As primeiras estradas do mundo surgiram na península da Anatólia (atual Turquia), em cerca de 3000 a.C. Arqueólogos encontraram evidências de uma estrada que ligava o norte do mar Negro ao mar Cáspio e ao golfo Pérsico: os sumérios aproveitaram a madeira abundante do Cáucaso. Mais tarde, por volta do século I da Era Cristã, os romanos já construíam rotas para as caravanas mercantis.
Bem mais recentemente, foi inaugurada a Long Island Motor Parkway (uma empresa privada norte-americana), considerada a primeira estrada moderna do mundo. A Itália abriu a primeira estrada em 1925 e a Grã-Bretanha, sempre adepta do transporte ferroviário, inaugurou a primeira rodovia apenas na década de 1950.
Os alemães desenvolveram o conceito de autobahn – uma via dimensionada para tráfego intermunicipal em alta velocidade. Em 1932, foi inaugurada a A555, estrada que liga Colônia a Bonn, com apenas duas pistas, mas já destinada ao tráfego pesado: os veículos atingiam até 160 km/h. Em poucos anos, o sistema foi ampliado, atingindo quatro mil quilômetros de extensão, em um país de apenas 357 mil km2 de superfície.
A maior estrada do mundo
Os australianos construíram a maior estrada do mundo: Estrada 001 (Route 1). O primeiro trecho, ligando Brisbane a Adelaide (ambas no litoral), ficou pronto em 1955. Atualmente, a estrada margeia todo o litoral da Austrália, em uma extensão de 14.523 quilômetros.
A 001 passa por sete das oito capitais do país e mais de um milhão de motoristas trafegam pelas suas pistas, uma ligação entre os principais centros urbanos do país da Oceania. Os trechos de florestas e de praias se tornaram pontos turísticos bastante concorridos.
Outras estradas gigantes
A Trans-Canadá é um sistema de estradas federais e regionais que une as dez províncias canadenses. São 12,8 mil quilômetros de extensão, que permitem viagens rápidas entre cidades como Quebec, Ottawa, Winnipeg, Alberta e Vancouver.
A construção foi autorizada em 1948, mas o primeiro trecho foi inaugurado oficialmente apenas em 1962. Em 1971, o sistema foi finalmente concluído, englobando a Yellowhead Highway, que conecta as quatro províncias ocidentais do país (Colúmbia Britânica, Alberta, Saskatchevan e Manitoba).
Rodovia Trans-siberiana é o nome não oficial de uma rede de autoestradas que liga o mar Báltico ao mar do Japão. O sistema russo – oficialmente, AH6 –, é formado por 11 mil quilômetros de estradas pavimentadas, de São Petersburgo, antiga capital do país, a Vladivostok.
A Trans-siberiana, que passa a 190 quilômetros do vizinho Cazaquistão, é composta por sete rodovias oficiais: M10 (São Petersburgo – Moscou), M5 (Moscou – Chelyabinsk), M51 (Chelyabinsk – Novosibirsk), M53 (Novosibirsk – Irkutsk), M55 (Irkutsk – Chita), M58 (Irkutsk – Khabarovsk) e M60 (Khabarovsk – Vladivostok).
Malhas rodoviárias
No ranking das maiores malhas rodoviárias do mundo, os EUA aparecem em primeiro lugar, bem à frente dos demais países, com 6,4 milhões de quilômetros de estradas. A infraestrutura de transportes americana é completada com 226 mil quilômetros de ferrovias e 41 mil quilômetros de hidrovias.
E segunda maior malha rodoviária pertence à China. São 3,8 milhões de quilômetros, necessários para interligar um dos maiores países do mundo (e o mais populoso, como 1,34 bilhão de habitantes), que está em expansão econômica.
No entanto, as estradas chinesas são verdadeiros “sorvedouros de propina”. Além disto, o país é campeão em cobrança de pedágios. Enquanto os motoristas se queixam dos preços exorbitantes, o Partido Comunista (a China vive sob regime de partido único) estendem os prazos dos pedágios, alegando a necessidade de custear as despesas de construção.
O terceiro lugar cabe à Índia, com 3,3 milhões de quilômetros de estradas. No entanto, a maior parte do sistema (três quartos) é composta por vias vicinais, que ligam zonas rurais, mas não se conectam às grandes rodovias.
O país ostenta um recorde macabro: 15% de todas as mortes no trânsito têm como palco as estradas indianas; por outro lado, apenas 1% da frota mundial de veículos motorizados trafega por elas. Os dados são do Banco Mundial.
Ocorre uma morte a cada cinco minutos – e este número deve aumentar para uma morte a cada três minutos até 2020, de acordo com projeções da Organização Mundial da Saúde. motoristas desqualificados, falta de sinalização, desrespeito às leis de trânsito e estradas mal projetadas são os “ingredientes” destas mortes mais que previsíveis.
O Japão é o sexto país, com uma malha rodoviária de 1,2 milhão de quilômetros. É interessante notar, entretanto, que os quatro primeiros colocados deste ranking são países de dimensões continentais, enquanto o arquipélago japonês ocupa pouco mais de 377 mil quilômetros quadrados.
As maiores estradas brasileiras
A malha rodoviária do Brasil atinge 1,7 milhão de quilômetros, ocupando a quinta colocação no mundo. No entanto, quando se pensa em qualidade, o país deixa muito a desejar. Muitas estradas brasileiras estão em péssimas condições de trafegabilidade, e este fato se agrava quando se considera que o transporte de pessoas e cargas é majoritariamente rodoviário: o país conta com muito poucas ferrovias e hidrovias.
A maior estrada brasileira é a BR-116 (4.489 quilômetros de extensão), que tem início em Fortaleza (CE) e término em Jaguarão (SC). A rodovia cruza os municípios do Rio de Janeiro e de São Paulo.
Em seguida, vem a BR-101 (4.125 quilômetros). A estrada passa por cidades como Natal (RN), João Pessoa (PB), Recife (PE), Maceió (AL), Aracaju (SE), Vitória (ES), Niterói, Rio de Janeiro e Angra dos Reis (RJ), Caraguatatuba, Santos e Iguape (SP), Joinville e Florianópolis (SC), Osório e Rio Grande (RS).
Em seguida, vêm a BR-364 (de Limeira, SP, até a fronteira com o Peru), BR-153 (de Marabá, PA, até Aceguá, RS), BR-230 (de Cabedelo, PB, a Benjamin Constant, AM) e BR-163 (de Tenente Portela, RS, a Alenquer, PA), todas com mais de três mil quilômetros – nem sempre pavimentados.
A Transamazônica tem pouco mais de quatro mil quilômetros e corta sete estados das regiões Norte e Nordeste. O primeiro trecho foi inaugurado em 1972, no auge da ditadura militar. Com 43 anos de existência, no entanto, metade da estrada ainda não recebeu asfalto.
Carros, ônibus e caminhões atolados no barro são uma constante na Transamazônica. Derrapagens e capotamentos são muito comuns, especialmente para quem não conhece os trechos traiçoeiros da rota. O tráfego é virtualmente impossível no período das chuvas (entre outubro e março).