Na verdade, antes de falarmos de cores, precisamos falar de luz, pois a cor nada mais é do que a reprodução que a luz refletida ou absorvida pelos objetos fabrica nos olhos, ou seja, a cor é a interpretação dos nossos olhos da reemissão de luz. Sendo assim, pode-se dizer que cada cor é feita de radiações de comprimentos de onda e cada um desses comprimentos representa uma cor, ou seja, são os impulsos elétricos captados por nossos olhos que nos fazem perceber cada cor. Quando não temos nenhum impulso, nenhuma luz, vemos o preto, que é a ausência total de luz. Analisando por este prisma, podemos entender que as cores são invenções do nosso cérebro, ou pelo menos, de como o nosso cérebro interpreta o que vê.
Se analisarmos as cores do ponto de vista da física veremos que as cores existem sim, pois são os impulsos elétricos que levam o cérebro a entender que aquilo que se vê é uma cor e o faz perceber qual é a cor que está sendo vista, então se impulsos elétricos existem e o cérebro consegue interpretá-los como cores, é porque as mesmas existem.
Na verdade, o mistério ao redor das cores estaria em descobrir o que aconteceu para que os seres humanos passassem a produzir células que tem a habilidade de enxergar e captar a diferença entre as três cores primárias: o azul, o vermelho e o verde, pois é, segundo estudos feitos desde o século XVII, a partir destas que surgem todas as demais cores.
No passado os homens usavam as cores como algo místico e com o tempo elas passaram a ter importância simbólica nas diversas culturas e seu uso nessas culturas tinha o objetivo de conseguir algum proveito, como por exemplo, a manipulação psicológica e são usadas ainda hoje como fonte de energia, de cura, de virtude e representam até mesmo o sagrado, como nas culturas romanas e egípcias, onde o violeta representa as figuras de Júpiter e Osíris.
Após as descobertas de Isaac Newton, que publicou um livro em 1704 onde já afirmava que era possível desenvolver luz a partir da mistura correta das cores, no início do século XIX o físico inglês Thomas Young criou uma teoria que argumentava que os olhos teriam receptores para as três cores primárias e que as demais seriam a combinação destas em nosso cérebro. Mais tarde Maxwell confirmou esta teoria e apresentou trabalhos relativos a visão colorida, onde explicou o motivo pelo qual determinadas pessoas não possuíam a capacidade de perceber as cores.
Existe também uma tese, feita por estudiosos, que relaciona a capacidade humana de ver as cores primárias ao processo evolutivo, afirmando que as cores nasceram a partir de alterações na alimentação dos seres humanos e que por necessitarem de diversos tipos de alimentos, de cores diferentes, nossa visão foi melhor desenvolvida do que o nosso olfato.
Teorias a parte, o que temos de certeza é que as cores não são palpáveis, não são algo físico que podemos tocar ou sentir, mas sim percepções do nosso cérebro diante da luz.