É natural que nós nos sintamos aborrecidos ou tristes em diversas situações. Em alguns casos, nem há motivos aparentes para o baixo astral: as pequenas contrariedades do dia a dia vão se somando e ficamos irritados, cansados, incomodados. Em outras ocasiões, temos de tolerar a presença de uma pessoa chata ou apenas chegamos ao final do dia com a energia esgotada. Cultivar o bom humor, no entanto, é uma questão de escolha.
É preciso cultivar pensamentos e hábitos felizes. Por exemplo, nunca devemos nos esquecer do amor. Dizer “eu te amo” não é uma coisa banal: é o reconhecimento de que existem pessoas fundamentais para o nosso bem-estar. Interagir com o companheiro é importante para manter o bom humor. Manter relações sexuais algumas vezes por semana faz bem para a saúde integral: do corpo, mente e espírito.
Conversar com o ser amado também melhora o astral. Se você acha que o problema é do emprego ou de qualquer outra situação externa e, por isto, o companheiro não pode lhe ajudar, está muito enganado. Certamente, ele não conseguirá dar conta de todas as circunstâncias da situação, mas o simples ato de ouvir já melhora o problema – e talvez você encontre a solução apenas por verbalizar o mal que o está afligindo.
O bom humor, no entanto, precisa ser sincero. Exibir um largo sorriso com o nervosismo explodindo por dentro não adianta nada. Aliás, é bastante prejudicial. As emoções precisam de espaço para se manifestar; do contrário, elas extravasam de outras formas, como dores e espasmos musculares, dificuldade para respirar, taquicardia, etc. No longo prazo, podemos desenvolver diversas doenças, como gastrite e úlceras do estômago e do duodeno, por exemplo.
Frustrações
Elas fazem parte da vida, não tem outro jeito. Ficamos frustrados por diversos motivos: a pessoa que nos interessa não se interessa por nós, aquela promoção tão esperada acaba saindo para o colega chato, o concurso público que traria estabilidade financeira encerra a convocação dos candidatos e descobrimos que ficamos fora da lista.
Também ficamos frustrados com pequenos “nadas” do dia a dia. Um depósito bancário que ainda não caiu ou o restaurante fechado justamente na hora do almoço interfere em nosso bom humor. O importante é não recalcar a insatisfação. Por menor que seja o motivo, é fundamental não mascará-lo. As frustrações são boas oportunidades para o autodesenvolvimento; é necessário avaliá-las e aproveitar as oportunidades que elas trazem.
Erros
Os erros existem para todos os seres humanos. Somos falíveis, não sabemos tudo, estamos em um eterno aprendizado. O que importa é assumi-los, buscar as melhores maneiras de corrigi-los e encontrar os ensinamentos que eles trazem.
O objetivo não é se tornar pessimista, avaliando, em cada ação, a expectativa da derrota, mas entender que só não erra quem permanece parado, estagnado. Em qualquer situação mais complexa, o erro tem 50% de chances de ocorrer. Não fique de mau humor a cada derrota: avalie os motivos que a determinaram e some estas informações para se sair melhor na próxima experiência.
É importante observar que, depois que o erro foi cometido, o mau humor não acrescenta nada, não gera soluções. Respire fundo, descubra o que contribuiu para o problema e corra para as correções no menor prazo possível. Dificilmente um erro é o fim de tudo, um beco sem saída. Mas, mesmo se for esta a situação, encontre as lições que estão sendo apresentadas.
Organização
Muitas vezes, acumulamos tarefas e, quando tentamos nos organizar, estamos atrasados em muitas atividades, estouramos prazos, não conseguimos dar conta das nossas atribuições. A boa organização do cotidiano é imprescindível para a manutenção do bom humor. Sem ela, nós abrimos brechas para o baixo astral se instalar.
Um bom planejamento ajuda a evitar aflições ou crises de desespero por não conseguir realizar as atividades que nos são delegadas em todos os setores do cotidiano: trabalho, estudos, vida pessoal, etc. É necessário definir prioridades para ter uma rotina mais tranquila e, consequentemente, cultivar o bom humor.
Felicidade
É preciso comemorar cada pequena conquista. Quem tem o hábito (ou vício) de ficar na cama além do horário previsto pode celebrar cada dia em que faz a higiene pessoal ou toma café na hora certa. Quem sofre com os congestionamentos, comuns nas médias e grandes cidades, pode se felicitar em todos os momentos nos quais os horários dos compromissos foram cumpridos.
Alguns momentos simples, como brincar com os filhos no final da tarde, sair para bater papo com os amigos, reservar um tempinho para o namoro, visitar um parente idoso ou fazer caridade, são importantes para cultivar o bom humor. Entender que o outro é fundamental em nossa vida ajuda a melhorar a nossa atitude perante o mundo.
É mais fácil reconhecer o que traz felicidade – e isto varia de pessoa para pessoa – do que viver o tempo todo na procura dela. A felicidade é simples, não é necessário encontrar fórmulas mirabolantes para encontrá-la.
Pensamentos negativos
Não há como cultivar o bom humor com a cabeça cheia de pensamentos negativos. É importante se esforçar para encontrar as prováveis soluções de um problema, mas ele não deve e não pode ocupar o dia inteiro. Concentre as suas atenções para conseguir a resolução, mas reserve algum tempinho para pensar em algumas “besteiras saudáveis”.
Mude o foco e pratique uma atividade qualquer em que a atenção seja exigida. Pode ser o preparo de uma refeição, a prática de um esporte, o cuidado com uma criança ou idoso. Dê-se ao luxo de parar de se preocupar. Esta prática ajuda a melhorar a humor e, sem a carga de focar apenas no problema a ser superado, a solução pode ficar mais próxima.
Sorria!
Quando damos risadas ou gargalhadas, os níveis de cortisol e adrenalina, neurotransmissores associados ao estresse, diminuem. Este é um fato científico. O estresse é um estado alterado e desagradável decorrente de um conflito emocional, que pode se traduzir em irritabilidade, insônia e falta de apetite. O problema também pode se revelar como dificuldade em se concentrar e ansiedade, a preocupação exagerada com situações triviais.
O sorriso também é responsável por liberar endorfinas, neurotransmissores que melhoram a memória, a concentração, o sistema imunológico e o bom humor, aumentam a resistência física e a disposição orgânica, bloqueiam as lesões dos vasos sanguíneos, aliviam as dores musculares e retardam o envelhecimento.
A risada, no entanto, precisa ser sincera. É necessário, desta forma, um exercício contínuo para deixar o baixo astral de lado. É importante identificar as situações que proporcionam prazer em cada momento do dia a dia e permitir-se usufruí-las.