Hoje em dia, fala-se que as crianças nascem mais espertas, mas na verdade o que ocorria até pouco mais de 40 anos atrás é que todos acreditavam que os bebês eram extremamente frágeis e precisavam ser muito protegidos. Realmente, são frágeis e desprotegidos, mas precisam de espaço para se mover e desenvolver suas atividades motoras. Em outras palavras, bebês precisam de atividades físicas.
Até os anos 1960, o enxoval era composto de camisa pagão, faixa de umbigo, fralda de tecido, calça plástica, macacão, touca, tudo isto embalado por um cueiro, uma manta de linho e um cobertor de lã: a criança ficava praticamente enfaixada. A partir dos anos 1970, os bebês começaram a ser “libertados” e hoje, ao verificar que os pequenos já ensaiam descobrir o mundo, a pediatria recomenda atividades físicas desde o nascimento.
Bebês podem nadar desde sempre, desde que não haja contraindicação médica, porque eles simplesmente repetem movimentos que já faziam no útero materno. Ao serem colocados na água, eles se movem instintivamente e nadam no estilo “cachorrinho”. A atividade permite o movimento, desenvolve a orientação espacial, fortalece o sistema respiratório e relaxa. O medo de muitos pais, no entanto, inibe a criança. Para deixá-la livre na banheira, é preciso procurar orientação profissional.
Nos primeiros dias, os bebês já respondem a massagens suaves. Parece pouco, mas isto estimula a criança a mover braços e pernas – não, ela não vai fazer polichinelos, apenas responder ao movimento da mão. Além disto, o contato fortalece o vínculo emocional entre mãe e filho e melhora o desenvolvimento físico e motor.
Um bebê saudável brinca espontaneamente: é uma forma de explorar o novo ambiente. Um bom observador pode acompanhar progressos quase diários. A criança começa identificando a voz da mãe e voltando os olhos para os objetos no berço, como um móbile ou protetores laterais. Em seis meses, aprende a sustentar o pescoço e controlar o tronco, agarrar brinquedos, sentar-se, rir, interagir com outras pessoas: uma verdadeira façanha, que pode ser aperfeiçoada com atividades físicas, sempre respeitando os limites dos bebês. Balanços com proteção de peito e costas são boas opções para estimulá-lo.
Até completar um ano, o bebê vai aprender a engatinhar, ficar em pé apoiado em móveis, dizer as primeiras palavras e finalmente sair andando. O motivo de tudo isto são as brincadeiras. A criança quer alcançar brinquedos em prateleiras, imitar seus irmãos ou primos, acompanhar os pais. Isto é causa e efeito do desenvolvimento mental e físico: é um círculo virtuoso que permite o crescimento. Vale lembrar que o aprendizado, por toda a vida, precisa de um estímulo lúdico para ser eficaz.
Portanto, especialmente neste ano mágico, é preciso incentivar a criança. Apoiar a cabeça do bebê e girá-la suavemente para os lados é uma excelente atividade para fortalecer os músculos do pescoço. Este é um exercício para quando o pequeno começa a tentar firmar o pescoço, por volta dos três meses.
Logo em seguida, ele vai dominar o controle do tronco e tentar se sentar. O bebê já pode ir para o chão, sempre com supervisão dos pais. É preciso deixá-lo num piso acolchoado, com almofadas que permitam a posição sentada e muitos brinquedos coloridos (com certificação dos órgãos responsáveis pela inspeção de segurança e indicação para a faixa etária). É preciso cuidado com superfícies elevadas, pois alguns bebês aprendem a rolar a partir dos três meses de vida, atividade que estimula todos os músculos do corpo.
Entre os seis e nove meses, os bebês já conseguem se mover por curtas distâncias, engatinhando ou “de bundinha”: a criança se senta, estica uma das pernas e empurra o corpo nesta direção. Não existem posições certas ou erradas: tudo depende do aprendizado. Aos nove meses, a maioria já está engatinhando e conseguem subir alguns degraus, mas isto só pode ocorrer com a presença muito próxima de um adulto. Em outras situações, as escadas devem ser protegidas (assim como as tomadas, quinas de móveis, acesso à cozinha, lavanderia, etc.).
Até os 14 meses, os bebês estão andando e controlando cada vez melhor os seus movimentos. Exercícios com bolas leves (como jogos de boliche de plástico), “chutes a gol”, “imitar o mestre” (levar o dedo ao nariz, à orelha, juntar as mãos acima da cabeça, rolar, etc.) estimulam o desenvolvimento global da criança e fortalecem o relacionamento familiar.
As atividades físicas, quando são adotadas desde o nascimento, permite que os bebês cresçam saudáveis e é muito provável que eles adotem os exercícios por toda a vida. A saúde física e mental agradece.