A hidroponia é a técnica de produzir vegetais sem solo. Nesta técnica, as raízes, suspensas na água o num substrato inerte (como a areia) recebem todos os nutrientes essenciais na água. Portanto, se for utilizado um substrato inerte, como o húmus, pode-se dizer que é um cultivo sem solo, mas não é especificamente a hidroponia.
Apesar de ser uma técnica bastante antiga, o conceito atual de hidroponia começou a ser desenvolvido em 1935, pelo Dr. William F. Ghericke, da Universidade da Califórnia (EUA), que criou o primeiro sistema para fins comerciais.
A técnica, desenvolvida paralelamente ao desenvolvimento da Química, ciência que nos explica como crescem as plantas, consiste no cultivo especialmente hortaliças e flores em estufas, onde o solo é substituído por uma solução nutritiva em constante circulação. Esta solução é composta por água e sais minerais específicos para o tipo de cultura, como nitrato de potássio, ureia, fosfato potássico, sulfato de magnésio, molibdato de amônio, entre outros.
É ideal, portanto, para regiões com dificuldades para o cultivo tradicional, seja por falta de terrenos adequados, seja pela inadequação do clima. No deserto do Saara, Tunísia, Líbia e Argélia são exemplos de países que praticam largamente esta técnica. Mas a hidroponia é bastante difundida pelo mundo todo, inclusive para o cultivo de não vegetais, como algas e fungos. Isso porque, na agricultura tradicional, mesmo em campos de qualidade comprovada, a chuva e a irrigação podem desviar os nutrientes, espalhando-os por terrenos não agricultáveis, para rios e mesmo empurrando-os para o subsolo, gerando com isso plantas deficientes ou encarecendo os custos de produção, com a necessidade de adubação para repor os sais que faltam no solo.
Além disso, plantas hidropônicas ficam praticamente livres de pragas como larvas e insetos. Como é evidente, nenhuma técnica agrícola comercial pode hoje prescindir de agrotóxicos, mas na hidroponia o uso é bastante restrito.
Muitos países, especialmente na Europa, já definiram padrões de qualidade para produtos hidropônicos. Outros introduziram culturas exclusivamente com o uso da técnica, como é o caso das orquídeas da Nova Zelândia. No Brasil, todas as regras definidas pelo Ministério da Agricultura para a agroindústria valem para o cultivo hidropônico comercial (em larga escala) e é preciso manter um técnico com registro no Conselho Regional de Química.
Os produtos hidropônicos geralmente são vendidos com as raízes e, se a colheita for recente, podem ser mantidos num vaso com água, em casa, por vários dias. O resultado, mesmo nas grandes cidades, é uma salada feita como se os ingredientes tivessem sido colhidos na hora do consumo. É uma vantagem e tanto.