As provas da ginástica olímpica

A ginástica olímpica, também conhecida como ginástica artística, tornou-se uma modalidade esportiva em 1881, quando as provas foram adotadas em escolas alemãs para rapazes. Os exercícios, praticados no solo ou com apoio de aparelhos, têm objetivos educacionais, competitivos e terapêuticos.

Mais tarde, em 1896, nos primeiros Jogos Olímpicos da Era Moderna, realizados em Atenas (Grécia), a ginástica olímpica masculina foi incluída nas competições. As mulheres só começaram a participar da modalidade em 1928, nos Jogos de Amsterdã (Holanda). A partir de 1950, os aparelhos atualmente empregados foram finalmente adotados.

 Atleta da delegação americana executando um avião sobre a trave.
Atleta da delegação americana executando um avião sobre a trave.

 

Apesar deste início em um “clube do Bolinha”, as mulheres progressivamente passaram a tomar parte mais efetiva na modalidade. Os eventos femininos passaram a ser mais disputados. Atualmente, os brasileiros se dividem entre os rapazes e moças, em função dos muitos nomes que despontaram para a ginástica olímpica dos últimos anos, como Daniele Hypólito, Diego Hypólito, Daiane dos Santos, Jade Barbosa, Laís Sousa, Arthur Zannetti e Sérgio Sasaki.

O primeiro destaque brasileiro é Luísa Parente, campeã estadual, nacional e sul-americana de ginástica olímpica em todas as categorias (mirim, infantil, infanto-juvenil e adult0). A atleta participou de duas Olimpíadas: Seul 1988 (Coreia do Sul) e Barcelona 1992 (Espanha). Ela também conquistou duas medalhas de ouro nos Jogos Pan-Americanos de Havana 1991 (Cuba).

As provas

As apresentações de ginástica olímpica são sempre individuais, mesmo quando uma delegação participa das disputas em equipes (nestes casos, são somadas as notas obtidas nas provas). O tempo para a performance fica entre 30 e 90 segundos.

Os assistentes das apresentações dos ginastas olímpicos podem ter a falsa impressão de que os movimentos não exigem muito preparo. Na verdade, os atletas de alto rendimento chegam a treinar até oito horas por dia. Uma observação mais acurada revela que os movimentos são sempre elegantes e graciosos, mas também revelam força, agilidade, flexibilidade, coordenação, equilíbrio e conhecimento do próprio corpo.

No primeiro plano, as barras assimétricas. Atrás, a barra fixa e as argolas.
No primeiro plano, as barras assimétricas. Atrás, a barra fixa e as argolas.

A preparação de um ginasta olímpico tem início ainda na infância. Até os 12 anos, os alunos experimentam diversas atividades e, com a chegada da adolescência, começam o treinamento específico intensivo para a modalidade escolhida. A partir dos 15 anos, têm início os treinos de alto rendimento, visando desenvolver a performance e ampliar a autonomia.

As séries diárias do treinamento físico têm como objetivo aumentar a força e a massa muscular. O resultado é a melhora global da flexibilidade e das capacidades aeróbicas e anaeróbicas. Além dos treinos, os ginastas também se submetem a uma alimentação balanceada, para manter o organismo sempre saudável.

Os movimentos

São muitos os movimentos que podem ser feitos na ginástica olímpica, tanto no solo como nos demais equipamentos. No entanto, estes movimentos apresentam apenas duas variações básicas: a longitudinal (o giro em torno do eixo do corpo, as famosas piruetas) e a transversal (como os saltos mortais). Os elementos ginásticos e acrobáticos recebem o nome de técnicos e as repetições são adotadas para que os atletas atinjam a máxima perfeição.

Os principais movimentos são:

• abertura: são os famosos “spacatti”, movimentos de extensão dos quadris e pernas;

• avião: é uma posição para a trave de equilíbrio; o atleta sustenta o corpo com apenas uma perna, projetando o tronco para a frente e mantendo os braços abertos;

• posição carpada: as pernas estendidas fazem um ângulo reto com o tronco. Existe também a posição carpada com as pernas abertas;

• posição grupada: todo o corpo se flexiona; os joelhos devem tocar a testa;

• flic-flac: é o movimento preparatório para as acrobacias. O ginasta precisa levantar os braços, ao mesmo tempo em que seus pés deixam o solo. Pode ser feito para frente e para trás;

• Diamidov: é uma posição das barras paralelas. O atleta segura uma barra com uma das mãos e gira em torno do próprio corpo;

• oitava de apoio para apoio: o corpo executa um giro completo em torno do eixo transversal; é um movimento típico das barras assimétricas;

• giro gigante: é usado nas barras assimétricas. É realizado um giro de 360°, com o corpo na posição estendida;

• Dos Santos: e um movimento desenvolvido por Daiane dos Santos, também conhecido como duplo twist carpado. O atleta realiza dois giros sobre o eixo do corpo, seguidos por dois saltos mortais no ar, mantendo as mãos na altura dos joelhos;

• parafuso: um giro em torno do próprio corpo, de 180° a 360°, sem o uso das mãos no solo;

• Tsukahara: é um salto mortal duplo, com um parafuso completo no primeiro salto;

• roda: o ginasta passa lateralmente, de ponta-cabeça, e retoma de pé. Na rondada, os pés devem atingir o solo simultaneamente;

• empunhaduras: são as deixadas de mãos e retomadas nos aparelhos, como as barras e argolas;

• saída estendida: geralmente é realizada ao final dos exercícios de solo. O corpo deve permanecer em linha reta, sem formar nenhum ângulo.

O grau de dificuldade dos movimentos determina a “nota de saída” da apresentação. A perfeição na execução é utilizada pelos jurados para pontuar os atletas. Faltas (como quedas e movimentos incompletos) são penalizadas com o desconto de décimos de pontos na nota.

Equipamentos e aparelhos

Os ginastas olímpicos devem obrigatoriamente se apresentar com um collant de lycra. As atletas competem sempre descalças. Os rapazes devem vestir também um short ou calça e meias, com exceção das provas de solo. É comum o uso de pó de magnésio, especialmente nas provas em barras e argolas, para prevenir contra lesões.

Os aparelhos masculinos são: solo, salto sobre a mesa, cavalo com alças, barras paralelas, barra fixa e argolas. As mulheres participam das provas de solo, trave, salto sobre a mesa e barras assimétricas. Enquanto os rapazes devem demonstrar força e equilíbrio, as atletas apresentam mais ênfase na agilidade e nas características artísticas.