Os coalas são nativos da Austrália. Atualmente, só podem ser vistos na natureza do leste do país. São animais de cabeça pequena, olhos bem separados, focinho curto, nariz grosso e achatado e narinas muito finas e aguçadas. Nas patas posteriores, o polegar é oposto aos demais dedos. Mas quem acha que coalas são animais fofinhos precisa rever suas convicções.
Com exceção dos polegares anteriores, todos os dedos são dotados com fortes garras, que lhes permite escalar grandes árvores com facilidade. É muito estranho ouvir o som produzido pelos coalas. Simplesmente não combina com a aparência doce e fofa. Os ruídos são muito altos e graves, destoando da imagem criada no imaginário popular.
É um fato único entre os mamíferos. Eles têm pares de abas extras na garganta (que ficam fora da faringe e das pregas vocais), órgãos grandes e pesados, que permitem a vocalização de frequências bem mais graves e altas. Os bandos se comunicam constantemente, para reunir filhotes, informar sobre a localização de alimentos (basicamente folhas de árvores, especialmente eucaliptos), etc. É um alarido semelhante ao dos elefantes, quase ensurdecedor.
O nascimento de um coala
Os filhotes nascem com pouco desenvolvimento: desprovido de pelos, cegos, sem orelhas, rosados, pesam 0,5 grama e medem menos de 20 milímetros. O desenvolvimento se completa no marsúpio materno, a bolsa que caracteriza outros animais da classe, como cangurus e gambás.
Quando estão suficientemente crescidos, por volta dos seis meses de vida, as mamães coalas desmamam progressivamente (o que pode levar outros seis meses, em que os bichinhos permanecem agarrados ao dorso materno), mas eles ainda não têm condições de digerir as folhas pontudas e secas, características de seu ambiente.
Eles precisam adquirir uma bactéria simbionte, existente apenas no sistema digestório dos coalas adultos. Para isto, eles tomam uma atitude realmente nojenta: lambem o cocô diretamente no ânus das suas mães. Os filhotes não engolem as fezes: precisam enfiar a língua em suas mães para obter o tão precioso nutriente e garantir a simbiose (fato biológico que ocorre quando duas espécies convivem em colaboração mútua, com benefícios para ambas).
Já peludinhos, os coalas filhotes arrancam suspiros de admiração por quase todos que assistem a vídeos e compartilham fotos dos muitos sites especializados em bichos fofinhos (seus principais “competidores” em número de curtidas são preguiças e pandas). Mas as aparências enganam: a pelagem, espessa e aparentemente sedosa, na verdade é áspera e muito grossa, uma estratégia evolutiva para protegê-los tanto do calor, quanto do frio.
Outras características dos coalas
A palavra “coala” provavelmente é derivada de um dialeto local e significa “não beber”. Isto porque estes animais raramente se aproximam de rios e lagoas. O teor de água presente nas folhas de eucalipto já supre em quase 100% as necessidades de líquidos.
O isolamento geográfico da Austrália, que não faz fronteira terrestre com nenhum outro país, é provavelmente a causa de uma deficiência orgânica que afeta 75% das fêmeas destas espécies e pode provocar esterilidade.
Os coalas vivem em casais monogâmicos. Estes animais medem 60 centímetros e pesam 12 quilos (as fêmeas são ligeiramente menores). O tamanho e os hábitos de escorregar lentamente pelos galhos das árvores (o movimento lembra o das preguiças) renderam a fama de bichos focinhos, mas eles são devoradores vorazes: chegam a comer um quilo de folhas por dia; com a proximidade das folhas, eles acabam adquirindo aroma de eucalipto, qualidade que os torna realmente fofinhos.
Eles também são grandes dorminhocos: chegam a passar 20 horas diariamente tirando sonecas nas copas de árvores. O motivo para tanto descanso, no entanto, é justo: eles precisam poupar energia para digerir as folhas fibrosas e tóxicas de seu hábitat.
Como os seus únicos inimigos naturais são os dingos (uma espécie de lobo também nativa da Austrália), eles não precisam se preocupar muito com estratégias de defesa. Seus maiores adversários, porém, são as queimadas, acidentes de trânsito e desmatamentos.
No entanto, as seis espécies de coalas não apresentam grandes riscos de serem extintas: já houve milhões de coalas distribuídos pela Austrália, mas a popularidade da pele do animal intensificou bastante a sua caça, especialmente na primeira metade do século XX.
Fotos e vídeos curiosos
Não se sabe exatamente o motivo, mas os coalas foram clicados nos braços de diversos vilões do cinema e da TV. Entre eles, Freddy Krueger (protagonista de “A Hora do Pesadelo”), Khan (da saga “Jornada nas Estrelas”), Regan (a garota possuída de “O Exorcista”), Voldemort (da série “Harry Potter”), Vigo (de “Caçadores de Fantasmas”), o Esqueleto (do desenho animado “He-Man”) e o rei Joffrey (de “Game of Thrones”). Os Daleks, raça de extraterrestres mutantes da série de ficção científica inglesa “Doctor Who”, também não resistiram à tentação de fazer uma “selfie” com os fofinhos coalas. Loki completa a lista, o degenerado irmão de Thor.
Por falar em fotos, registrar abraços com os simpáticos animaizinhos é um item obrigatório nas viagens para a Austrália. O zoológico da ilha de Hamilton (no Estado de Queensland, na costa leste do país) permite a aproximação de coalas e visitantes. O parque também abriga outras espécies nativas do país, como cacatuas e cangurus. Outros locais para uma visita mais próxima são o Santuário de Coalas de Brisbane, o Jardim dos Coalas de Kuranda e o Zoo Tropical de Cairns. Os bichos não chegam a ficar estressados: só podem trabalhar meia hora diária e apenas por dois dias consecutivos.
Os coalas também protagonizam dezenas de vídeos na internet. Um destes se tornou viral. Um cineasta amador sueco postou no Youtube um vídeo que já teve mais de 2,5 milhões de visualizações. O motivo é uma cena rara: os bichinhos boas-praças começam aparentemente trocando afagos, mas houve um desentendimento qualquer e eles acabaram saindo nos tapas e arranhões. Também é possível ouvir os gritos destes animais fofinhos. Confira: