Michel de Notredame foi um farmacêutico, médico e alquimista francês famoso por seus dons paranormais. O nome foi latinizado para Nostradamus. As profecias deixadas por esta personagem chegaram até nossos dias: muitos viram nos atentados de 11 de Setembro contra os EUA e nas guerras do Iraque a confirmação de previsões deste ocultista.
Tido como vidente, passou a escrever anuários. O primeiro foi lançado em 1550, quando ele tinha 47 anos. Muitos acusaram Nostradamus de heresia e pacto com o Diabo, mas a nobreza francesa interessou-se pelo místico. Depois que lançou “As Profecias”, sua obra mais famosa, composta em estrofes de quatro versos decassílabos, reunidas em blocos de cem – as centúrias – a rainha da França, Catarina de Médicis, mulher de Henrique II, ficou impressionada e solicitou os serviços do vidente.
Nostradamus teria previsto com detalhes a morte do rei francês. A quadra diz: “O jovem leão vencerá o mais velho num campo de combate, numa única luta: Ele perfurará seus olhos em sua gaiola dourada; dois ferimentos em um, assim morrerá numa morte cruel”. Henrique II, que tinha o leão em seu brasão, participou de um torneio durante o casamento de sua filha. Um de seus adversários, o comandante das tropas Montgomery também tinha um leão em suas armas, e feriu o rei num dos assaltos: a lança se partiu e atingiu a garganta e o olho do rei, perfurando sua armadura, que era dourada.
Talvez por medo, o próprio Nostradamus negou que a quadra tivesse relação com a morte do rei, mas sua fama cresceu. Nostradamus conviveu com os dois monarcas seguintes, Francisco II e Carlos IX, cujos reinados tiveram curta direção: o poder era exercido efetivamente pela rainha mãe, Catarina.
O renome de Nostradamus cruzou as fronteiras. Pessoas de toda a Europa dirigiam-se para a França para consultar o vidente e seus livros foram editados na Itália e Alemanha. A partir daí, começaram a surgir interpretações locais para as profecias, que, se tinham alguma validade, deveriam referir-se à época em que o místico viveu (sua morte ocorreu em 1556).
Mas para os entusiastas, isto não importa. Nostradamus teria previsto o império de Napoleão (“Da cidade marítima tributária, a cabeça raspada dominará a satrápia; para afastar o homem sórdido que então estará contra ele. Por 14 anos ele exercerá a tirania”). Napoleão nasceu na ilha de Córsega e reinou de 1799 a 1814.
A Revolução Russa, a ascensão de Adolf Hitler na Alemanha, as bombas atômicas e até a morte da princesa Diana da Inglaterra estão previstas nas profecias de Nostradamus, de acordo com os adeptos. A bola da vez é a profecia maia sobre o fim do mundo no final deste ano: ela também estaria nas centúrias de Nostradamus.