Bons motivos para tomar água

Um artista já cantou: “Terra, planeta água”. Realmente, 71% do território do planeta são cobertos por água. O problema é que a imensa maioria deste volume é formada pela água dos mares, rica em cloreto de sódio (sal de cozinha) e outros minerais, fato que a torna imprópria para o consumo de humanos e animais. Porém, sem água, sem vida. Este é talvez o melhor dos motivos para tomar água.

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A água doce (com pouca concentração de sais) representa 2,6% do total das reservas. Boa parte, no entanto, está em geleiras inacessíveis (ao menos por enquanto). As águas de rios, lagos e fontes subterrâneas (os aquíferos) correspondem a apenas 1% do total. Que sede!

Nosso corpo é composto por 72% de água (estamos imitando a composição do planeta). Em um caso de desidratação, o organismo “rouba” líquido dos órgãos internos, inicialmente para suprir os músculos, em uma tentativa pouco produtiva de manter o equilíbrio hidroelétrico do nosso organismo. Em seguida, surgem as cãibras.

A permanência prolongada do quadro promove o envelhecimento precoce e muitas disfunções orgânicas e doenças, tais como asma, alergias, colite (inflamação no intestino grosso), enxaqueca e artrite, entre outras.

O consumo ideal

Diariamente, precisamos tomar dois litros de água. Esta é a quantidade que perdemos com a urina, transpiração, respiração e outras funções orgânicas. Até quando conversamos, estamos perdendo água, através de gotículas (às vezes, não são tão pequenas assim). O corpo dos animais não possui condições de reservar o líquido.

O consumo, no entanto, pode variar de acordo com o clima, a constituição física e o nível diário de atividades. Para saber o volume ideal, basta multiplicar o peso corporal por 0,03. Esta é apenas uma regra geral; caso seja necessário, um nutricionista, após avaliação clínica, ajuda a determinar a quantidade necessária para cada indivíduo.

É importante entender que não é necessário sentir sede para tomar água. A sede é um sinal de alerta do corpo: ela só aparece quando a quantidade de líquidos está abaixo do necessário para cumprir as diversas atividades do organismo. O ideal é ter sempre uma garrafinha por perto e ingerir o líquido em pequenos goles.

Para quem considera dois litros um exagero, é possível suprir parte da necessidade com água de coco, chás, sopas, sucos naturais, leite, frutas e legumes. Morangos e melancias são compostos por 92% de água, enquanto melões, pepinos e alface americana atingem 96%. É importante considerar que cervejas e refrigerantes não são bons repositores, por causa da ação diurética.

Muita gente acha que a água é sem graça. Realmente, é. A definição que aprendemos na escola é: um líquido incolor, inodoro e insípido – sem cor, sem cheiro e sem gosto. Para ajudar, é possível “turbinar” o líquido. À noite, é possível colocar rodelas de laranja, limão ou folhas de hortelã em uma jarra de dois litros na geladeira. No dia seguinte, o drink vai sendo tomado aos poucos. O sabor é semelhante ao de uma bebida aromatizada.

A desidratação reduz o volume do sangue em circulação e isto prejudica o funcionamento do coração, aumentando a pressão arterial.

Consequentemente, as células recebem menos oxigênio e nutrientes e surgem diversos sintomas: fraqueza, cansaço, dor de cabeça, enjoos e febre. Não tomar água com frequência provoca problemas renais e, no longo prazo, leva à morte.

Quem precisa de mais energia tem na água uma grande aliada. Ao final do dia, com o corpo desidratado, surge o cansaço e logo pensamos em tomar um café. A água, no entanto, reidrata as células mais rapidamente, atuando como um verdadeiro energético. A ação diurética do café (quase instantânea) aumenta ainda mais a sensação de fadiga.

Estudos indicam que a água também previne contra cálculos renais, as populares pedras nos rins. Pacientes que sofreram estas crises tiveram as recidivas reduzidas em 60% quando passaram a tomar os famosos dois litros diários de água.

Água, dona da vida

A água atua como um regulador da temperatura corporal. Durante exercícios físicos, caminhadas cotidianas e nos dias com muito Sol (não é preciso que esteja quente), usamos a água do organismo para impedir uma insolação e outros problemas.

No banho, a água retira a oleosidade da pele (especialmente quando está muito quente). Ao tomar o líquido, porém, ocorre uma hidratação natural, de dentro para fora. A água garante a saúde da pele e a torna mais bonita.

Efetivamente, é o método mais barato e eficiente para combater o ressecamento e a descamação. Uma desidratação leve já provoca alterações no tônus, textura e elasticidade da pele, levando ao envelhecimento precoce das células. A perda de apenas 1% de água pode provocar inclusive alterações de humor, com crises de raiva sem origem definida.

Infecções urinárias são incômodas, dolorosas e podem abrir caminho para problemas de saúde mais graves. Tomar água aumenta o número de idas ao banheiro, fato que ajuda a eliminar toxinas e a “limpar” os ureteres e a bexiga. Em parceria com o consumo de fibras, a água hidrata o bolo fecal, impedindo seu ressecamento e os episódios de prisão de ventre. A redução das toxinas determina a aceleração do metabolismo e ajudar a queimas gorduras. A água ajuda até na respiração: ela dilui o muco, facilitando a expectoração.

Com a regulação dos intestinos, a água evita a retenção de líquidos e os inchaços, por impedir a permanência do sódio, eliminando a sensação de estar estufado. A ingestão de dois ou três copos uma hora antes das refeições (ou no meio da tarde, quando bate aquela fome) prolonga a sensação de saciedade e, por tabela, reduz a quantidade de alimentos consumidos. Tudo isto com caloria zero.

Além de facilitar a absorção de nutrientes, a água, por reduzir a densidade do sangue, também contribui para a distribuição de oxigênio, sais e glicose para todo o corpo.