Área 51: um mistério indecifrável

Centro de Pesquisas Ultrassecreto – não ultrapasse – os infratores desaparecerão sem deixar nenhum traço. Parece ficção científica, mas estes são os dizeres da placa fixada na entrada da Área 51, um território militar de 1.550 quilômetros quadrados situado em Lincoln, no deserto de Nevada (EUA). O local é tão secreto que o próprio governo americano só admitiu a sua existência em 1994.

É difícil explicar o cotidiano da Área 51. O espaço aéreo da região é restrito mesmo para aeronaves militares. Tanto mistério gerou uma série de explicações, algumas plausíveis, outras beirando a irrealidade. Em sites de busca (como o Google Maps), é possível visualizar as instalações da Área 51, mas muita gente afirma que as edificações visíveis na superfície são apenas uma pequena parte desta base militar, que teria dezenas de subsolos.

Seja como for, a Área 51 é um complexo bastante sofisticado, equipado com equipamentos informatizados de última geração. Visitantes alegam que as instalações são interligadas por túneis subterrâneos blindados contra ataques externos e sinais de rádio. Apenas pessoas autorizadas são admitidas e o governo não dá informações sobre as atividades realizadas na base. Pessoas da região contam que o local foi bastante concorrido entre os anos 1960 e 1980, estando aparentemente sem atividades atualmente.

A Área 51 é patrulhada por pares de militares, os “cammo dudes” (agentes camuflados). Aparentemente, suas ordens são evitar o contato com curiosos. Eles apenas inspecionam, mas, quando um intruso tenta se aproximar demais – e isto significa algumas centenas de metros – , o xerife do local é rapidamente acionado.

Em último caso, os cammo dudes apreendem câmeras e gravadores. Há relatos de voos rasantes de caças para afugentar os invasores; no entanto, como em tudo o que cerca a Área 51, nada se pode afirmar sobre o assunto. É possível que seja apenas mais uma das lendas que cercam o local.

Marte ataca!

Em 1947, foi relatado um dos casos de ufologia mais citados e estudados do mundo: o “incidente Roswell”. Nesta cidade do Novo México, no dia 8 de julho, um OVNI (objeto voador não identificado) teria se acidentado e caído. O jornal “Roswell Daily Record” publicou, em matéria de capa, que a Força Aérea americana havia se apoderado dos destroços de um disco voador.

O material foi encontrado por William Brazel. um fazendeiro local, que inicialmente não deu importância. Dias depois, alertado por vizinhos e com a esperança de receber uma recompensa da imprensa – o assunto “extraterrestres” estava fazendo furor na imprensa: um mês antes, o piloto Kenneth Arnold alegou ter avistado nove objetos estranhos voando perto do monte Rainier (Washington) – é o primeiro “relato oficial” sobre a presença de visitantes de outros planetas.




Brazel foi à delegacia informar que tinha encontrado um OVNI. O xerife acionou o Grupo de Bombardeiros para analisarem e recolherem os destroços. No dia seguinte à manchete, o Exército encarregou-se de desmentir a notícia.

O assunto permaneceu sepultado durante anos, até que, em 1978, o físico nuclear Stanton Friedman reacendeu a discussão. De acordo com os ufólogos, os destroços de Roswell seriam restos de uma nave alienígena, acidentada na atmosfera terrestre por algum motivo desconhecido.

Em seguida, os militares americanos teriam ocultado o material recolhido e iniciado uma campanha de desinformação, para não gerar pânico. Os OVNIs e, talvez, os corpos dos ETs (não se sabe ao certo quantos seriam), teriam sido levados para uma base secreta de pesquisa: a Área 51.

Estes são os relatos mais simples – e prováveis, ainda que estatisticamente desprezíveis. Mas há quem diga que as instalações subterrâneas da Área 51 tenham sido construídas pelos próprios ETs, com tecnologia desconhecida na Terra. Os alienígenas teriam vindo para a Terra para desenvolver um ser híbrido, com genes humanos e dos visitantes.

O fato teria sido ocultado dos mortais comuns em função de um acordo entre os alienígenas e o governo americano, pelo qual a humanidade estaria sujeita a abduções; alguns ufólogos chegam a afirmar que seres humanos seriam moídos pelos ETs – esta seria a matéria-prima da alimentação de nossos visitantes indesejados.

Mitos e verdades

Já foram inclusive divulgados vídeos com autópsias de prováveis ETs – juntamente com os respectivos relatórios de análise. O mais famoso deles é o caso Roosevelt, um vídeo sem informação sobre a data de gravação, que teria sido retirado clandestinamente da Área 51. Roy Santilli teria descoberto as imagens (também não se sabe como) e divulgado a informação, que mostra a necropsia de um alienígena. Posteriormente, ele admitiu que se tratava de uma edição: o “cadáver” filmado era apenas um boneco; para conferir um aspecto mais realista, o falsificador usou vísceras de carneiro.

Alguns técnicos que trabalharam na Área 51 afirmaram que realmente se trata de um local de pouso de discos voadores. No final da década de 1980, o físico Robert Lazar, que trabalhou durante cinco meses na base, alegou que há nove OVNIs no local e os militares americanos tentam adaptar a tecnologia alienígena para uso na Terra. Ele e sua mulher teriam sofrido ameaças de morte. As descrições de Lazer sobre as instalações – laboratórios, hangares, pistas de pouso, etc. – fizeram reacender as teorias de conspiração sobre a Área 51. A parte sobre discos voadores e extraterrestres, no entanto, continua aguardando confirmação.

Segundo fontes extraoficiais, o caça Nighthawk F-117 tenha sido desenvolvido na Área 51. É um avião camuflado, desenvolvido em 1978 para não ser percebido pelos radares ao voar em baixa altitude. Antes das primeiras missões, ele voou durante dez anos pelos céus de Nevada. É provável que muita gente tenha confundido o avião secreto e desconhecido com um disco voador.