as suas atividades.
Não há entidades maléficas nestas religiões. Existem alguns deuses da morte, como Káli (hindu) e Yanluo (chinês), mas eles são vistos como necessários para a renovação do mundo e limitam-se a exercer suas funções, sem julgar nem castigar. Povos mais antigos acreditavam que a própria divindade era responsável pelos castigos e calamidades, mas há pelo menos 2.500 anos os orientais são propensos a acreditar que o sofrimento é causado pela própria pessoa, nesta ou noutra encarnação.