William Shakespeare viveu entre os séculos XVI e XVII e é considerado até hoje o maior poeta e dramaturgo da língua inglesa. De sua obra, chegaram até nós 38 peças, 154 sonetos e dezenas de outros poemas. Para os diretores de teatro atuais, os papéis mais difíceis de serem interpretados são de Shakespeare: Hamlet, o príncipe dinamarquês que oscilava entre ser ou não ser, e lady Macbeth, responsável pela ascensão meteórica – e queda igualmente rápida, depois de uma série de crimes – do escocês Macbeth.
Shakespeare nasceu em Stratford-upon-Avon, em 1564, e morreu em 1616, na mesma cidade. A maior parte de suas obras foi produzida durante o reinado de Elizabeth I, período de grande desenvolvimento cultural e econômico para a Inglaterra. A própria rainha estimulou a criatividade do escritor, financiando várias de suas peças.
As primeiras peças foram comédias, como “A Comédia dos Erros”, uma tremenda confusão provocada por dois homens com o mesmo nome, escrita em 1594, “Muito Barulho por Nada”, de 1598, que narra a história de uma jovem caluniada que finge estar morta, com vários temas paralelos.
Em seguida, vieram as tragédias, talvez as mais conhecidas obras de Shakespeare: “Júlio César”, “Rei Lear”, “Hamlet” e “Macbeth continuam a ser montadas em diversas partes do mundo, tendo inclusive inspirado filmes japoneses: “Trono Manchado de Sangue” (1957), baseado em “Macbeth”, e “Ran” (1985), baseado na tragédia de rei Lear e suas filhas, ambos do cineasta Akira Kurosawa.
Entre as tragédias mais conhecidas, está “Romeu e Julieta”, a história de amor de dois jovens de Verona (Itália), que se matam por causa da intransigência das famílias em aceitar seu casamento.
As tragédias de Shakespeare seguem rigorosamente a estrutura do teatro grego: no prólogo, são apresentados os personagens e suas principais características: na empatia, cria-se o vínculo da plateia com os protagonistas, pelo destaque aos vícios e defeitos dos vilões; entra então a peripécia, quando a história, que parecia seguir para um final feliz, sofre uma reviravolta; e o epílogo, o final trágico não esperado. Até hoje, o público torce para que Julieta acorde de seu sono provocado antes que Romeu se mate, e todos esperam que Hamlet não seja ferido mortalmente por Laertes. Mas, claro, isto nunca acontece.
Alguns estudiosos afirmam que Shakespeare não criou suas obras, apenas adaptou peças já existem. Seja como for, algumas delas seriam apenas uma carnificina, sem a genialidade do autor. Em “Hamlet”, morrem nada menos que oito personagens.
Uma curiosidade: à época de Shakespeare, mulheres não participavam das companhias de teatro. Os papéis femininos eram interpretados principalmente por rapazes jovens. A trupe de Shakespeare era conhecida como The King’s Men.