Desde que o videogame surgiu, nos anos 1970, ele é considerado um “vilão”, que prejudica a saúde dos filhos. Mas os principais responsáveis pelos efeitos nocivos do jogo são os próprios pais, que transformam o console (e também a internet) em “babá virtual” e esquecem as crianças por horas à frente de uma TV ou de um monitor. É preciso dosar as atividades. Com a orientação adequada, seu filho pode colher muitos benefícios brincando com um Xbox, PlayStation, Nintendo, etc.
Os videogames exigem muitas habilidades das crianças – e dos adultos também. Uma vez que a complexidade dos jogos aumenta à medida que as fases vão sendo superadas, estas habilidades vão gradualmente sendo ampliadas. Por exemplo, é necessário utilizar o raciocínio lógico: é preciso encontrar a solução mais adequada para cada situação proposta pelo jogo e a grande variedade de situações apresentadas determina um raciocínio cada vez mais rápido.
No entanto, nem sempre a solução é encontrada a tempo de superar o desafio. Isto, entretanto, também traz um benefício: a criança (ou adolescente) aprende a trabalhar com suas frustrações, recomeçar, aprender com os erros. A atenção é absolutamente necessária para superar os desafios, e vai ser útil em muitas atividades futuras, tanto na vida social, quanto na profissional.
Tudo isto é um processo inconsciente: seu filho apenas quer “passar de fase”, visualizar novas telas, poder dizer aos colegas que conseguiu neutralizar determinado inimigo ou alcançar determinado território, de acordo com o jogo da moda.
A coordenação motora seletiva também é bastante beneficiada. Tente apertar ao mesmo tempo as teclas control, shift, alt, S e D para ver o nível de complexidade exigido na tarefa. Isto é necessário em várias ações nos games por computador, e o trabalho não é mais fácil nos joysticks.
Se os videogames exigem agilidade motora, o mesmo ocorre com a agilidade mental. Ultrapassar adversários numa corrida, encontrar a saída no fosso de um castelo, ocupar territórios e muitas outras necessidades são apresentadas nos jogos e representam um desafio. Por outro lado, também são atividades lúdicas, que fortalecem a capacidade de criar, projetar, pensar novos panoramas.
Apesar de não substituir os exercícios, alguns videogames permitem a atividade física. É preciso dançar, praticar esportes como tênis, vôlei e até nadar. Com a tecnologia 3D, estas experiências tornam-se muito reais. Nestes jogos, a coordenação motora geral também é muito exigida.
A sociabilização também pode ser estimulada com os videogames. Para isto, é importante escolher jogos para dois ou múltiplos jogadores. Pais e filhos podem jogar juntos – e a tarefa dos pais é comentar e discutir os aspectos positivos e negativos de cada game, favorecendo o desenvolvimento do espírito crítico da criança. Convidar amigos para jogar em casa ou jogar online com muitos competidores também favorece o futuro convívio social adequado.
A tecnologia só agrega benefícios para todos. Desde que o homem começou a transformar a natureza (o que aconteceu mesmo antes do surgimento do Homo sapiens, há cerca de 400 mil anos), usando varas para derrubar frutas e pedras para triturar grãos, os conhecimentos obtidos só forneceram melhor qualidade de vida para as criaturas.
É claro, tudo tem o seu lado negativo. Varas se tornaram flechas e lanças, pedras foram utilizadas para machucar e matar. Mas a tecnologia é neutra: o ser humano é quem cria condições para ferramentas serem utilizadas como armas.
Sabendo dosar jogos eletrônicos, brincadeiras em casa, exercícios ao ar livre, esportes, estudos, etc., os filhos vão crescer cada vez mais saudáveis e aptos para desenvolver novas capacidades.