Mais leve, mais rentável e com novidades em relação aos outros, o coração artificial do Brasil pretende salvar muitas vidas.
Que existem corações artificiais aos montes não é novidade. A novidade está na tecnologia, no peso e no preço. O coração artificial brasileiro tem composição de poliuretano e titânio. É o primeiro feito no Brasil e depois de várias tentativas em porcos e cabritos, em abril de 2012 estava pronto para o uso em humanos.
O responsável pela proeza é Aron de Andrade, engenheiro que passou quase 30 anos comandando pesquisas no Instituto de Cardiologia Dante Pazzanese para descobrir o melhor modo de ajudar os corações enfraquecidos. O dispositivo tem o tamanho de uma laranja grande, e pesa 700 g. O objetivo é prolongar a vida de pacientes que correm risco de morte até que possam receber um coração de verdade por transplante. Esses pacientes não tem reação aos tratamentos com remédios e o coração é instável e fraco.
No tempo em que o coração ficou pronto, apenas em São Paulo havia 110 pessoas à espera de um novo coração, muitos urgentemente. Ao contrário dos outros, o modelo do Brasil é o primeiro a auxiliar o órgão enfraquecido, não substituí-lo. Neste caso se houver falha no dispositivo, o coração, mesmo prejudicado, pode sustentar o corpo até que o problema seja resolvido. Quando apenas o coração artificial fica no corpo, como nos métodos internacionais, em caso de falha a pessoa perde os sentidos no mesmo instante.
No fundo do coração
1. A maioria das pessoas tem apenas um dos ventrículos prejudicado. Mesmo quando os dois têm problemas, o novo coração brasileiro dá conta do recado.
2. No centro do objeto há um motor elétrico. Girando, ele aciona um eixo que projeta os ventrículos direito e esquerdo de poliuretano, simulando os batimentos, e fazendo o sangue bombear.
3. A câmara direita leva sangue venoso aos pulmões para retirar o gás carbônico. Da câmara esquerda o sangue arterial vai para a aorta e depois para o organismo inteiro.
4. O dispositivo possui quatro válvulas. Duas ficam no diafragma esquerdo e duas no direito. Assim o sangue percorre os dois espaços, um na entrada e outro na saída.
5. Um buraco na pela permite que os fios permaneçam conectados ao controle (um pouco maior que um sabonete) fora do corpo. É por ele que se configura o coração artificial.
6. A bateria que alimenta o controle deve ser trocada de duas em duas horas, ou permanecer ligada a uma tomada.