Para não magoar alguém, ou para justificar um atraso, sempre usamos uma mentira. Uma pesquisa inglesa indica que homem comum mente três vezes por dia – mais de mil por ano. As mulheres tendem a ser um pouco mais francas. Algumas desculpas e justificativas são terríveis.
O Career Builder, consultoria em recursos humanos dos EUA, estudou dez mil empregados, para encontrar as piores desculpas para faltar ao serviço ou chegar atrasado. No topo da lista, ficou uma desculpa infame: “meu gato está com soluço”.
As mais comuns foram pôr a culpa no trânsito, no frio, no sono e em problemas com filhos. São aceitáveis. Mas muitos funcionários alegaram, como motivo para o atraso, terem ficado até tarde assistindo TV ou na internet.
Nos esportes, a culpa é sempre do azar, da arbitragem e das condições de campo ou quadra. Naquelas fatídicas entrevistas após um jogo, é comum ouvir de um atleta: ”eles chutaram só uma vez para a trave e a bola entrou”. E não importa quantas finalizações o time adversário tenho feito.
No campeonato mundial da África do Sul, a culpa foi da bola: “Ela descreve umas trajetórias impossíveis de entender”. Aparentemente, a bola fazia curvas por vontade própria. Mas é interessante que atletas patrocinados pela fabricante nunca reclamavam da jabulani. Já na última Copa América, o culpado pelos pênaltis cobrados em direção à Lua foi o gramado.
No dia a dia, desculpas ruins são frequentes. Quem não atende o celular sempre saca rápido a justificativa: “Você me ligou? Deixei o celular no carro (na bolsa, na escrivaninha)”; “Estava fora de área”; “A bateria descarregou”. Uma mais antiga é: “Não havia sinal”.
A telefonia móvel foi criada para facilitar as comunicações, mas quando não queremos falar com alguém, não há tecnologia que resista a uma desculpa ruim; nem os torpedos chegam: “odeio esta operadora: sempre manda as mensagens no dia seguinte”.
“Queria muito sair com você, mas tenho que estudar”. Todo homem já levou um “toco” assim. Mas poderia ser pior, poderia ser na noite do Réveillon.
“Você estava lá ontem à noite? Por que não me chamou?”. E não importa que o colega ou pretendente tenha subido no bar para tentar chamar a atenção: a desculpa esfarrapada impõe a todo argumento lógico.
“Eu gosto muito de você, você é especial, mas o problema está comigo”. Quem não terminou um relacionamento com esta frase, que atire a primeira pedra. Mas existe desculpa mais infame: “eu não mereço você”.