A troca de olhares no bar ou na balada, o desejo aumenta, a sedução avança. A noite convida ao erotismo, vem o convite para um lugar mais tranquilo, beijos, abraços, carícias e… nada acontece. A reação varia de mulher para mulher – existem desde as compreensivas, que tentam contornar a situação com um “isso acontece”, até as raivosas, que se vestem rapidamente, bradando que “perderam a noite” e saem batendo portas. Brochar é normal, mas, com o perdão do trocadilho, é brochante.
O que é uma ereção? Quando um homem se excita sexualmente, os vasos sanguíneos do pênis se dilatam, exigindo uma quantidade maior de sangue. A parte do órgão que fica oculta (entre um terço e metade) se expõe e “o melhor amigo do homem” se apresenta para o serviço. Mas nem sempre isto acontece. Existem várias causas físicas e psicológicas para a disfunção erétil, que pode se apresentar de formas diferentes: o pênis pode “negar fogo” desde o início, a ereção não é suficiente para a penetração ou surgem dificuldades para atingir o orgasmo.
Na maioria das vezes, no entanto, as brochadas são ocasionais. Quando bate a ansiedade – situação muito comum entre os jovens que estão iniciando a vida sexual, que também pode ocorrer num primeiro encontro – a performance pode ser satisfatória. O homem fica ansioso para satisfazer a parceira, penetrá-la rapidamente e perde a atenção, ou seja, desconcentra-se do seu próprio prazer. A falha acontece e o desastre está instalado.
O estresse, preocupações com o emprego ou a família, remorso (muitos homens que traem suas parceiras brocham por causa da culpa) e até as orientações que recebeu na infância e adolescência também são responsáveis pelas brochadas. Um rapaz que teve educação rígida, baseada em princípios religiosos fundamentalistas, pode sentir que está “pecando” ao se envolver numa relação avulsa.
Aliás, nas relações avulsas, homens costumam justificar a falha com um “isto nunca aconteceu comigo”. É melhor esquecer o argumento. Uma pesquisa da Secretaria de Saúde do Estado de São Paulo revelou que 25 milhões de brasileiros com mais de 18 anos já perderam a ereção durante uma transa. De acordo com a Organização Mundial da Saúde, todos os homens vão ver, ao menos uma vez na vida, a massa embatumar. Mulheres, com muitos ou poucos parceiros, sabem disto.
O falo – o pênis ereto – está relacionado ao poder (Príapo, o deus grego da potência masculino, é representado com o membro “em guarda”). É o símbolo da virilidade, apesar de o verdadeiro órgão sexual ser o cérebro (o pênis apenas responde às suas ordens).
O importante é encarar a situação com naturalidade. Caso tenha bebido demais (ou usado drogas ilícitas), nada vai acontecer durante algumas horas e depois provavelmente o que vai acontecer é uma grande ressaca ou larica. Mas se a brochada foi provocada por ter ido “com muita sede ao pote”, sempre é possível recomeçar.
Basta conversar um pouco, voltar às preliminares. Se a coisa continuar em baixa, é preciso lembrar que língua e dedos também são órgãos sexuais, mas isto depende da intimidade do casal.
Urologistas afirmam que quando as brochadas ocorrem com homens de menos de 40 anos, os fatores na imensa maioria dos casos são emocionais. É preciso focar na relação, respirar fundo e “cumprir o dever”. Casais podem deixar a vida a dois cair na rotina e isto pode determinar uma vida sexual sem graça. Incluir jogos sexuais, carícias, novas posições – em outras palavras: apimentar a relação –, devolve o prazer. Em casos mais sérios, um terapeuta pode ajudar a conhecer as causas do problema.
A partir dos 40 anos, recomenda-se o uso de vasodilatadores da região peniana: as famosas drágeas azuis. Os diabéticos podem ter mais problemas, porque a doença está relacionada a disfunções circulatórias. Doenças cardíacas e o câncer de próstata também reduzem a potência sexual masculina. Assim, de o problema persistir, é preciso buscar orientação médica e seguir o tratamento.
O importante é lembrar que uma relação sexual não é apenas a penetração. Ela começa no beijo e termina (ou não) no orgasmo. Todas as etapas são importantes. Se o casal estiver bem, com o desejo à flor da pele, tudo literalmente se encaixa. Aliás, em relação ao sexo, rapidez nunca foi sinônimo de competência. Como disse certa ministra anos atrás, “relaxa e goza”.