O primeiro lugar entre as mordidas mais forte do mundo vai para o aligátor-do-Mississipi nativo do sudeste dos EUA, parente dos jacarés encontrados no Pantanal Mato-Grossense e na Amazônia. O impacto da fera equivale a quase mil quilos, num trauma semelhante a colocar uma dentadura sobre o braço (ou qualquer outra parte do corpo) e aplicar uma tonelada sobre ela. Mas como foi possível chegar a esta conclusão? Cientistas da Universidade da Flórida desenvolveram um aparelho que registra a potência do ataque.
Esta supermordida equivale ao peso de um carro de tamanho médio. O aligátor e outros répteis americanos chegam a ter 80 dentes, 4,5 metros de comprimento e pesam 450 quilos. Com estes atributos, eles conseguem perfurar os cascos de tartarugas, que estão entre suas principais presas. Eles não usam as patas para caçar; por isto, o bote precisa ser certeiro, cirúrgico.
Apesar destas mandíbulas tão poderosas, eles não mastigam os alimentos: engolem presas pequenas inteiras ou destroçam as vítimas em pedaços para que possam engoli-los. Depois de uma refeição, os aligátores passam dias seguidos até que voltem às atividades de caça. A abertura da boca pode chegar a 45°.
Quando estes animais têm a boca amarrada, eles utilizam seus crânios como tacos, mexendo-os de um lado para outro até que possam atacar o agressor. A proporção entre a largura da cabeça e o comprimento da boca é a maior entre todos os répteis crocodilianos, como o crocodilo e o gavial.
Grandes cabeças
As hienas são carnívoros nativos das savanas africanas e do oeste asiático. Apesar de terem a fama de serem medrosas, elas caçam em grandes bandos de até 40 animais, enfrentando qualquer adversário, mesmo que seja muito mais alto do que elas. Suas presas principais são búfalos e zebras. Mas, mesmo tão bem equipadas, elas preferem se alimentar de carcaças de bichos mortos; as caçadas são sua última alternativa.
As espécies de hienas são famosas pelas grandes cabeças em relação ao corpo, que parecem ainda maiores em função das orelhas pontudas. Elas são dotadas com músculos maxilares poderosos, o que as coloca no topo da cadeia alimentar em vários de seus hábitats. A dentição é formada por 32 a 36 dentes bastante afiados. Elas digerem com facilidade o couro e ossos das suas vítimas e já nascem com todos os dentes e de olhos abertos.
É preciso manter boa distância delas: o impacto das mordidas chega a 450 quilos (o mesmo peso de um cavalo adulto). Elas medem cerca de um metro e pesam em torno de 30 quilos.
O rei da criação
O leão é famoso pelas caçadas em família. Os grupos são formados por um macho dominante e quatro ou cinco leoas, além de filhotes e animais jovens. As fêmeas perseguem as presas até cansá-las. O “golpe de misericórdia”, sempre certeiro, diretamente no pescoço (para romper a artéria aorta) é dado pelo macho alfa. Os dentes caninos, que medem até seis centímetros, não dão muitas oportunidades de sobrevivência. Os molares trabalham em formato de tesoura, dilacerando os corpos rapidamente, em questão de poucos minutos.
O impacto da mordida de um leão pode atingir 430 quilos. Cada animal adulto consome até sete quilos de carne diariamente, entre gnus, antílopes, girafas e zebras.
A ameaça vem do mar
O grande tubarão-branco é o maior predador dos oceanos na atualidade. A espécie prefere habitar as águas costeiras de todos os mares, desde que haja fontes de alimentos suficientes. Um tubarão-branco pode medir 7,5 metros e pesa até 2,5 toneladas (mas já foram encontrados espécimes excepcionais com mais de dez metros de comprimento). Este peixão ficou famoso pelo filme “Jaws”, dirigido por Steven Spielberg nos anos 1970.
Ao contrário do que o filme, um misto de terror e suspense, seres humanos não fazem parte do “cardápio” dos tubarões-brancos (nem de nenhuma outra espécie de tubarão). Eventualmente, eles podem ferir e até matar um surfista ou banhista, mas suas presas favoritas são outros peixes, focas, elefantes-marinhos e tartarugas marinhas.
A força da mordida de um tubarão-branco, que possui uma dentição de 300 dentes pontiagudos e serrilhados, é de 270 quilos. Depois de abocanhar a presa, ele move a cabeça de um lado para outra rapidamente, matando em poucos segundos. Em cada mordida, este peixe pode engolir até 15 quilos de carne.
A estratégia de caça é bastante simples: tubarões-brancos nadam a alguns metros abaixo de suas presas, aproveitando o dorso escuro para não serem notados. A linha lateral possui uma série de terminações nervosas, permitindo que os caçadores captem vibrações mínimas na água a dezenas de quilômetros de distância. O bote é sempre rápido, num impulso vertical em direção à superfície da água. O olfato e a visão também são muito apurados: uma única gota de sangue é mais que suficiente para chamar a atenção destes peixes.
Estes reis dos mares são o resultado de milênios de evolução. Dentro d’água, seus únicos adversários são as orcas e, mesmo assim, só existem registros de filhotes capturados por elas. Mas existe uma ameaça ainda maior: nós mesmos. Como eles preferem ficar em águas próximas a praias e rochedos, acabam engolindo muito lixo despejado nos oceanos. Um simples saco plástico pode ser o responsável pela morte de um tubarão-branco.
Rainha da Amazônia
Na floresta tropical brasileira (ela também se distribui pela América Central e pelo Pantanal), a onça-pintada só tem como adversários as grandes espécies de jacarés, como o jacaretinga, o jacaré-açu e o jacaré-de-papo-amarelo. A força da mordida é semelhante à do tubarão-branco: 270 quilos (o peso de um piano de cauda).
Com 1,20 metros de comprimento, mais de cem quilos e 30 dentes, esta caçadora noturna é o desespero de capivaras, pacas e antas (está é a maior espécie de caça do Brasil). A mordida é tão potente que pode romper o couro de jacarés e as carapaças de jabutis e tartarugas. Os dentes caninos, em desenvolvimento contínuo, são as suas principais armas. Os dentes do fundo são muito eficientes para cortar as porções de alimentos.
O melhor amigo do homem
Entre os cães, o dono da mordida mais forte é o pitbull: ela pode chegar a 200 quilos. O cachorro mede até 50 centímetros de altura na cernelha e pesa 20 quilos, sendo considerado de porte médio. Mesmo assim, a mordida é mais forte do que a de um rottweiler.
O “segredo” da raça é a forte musculatura que envolve a mandíbula – na verdade, a musculatura do corpo todo é muito bem desenvolvida.
Além disto, a boca é imensa, abrindo-se de uma orelha a outra, permitindo um encaixe perfeito dos dentes superiores e inferiores, que praticamente impede que ele solte a presa.
Apesar da má fama, atualmente a maioria dos cães desta raça é disciplinada e bastante obediente aos donos. Hoje em dia, pitbulls são empregados como cães-guia e até mesmo de terapia em hospitais e clínicas. Os problemas só têm início quando os animais são mantidos confinados e sem adestramento adequado. A raça é atlética e precisa de exercícios diários. Durante os passeios, a legislação determina que eles sejam conduzidos com guia e focinheira.