Não se sabe precisar até hoje como surgiu – ou melhor, como foi descoberta – a primeira de todas as drogas. Não se sabe qual foi ela, ou o primeiro ser a usá-la e nem onde foi o primeiro lugar do mundo em que uma substância deu um grau e motivou os homens a continuarem fazendo uso dela. O que, sim, se imagina que tenha acontecido é que procurando por alimentos as pessoas tenham descoberto ao longo dos milênios as plantas e substâncias que ajudavam a dar uma folga da realidade. E tudo indica que ficaram bem felizes com isso.
Algumas dessas drogas já eram bastante comuns há alguns milhares de anos. Outras surgiram como adaptações dessas primeiras ou através de descobertas mais recentes. Mas quais eram as drogas mais usadas pra chapar o coco na antiguidade?
Uma das mais antigas e famosas com certeza é o ópio. Acredita-se que essa droga vem sendo cultivada e consumida desde o período Neolítico. Essa substância é retirada da papoula, e normalmente era fumada ou comida, mas também podia ser consumida em forma de bebida juntamente com álcool (ópio em latim quer dizer “suco da planta”).
O ópio tem um rápido e fortíssimo efeito alucinógeno, causa euforia e alucinações semelhantes a sonhos – além de ser analgésico, então também era usado (ainda é usado hoje, em alguns países) para aliviar vários tipos de dor.
Na antiguidade, seu uso se espalhou rapidamente no Oriente, e há documentos que mostram que os Sumérios já o consumiam há seis mil anos, e chamavam a papoula de “planta da alegria”. Ou seja, não eram poucos os que curtiam ficar doidões com o tal do suquinho feliz…
E até 1800 e pouco seu uso era liberado, pois era considerado benéfico para acalmar dores e angústias.
Outra droga usada há milênios são os cogumelos. Na antiguidade eles eram considerados plantas divinas, devido ao seu efeito alucinógeno. Até hoje algumas tribos indígenas os utilizam em cerimônias sagradas.
Existem mais de 180 tipos de cogumelos com efeito alucinógeno espalhados pelo mundo afora, classificados em quatro gêneros: Psilocibe, Panaeolus, Capelandia e Amanita. O mais conhecido é o Amanita, em especial o Amanita muscaria, que é vermelho (igual aos cogumelos que servem como casa de duende e anões nos desenhos animados) e possui efeito semelhante ao ácido lisérgico (LSD), mas com menor duração.
O cogumelo é uma das drogas que com certeza foram descobertas por alguém que estava em busca de comida. Imagina uma pessoa caminhando em uma floresta, procurando cogumelos comestíveis. De repente, ela encontra um vermelhinho bonitinho, resolve experimentar, acha gostoso, enche a pança, fica satisfeita e deita embaixo de uma árvore para tirar uma soneca. Então acorda uma hora depois, ouvindo barulhos agudos e vendo tudo suuuper colorido, neon… sinistro!
Também foi assim com o Peyote. Alguém caminhava faminto pelo deserto, procurando comida quando avistou esse cacto bonitinho (alguns cactos também são comestíveis e até possuem água em seu interior) e nhac, resolveu dar uma mordida! E aí foi só alucinação…
O peyote é nativo da América Central, e estima-se que já era usado pelos índios do continente há pelo menos 2000 anos. Mas o pedaço seco mais antigo de peyote foi encontrado no Texas, e data de 7000 anos. De qualquer forma, a crença mais difundida diz que os primeiros a usá-lo foram os índios da tribo Tarahumara, que teria difundido seu uso entre outras tribos indígenas.
O cacto era usado em rituais sagrados do índios mexicanos e sempre com propósitos religiosos. Era consumido seco ou em forma de chá, e seus principais efeitos são a euforia, ausência de fome ou sede e também de ansiedade. Os índios acreditavam que através do uso do peyote eles podiam contemplar o “outro mundo” e entrar em contato com o “Grande Espírito”. Alguém duvida?