Em função da dominância lateral – o fato de sermos canhotos ou destros – tendemos a desenvolver mais uma perna ou braço. Isto é natural, porque utilizamos mais um membro do que o outro e esta “malhação natural” acumula resultados no longo prazo. No entanto, se a diferença é muito grande, temos a chamada assimetria muscular.
Com orientação adequada, é possível preveni-la, mas em alguns casos é preciso corrigir com treinos.
É o caso, por exemplo, de um membro que fica muito tempo imobilizado em função de uma fratura. A musculatura atrofia pela falta de uso. Mas o principal motivo para a assimetria muscular é o uso errado dos pesos durante a musculação. Mesmo entre os ambidestros, um dos lados do corpo é mais forte e consegue suportar mais peso.
Quando a diferença das medidas dos bíceps ultrapassa um centímetro, é o momento de corrigir o problema, mais comum nos membros superiores.
Exercícios contra a assimetria muscular
É preciso adotar cargas iguais para o lado menos desenvolvido. É o caso do uso de halteres, que podem exercitar os dois braços, sempre com séries idênticas. Já os ombros podem ser trabalhados com os pesos, elevação lateral em ambos os lados e encolhimento (também com pesos).
Os supinos com halteres são indicados para corrigir os músculos peitorais maiores, mas também são úteis para malhar o deltoide, serrátil anterior, coracobraquial e tríceps braquial. No exercício, que pode ser plano (ou reto, em um banco paralelo ao solo), inclinado (banco em um ângulo de 45°) e ou declinado (ângulo de 120°), deita-se de barriga para cima, aproxima-se a barra com pesos até perto do peito e eleva-a até que os braços estejam esticados. Os voadores, realizados lentamente, também podem ser úteis. O educador físico define o peso ideal para cada lado e corrige eventuais inclinações da barra.
Para os tríceps, indica-se a rosca francesa ou rosca testa com halteres e coice (ou kick back) com halteres. Para os bíceps, rosca direta, Scott (um braço de cada vez) e martelo, sempre com a barra de pesos.
As costas são beneficiadas com barra fixa (com pegada aberta, por trás e pela frente), remada em barra “T”, barra fixa com pegadas fechadas, serrotes e remadas abertas, levantamento terra e stiff, também útil para harmonizar os glúteos, já que é uma extensão do movimento dos quadris. Este exercício é muito procurado pelas mulheres, para obter um bumbum sarado, mas é importante para corredores, ciclistas e remadores.
Quando a assimetria muscular é verificada nas pernas, é preciso trabalhar cada membro individualmente, na mesa extensora ou no leg press. As séries devem ser iguais e com a mesma carga para ambos os lados. A perna menos desenvolvida receberá um estresse maior, o que faz o cérebro entender que é necessária uma dose maior de oxigênio e glicose na região, o que acarreta no desenvolvimento muscular.
Problemas de saúde
Nada disto, no entanto, será útil se o atleta apresentar um desvio na coluna vertebral, responsável pela assimetria. Portanto, a avaliação médica é muito importante. A reeducação postural global (RPG) e até a ioga podem ser indicadas para corrigir pequenos desvios, sem necessidade de alteração na malhação.
O ortopedista e o educador físico são os grandes aliados para corrigir a assimetria muscular. Seguindo as orientações destes profissionais, os problemas serão facilmente sanados. Uma vez que os dois lados apresentem simetria, é preciso se lembrar de sempre se submeter os membros a cargas idênticas.